Fonte: JOE MURPHY / AFPSer um jogador de basquete profissional não é fácil. Além de precisar ser muito acima dos outros colegas, se dedicar aos treinamentos, tem que ter ser muito forte mentalmente. Então, quando chega ao topo, multiplique tudo isso por um número infinito para entender a pressão que existe. E é aí que Russell Westbrook se destaca e cala seus críticos na NBA.
Aliás, todas as críticas devem ficar apenas em quadra. Quando ultrapassa as quatro linhas, é sinal de que tem algo errado. Às vezes, é com quem comenta. Mas o que Westbrook aguenta desde que entrou na liga não é fácil. Imagine um cara ser chamado de Westbrick e, mesmo assim, ainda responder.
Ninguém tem sangue de barata, mas o que ele suportou por toda a carreira, é porque ele não é qualquer um. Nem teria como ser, né?
E como é que ele anda calando o pessoal? Em quadra. Simples.
Vá lá, eu nem sou fã de seu estilo de jogo. Nem concordei com o MVP e nunca gostei de ver ele caçando números. Mas o fato é que ele faz a diferença se for usado da forma certa. E quando acontece, é aí que ele faz o seu show.
Na vitória do Los Angeles Clippers sobre o Memphis Grizzlies, fora de casa, ele registrou 36 pontos, dez assistências, além de converter todas as cinco tentativas de três. Foi o seu sexto duplo-duplo pela equipe desde que chegou em fevereiro. Contra o Grizzlies, não havia Paul George e Kawhi Leonard. Então, ele comandou sem as ajudas dos melhores jogadores da equipe.
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Para ter uma ideia do feito, o Grizzlies é o melhor mandante da temporada, com 33 vitórias e apenas seis derrotas. Ou seja, ele foi incrível.
Eu posso passar o resto do artigo elogiando o cara, pois ele tomou tanto hate nos tempos de Los Angeles Lakers, que ele merece aplausos. E são aplausos por se manter com a cabeça fria em momentos que ele era o menor dos culpados. Por segurar uma onda que nem era dele. Até já escrevi algo sobre, quando o chamei de mordomo do Lakers.
Contra tudo e contra todos
“Devemos desculpas a Russell Westbrook”. Foi assim que Kendrick Perkins falou sobre sua performance.
Não deve ser fácil ser ele. Mesmo com tantos problemas, o armador jamais deixa de fazer a sua parte. Russell Westbrook deve ser o jogador com mais críticos na NBA, mas é o cara que melhor sabe lidar com a adversidade.
É necessário entender os benefícios de ter um jogador assim no elenco: ele é rápido, explora a defesa adversária, cria jogadas para os colegas e ataca a cesta. Claro que existem os pontos negativos, como o arremesso, a necessidade de ter a bola nas mãos o tempo todo e os erros de ataque. Mas quando ele tem a oportunidade, sempre vai fazer tentando o melhor.
Só que no Lakers, a bola não tinha como ficar em suas mãos. Mesma coisa no Houston Rockets. Mas veja o resultado no Washington Wizards. Lembra quando o time estava lá atrás na classificação e, foi só ele entender o sistema de jogo que foi parar nos playoffs?
No dia 16 de fevereiro de 2021, o Wizards era o 14° do Leste. Ou seja, o penúltimo da conferência e com campanha para lá de negativa (oito vitórias e 17 derrotas). Era time de tank, né? De repente, a equipe começou a ganhar. Terminou a fase regular em nono (34 vitórias e 38 derrotas), venceu no play-in e caiu nos playoffs, diante do Philadelphia 76ers em cinco jogos.
Agora, ele está no Clippers.
Claro que Russell Westbrook vai continuar tendo críticos na NBA. Não vai mudar. Mas só o fato de ver que o cara está feliz em sua nova equipe, já é um alento. Ter a força mental que ele teve não é nada fácil. Outros jogadores, como Kevin Love e Andre Drummond, por exemplo, desabaram psicologicamente. Não foi o seu caso.
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