Born Ready

A carreira de Lance Stephenson poderia ter sido bem diferente se ele não tivesse dado sorte, segundo Luiz Fernando Teixeira

Fonte: A carreira de Lance Stephenson poderia ter sido bem diferente se ele não tivesse dado sorte, segundo Luiz Fernando Teixeira

Pense rápido: qual a primeira lembrança que Lance Stephenson te traz na NBA? No meu caso, é essa aqui:

Contextualizando: na época um reserva sem nenhum espaço na rotação do Indiana Pacers, Stephenson havia provocado os jogadores do Miami Heat – especialmente LeBron James – após o jogo três das semifinais do Leste. Dois jogos depois veio o revide, em quadra, por parte de Pittman (que assim como ele, não era importante na rotação do time).

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Na verdade, Stephenson só jogou 12 minutos em toda a pós-temporada de 2012.

A história de Stephenson na NBA poderia se resumir a isso, na verdade: mais um armador talentoso desde os tempos de colegial (quando recebeu o apelido “Born Ready”) que passou um ano não muito produtivo na faculdade e se declarou para o Draft, sendo escolhido na segunda rodada.

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Então, foi pouco aproveitado em uma equipe boa, que contava com Danny Granger, Paul George e Leandro Barbosa para a sua posição. Relegado ao garbage time, ele simplesmente não rendia, pois tentava reproduzir em quadra o jogo com que brilhava nos tempos de colégio, quando era o mais rápido e o mais forte da sua idade.

Então, três fatores mudaram a carreira de Stephenson, provavelmente até a salvando, pois era questão de tempo que fosse trocado ou dispensado: a lesão de Danny Granger, a saída de Leandrinho e o fato de não jogar em qualquer time da NBA, mas no Indiana Pacers de Larry Bird e Frank Vogel.

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Repentinamente, ele teve que ser o titular do time ao lado de Paul George, já que a lesão de Granger foi séria e fez com que ele perdesse a temporada, e as opções eram Sam Young, Orlando Johnson e Gerald Green. Com a titularidade, Vogel incutiu nele a importância da defesa, e o resultado foi um salto na qualidade do agora ala-armador.

Dá pra imaginar Vogel mostrando vídeos de Tony Allen marcando para Stephenson e explicando “eu só quero que você faça isso em quadra”. Ele fez, mas como o seu arsenal em quadra é muito superior ao do jogador do Memphis Grizzlies, os resultados na parte ofensiva também foram espetaculares. Com ele em quadra, o quinteto titular do Pacers se tornou o mais eficiente da NBA.

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Sem a responsabilidade de pontuar – afinal, Paul George está logo ali do lado -, Stephenson floresceu com assistências pontuais e rebotes importantes, e agora todo jogo ele estava beirando o triplo-duplo. Bizarro. Além disso, ele muitas vezes é o condutor das jogadas do Pacers, relegando George Hill ao posto de spot-up shooter.

Stephenson também incutiu uma dúvida na cabeça de muitos: como ficará a situação de Danny Granger, outrora melhor jogador do time, agora que não tem mais espaço na rotação? Hoje em dia, até defensores da ideia de que os dois devam trocar de salários dentro da franquia você acha na internet.

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No fim das contas, ele ainda consegue ser um dos jogadores mais divertidos em quadra, vide as dancinhas e provocações que ainda protagoniza.

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Lance Stephenson estava na franquia certa na temporada certa. Se não fossem as circunstâncias, provavelmente não estaria mais na NBA, mas soube aproveitar a chance e a agarrou. Bom para o Indiana Pacers, que vê a sua escolha na 40ª posição no draft de 2010 se tornar possivelmente a melhor relação custo-benefício da NBA.

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