Mike Budenholzer vive uma situação inusitada neste fim de temporada: ele pode ganhar dois prêmios individuais nas próximas semanas. Além do ótimo trabalho como técnico do Atlanta Hawks, ele acumula o cargo de presidente de operações da equipe e acaba de ser indicado para concorrer ao troféu de executivo do ano na liga. Ele agradece a lembrança da franquia, mas não se vê como a pessoa certa a ser premiada pela construção do time.
“Qualquer um que tenha acompanhado o Hawks nos últimos dois ou três anos sabe que Danny Ferry é o dirigente com maior responsabilidade na formação do elenco que temos hoje. Ele é o responsável por eu estar aqui, na verdade. Nossa equipe está em uma ótima situação e tenho que agradecer por poder trabalhar com tantos bons jogadores e assistentes”, disse o treinador, reconhecendo o trabalho do ex-comandante de operações do Hawks.
Ferry estava a frente das operações do time até setembro, quando afastou-se indefinidamente do cargo em meio a uma polêmica racista. Ele produziu e divulgou relatórios com comentários preconceituosos sobre o ala Luol Deng, um dos reforços pretendidos pela franquia na última offseason. Com sua inesperada saída, a alta cúpula de Atlanta buscou uma solução rápida e interna com a efetivação de Budenholzer.
De acordo com o repórter Chris Vivlamore, do jornal Atlanta Journal-Constitution, a impressão ao redor da liga é que Ferry seria amplo favorito ao prêmio de melhor executivo da temporada se não tivesse se afastado. Budenholzer, por sua vez, tende a ser visto com menos seriedade pelos votantes por – como admite – não ter sido o real responsável pela construção do elenco de melhor campanha do Leste.
O Hawks conquistou o título da divisão Sudeste e está assegurado com o melhor recorde da conferência nesta temporada regular, garantindo vantagem de mando de quadra nos playoffs até a decisão do Leste. Além disso, a equipe conseguiu sua primeira campanha de 60 vitórias e a maior sequência de triunfos de sua história (19) ao longo do ano.