Por Lucas Torres, da Central do Draft
Depois de parecer estar definida, a disputa pelo prêmio de Calouro do Ano dá indícios de que pode ser interessante daqui até o final da temporada regular.
Isso porque ao mesmo tempo que Zion Williamson (New Orleans Pelicans) tem confirmado toda a hype que cerca seu nome desde os dias de high school, apresentando um impacto como novato não visto desde Tim Duncan, em 1997/98, Ja Morant (Memphis Grizzlies) parece ter batido naquilo que chamamos de rookie wall.
Desde a parada para o Jogo das Estrelas, o armador fechou no zero a zero a conta de assistências por turnover (3.8 assistências e 3.8 desperdícios de bola) e simplesmente não encontrou sua distância na linha dos três pontos (12.5% de aproveitamento com tentativas por jogo).
Para piorar, no âmbito coletivo, a distância de sua equipe para o nono colocado, que antes era de 5.5 jogos, hoje é de apenas 3.0. Confira abaixo a análise do Top 5 dos novatos:
1- Ja Morant (Memphis Grizzlies)
Números: 17.5 pontos / 6.8 assistências / 3.3 desperdícios de bola / 49.1% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 34.2 de aproveitamento no perímetro, com 2.2 tentativas por jogo
Tradicionalmente na NBA costuma-se mencionar o termo rookie wall para descrever o momento em que um novato parece cansado, sem a energia demonstrada nos primeiros jogos da temporada.
É exatamente nessa situação em que se encontra Ja Morant, novato que – depois de brilhar na maior parte da temporada – tem tido sua sequência mais difícil desde a parada para o Jogo das Estrelas.
Nos últimos quatro jogos, que terminaram com quatro derrotas para a ‘excitação’ dos adversários que desafiam Memphis pelo oitavo lugar do Oeste, o armador fechou no zero a zero a conta de assistências por turnover (3.8 assistências e 3.8 desperdícios de bola) e simplesmente não encontrou sua distância na linha dos três pontos (12.5% de aproveitamento). Para piorar, no âmbito coletivo, a distância para o nono colocado, que antes era de 5.5 jogos, hoje é de apenas 3.0.
Morant e o Grizzlies acumularam boa gordura na primeira metade da temporada, mas a essa altura já não se sabe se será suficiente para garantir a ambos seus objetivos respectivos de Prêmio de Calouro do Ano e vaga para os playoffs.
2- Zion Williamson (New Orleans Pelicans)
Números: 23.3 pontos / 7.1 rebotes / 57.3% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 8.7 lances-livres por jogo, com 61.9% de aproveitamento
Depois de 13 jogos como profissional, a primeira escolha do draft de 2019 não apenas confirmou os superlativos da hype que o acompanhava desde o high school – como tem superado expectativas.
Williamson não tem apenas dominado individualmente com seu atleticismo único na história da liga – que o permite a, no alto de seus 129 quilos, ser mais ágil, mais forte e mais explosivo do que a esmagadora maioria os adversários que tem pela frente, mas tem tido um inegável impacto no desempenho coletivo de sua equipe. Com ele em quadra, o Pelicans tem uma vantagem acumulada de 6.7 pontos no placar.
3- Kendrick Nunn (Miami Heat)
Números: 15.7 pontos / 3.6 assistências / 1.7 desperdício de bola / 44.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 34.7% de aproveitamento no perímetro, com 5.7 tentativas por partida
É verdade que o Heat vive – de longe – seu pior momento na temporada, tendo perdido sete de suas últimas nove partidas, mas isso pouco tem a ver com uma queda de desempenho de seu novato-sensação.
Cestinha consistente durante a maior parte da temporada, Nunn segue fazendo sua parte no lado ofensivo da quadra – anotando 20 pontos ou mais em três dos quatro jogos do Heat após a parada para o Jogo das Estrelas.
O problema é que Miami, enquanto equipe, anotou apenas o 22º melhor índice defensivo da liga nos últimos nove jogos. Estatística intrigante, já que estranhamente coincidiu com as chegadas de Jae Crowder e Andre Iguodala ao elenco.
4- Rui Hachimura (Washington Wizards)
Números: 13.9 pontos / 5.9 rebotes / 48.7% de aproveitamento nos arremessos de quadra
O sonho do Wizards de ir para os playoffs parece estar cada vez mais distante, com a equipe estando, a essa altura, 4.5 jogos atrás do Orlando Magic (oitavo colocado).
Apesar disso, o fato de Bradley Beal e companhia acreditarem na possibilidade tem sido importante para o desenvolvimento de Rui Hachimura, novato que tem respondido à urgência dos jogos com muita consistência ofensiva – anotando dois dígitos em pontuação em oito de seus últimos nove jogos desde que retornou de lesão, bem como tem vivido seu melhor momento na linha dos três pontosno ano, matando 46.7% de uma média de 1.7 tentativas no período.
É verdade que os números defensivos do japonês seguem ruins (permite 52.7% de aproveitamento nos arremessos de quadra aos adversários no acumulado da temporada), mas seu desempenho ruim tem de ser colocado no contexto de total bagunça defensiva de sua equipe – pior da liga em defensive rating.
5- Brandon Clarke (Memphis Grizzlies)
Números: 12.0 pontos / 5.8 rebotes / 62.3% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 40.4% de aproveitamento no perímetro, com uma tentativa por jogo
No momento que teria sua maior sequência como ala-pivô titular da equipe após lesão de seu companheiro Jaren Jackson Jr., Clarke teve a má sorte de também se lesionar – estando projetado para ficar de molho durante ao menos as próximas duas semanas.
Sem ele, o Grizzlies perderá um dos jogadores mais eficientes da liga na transição ofensiva (1.42 ponto por posse), nas finalizações em situações de pick and roll (1.48 ponto por posse) e um defensor para lá de versátil em se tratando de um jogador que flutua entre as posições 4 e 5 (diminui em 2.4% o aproveitamento dos adversários na linha dos três pontos e em 2.9% no total de arremessos até aqui).
Acompanhe a Central do Draft diariamente:
no Instagram: http://instagram.com/centraldodraft
no Facebook: http://facebook.com/centraldodraft
e no site: www.centraldodraft.com.br