Após troca de Dejounte Murray, Hawks deve reconstruir elenco

Armador deve sair até a trade deadline

troca Dejounte Murray Hawks Fonte: Issac Baldizon / AFP

Existem alguns segredos na NBA. Enquanto o mundo especula sobre a negociação de um jogador, do nada outro acaba indo embora. Às vezes, alguém que ninguém imaginava. Mas não é o caso aqui. Assim como a troca de Pascal Siakam, que todo mundo sabia que iria acontecer, o mesmo acontece com o Atlanta Hawks, que vai abrir mão de Dejounte Murray.

Zero segredo.

Mas até aí, nenhuma novidade mesmo. Acontece que alguns times também surgem do nada. Especialmente, se existe a chamada oportunidade de negócio. Foi assim quando o Dallas Mavericks fez a troca por Kyrie Irving na última temporada. Alguém esperava a negociação? Não. Mas havia a necessidade de o Mavs reforçar seu elenco. Somou-se a isso um jogador que não queria ficar e um destino que o dono do Brooklyn Nets não queria, o Los Angeles Lakers.

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Então, Irving chegou ao Mavericks sem que ninguém realmente cravasse isso até acontecer (ou momentos antes disso).

E parece a mesma coisa com Dejounte Murray, pois vários times aparecem como “muito interessados”, mas o Hawks só vai fazer a troca se receber bem por isso. Até então, New York Knicks, Philadelphia 76ers e o Lakers apareciam como favoritos. No entanto, o jornalista Chris Haynes, do Bleacher Report, informou que o Milwaukee Bucks também gostaria de contar com o atleta.

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Faz sentido?

Assim como o Mavs com Irving, sim. O Bucks precisa melhorar seu perímetro, especialmente defensivo.

Mas e para o Hawks, faz sentido?

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Se pensarmos no que o Bucks tem a oferecer, certamente não. Hoje, para bater salários (Murray recebe US$18.2 milhões em 2023/24), Milwaukee só abriria mão de caras como Pat Connaughton e, no máximo, Bobby Portis. Além disso, as escolhas de Draft da equipe não são atrativas (só são próprias e garantidas depois de 2027). Ou seja, fica realmente difícil uma negociação com a franquia.

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O ponto é: o Hawks quer envolver Dejounte Murray em troca porque “não casou bem” a dupla com Trae Young. Apesar de alguns ruídos entre diretoria e o astro, tudo foi resolvido com a mudança de treinador. Com Quin Snyder, Young falava até em títulos. Sim, no plural.

Enquanto isso, Murray está descontente no Hawks. Ele tem mercado para ser um dos principais jogadores na maioria dos times e não será em Atlanta, pois entendeu que por mais que seja superior a Young em diversos aspectos, jamais será a primeira opção.

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Simples assim.

Para ter uma ideia dos últimos dez jogos do Hawks, o time venceu seis. Murray teve médias de 23.6 pontos, 5.4 rebotes, 4.1 assistências, além de aproveitamentos de 51.1% nos arremessos gerais e 40.4% do perímetro. Por outro lado, Young teve, no mesmo período, 24.9 pontos, 10.1 assistências, mas com 4.6 erros de ataque e aproveitamentos de 38.5% e 28.2% respectivamente.

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Murray entende que ele tem um basquete mais vencedor que Young, o que não está errado. Além de ser muito melhor defensivamente (já foi All-Defensive Tram em 2017/18), seu arremesso tem melhor qualidade e ele erra bem menos com a posse de bola. E mesmo quando tinha muito volume no San Antonio Spurs (2021/22), ele teve 9.2 assistências, mas com apenas 2.6 turnovers.

Mas a direção do Hawks não liga muito para isso.

Young espetaculoso

É óbvio que Trae Young tem movimentos mais “finos”, que fazem a torcida vibrar. E ele está na equipe desde o seu primeiro ano na NBA, então é o favorito dos fãs. Apenas não tem um basquete vencedor. Ninguém ganha cometendo tantos erros de ataque, defendendo mal e arremessando mal. É impossível e a história da liga conta isso.

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Quantos títulos James Harden possui até hoje? Enquanto ele não tinha cuidado com a bola e queria forçar as jogadas por ser Harden, zero. Agora, no Los Angeles Clippers, seus erros de ataque diminuíram, ele continua sendo talentoso como Young, por exemplo, mas não tem a necessidade de tomar ações pouco inteligentes. Hoje, ele pode ser campeão porque seus colegas de time são bem melhores e ele faz uma temporada exemplar.

Agora, em relação a Murray, Young é sempre favorito.

Mas entre um e outro, a diretoria sabe que não vai competir por título. Imagine, então, trocar o jogador que a torcida mais gosta. Portanto, não vai acontecer, a não ser que ele peça a negociação.

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E como não tem mais nada entre a direção e o astro, esqueça. Ele fica e Dejounte Murray sai.

O Hawks não vai brigar por títulos, como sugeriu Young, mas pode ir aos playoffs até ter um time que possa realmente competir por isso. Então, seja lá para onde for a troca, Atlanta quer jogadores jovens e capazes de brigar por vitórias, além de escolhas de Draft.

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Por onde passa a reconstrução?

Sim, Trae Young fica. Então, é ver onde mais existe talento no elenco. E tem, viu?

O Hawks quer fazer uma troca que envolva seus jogadores mais velhos (Bogdan Bogdanovic, Clint Capela e Dejounte Murray) para fazer com que os jovens cresçam de produção ao mesmo tempo.

E é algo que Atlanta possui em Onyeka Okongwu (23 anos), Jalen Johnson (22) e Saddiq Bey (24), por exemplo. Com um Trae Young mais maduro, jogadores que o time receber na troca de Dejounte Murray e picks, é óbvio que o Hawks pode realmente brigar por título em alguns anos.

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Mas é exatamente por isso que as escolhas de Draft não podem ser tão distantes, como as do Bucks. A diretoria quer selecionar em breve para ter reais chances no futuro próximo. Ou seja, dentro de três ou quatro anos.

Para onde Dejounte Murray vai, afinal?

Depende muito. É certo que ele sai na atual temporada, pois seu salário sobe para US$25.5 milhões na próxima com o seu novo contrato (até 2027/28), mas ao mesmo tempo, a direção quer definir seu futuro já. Então, não adianta segurar até offseason por um aumento na folha sem um rumo.

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Por mais que o Hawks comece a vencer agora, é suficiente para fazer exatamente o que nos playoffs? Cair na primeira rodada e só depois disso vai pensar no que fazer com Murray, Capela e Bogdanovic? Ou já quer resolver enquanto tem o que fazer?

São questões que a diretoria já sabe a resposta. Se vão fazer algo, que seja o mais rápido possível para não correrem o risco de repetir John Collins, que perdeu valor a cada ano que deixou de trocar e ele saiu por um pacote de jujubas.

E para 2024, o Hawks terá duas escolhas de primeira rodada (a própria e uma do Sacramento Kings, proteção top 14). Então, se o time piorar agora, é bom negócio porque pode conseguir uma posição melhor no próximo recrutamento.

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Se o Hawks quer mesmo isso e, de acordo com alguns jornalistas, seria o próximo passo da franquia, é esperado que o time queira jogadores “quase prontos”.

Por isso, dificilmente Atlanta vai querer D’Angelo Russell em uma troca com o Lakers, a não ser que seja por curto período até negociar até a trade deadline. Ou, ainda, com um terceiro time.

Mas é aí que, talvez, o Philadelphia 76ers seja favorito.

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Sixers mesmo?

Claro que estamos falando de um jogador de ótimo nível, enquanto o Sixers luta pelo título na atual temporada. De novo, é o caso da oportunidade.

Tobias Harris faz uma boa campanha, mas tem contrato expirante de US$39.2 milhões. Além dele, tem Robert Covington (US$11.7 milhões) e outras peças com acordos similares. Philadelphia ainda possui escolhas de Draft (2024, por exemplo).

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Então, sim. É possível que o Sixers tenha alguma vantagem por diversos fatores.

Primeiro, pela abertura na folha salarial ao receber Harris, Convington e outras peças assim. Imagine o Hawks enviando Dejounte Murray, Clint Capela e Bogdan Bogdanovic e recebendo expirantes acima de US$50 milhões.

Assim, com uma projeção de abertura de US$43 milhões ou mais para a próxima offseason, o Hawks entraria na briga para ser o grande “comprador”. E isso com um grupo jovem, talentoso e podendo formar um elenco forte o suficiente para disputar coisas sérias nos anos seguintes?

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É o que parece. É algo que faria sentido para ambos.

Enquanto o 76ers lutaria pelo título agora, o Hawks teria as peças para o futuro.

Outros times correndo por fora

Claro que tudo acima não passa de rumor, de especulação. E ninguém consegue cravar que o Sixers vai trocar Tobias Harris, por exemplo. Mas faria sentido, certo?

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No entanto, San Antonio Spurs pode entrar na briga. O time possui escolhas de Draft, alguns expirantes e talento aqui e ali. Não vai abrir mão de Devin Vassell, então deixa a situação um pouco mais difícil. Keldon Johnson é opção, entretanto.

O Lakers, se quiser envolver Ausin Reaves, pode ter negócio. O Knicks, depende muito sobre o que o time quer (ou pode) abrir mão. Mas o máximo que a equipe pode fazer hoje é mandar Evan Fournier (opção do time em 2024/25) e escolhas de Draft. Faz mais sentido do que tentar Jordan Clarkson (mais velho, mais caro e inferior a Dejounte Murray), por exemplo.

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Agora, um azarão poderia ser o Sacramento Kings, mas só se Keegan Murray estiver para negócio. O Kings possui as próprias escolhas a partir de 2025, enquanto tenta subir na classificação do Oeste.

Por fim, Detroit Pistons e Miami Heat.

O Pistons tem jogadores jovens como Jaden Ivey e Isaiah Stewart, expirantes (Joe Harris, James Wiseman, Monte Morris, etc) e as escolhas depois de 2025. Enquanto isso, o Heat possui o expirante de Kyle Lowry (US$29 milhões) e as picks de 2024 e 2026.

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