Anderson Varejão está na melhor fase da carreira; suficiente para ser escolhido para o Jogo das Estrelas?

Gustavo Lima comenta a boa temporada do pivô brasileiro O brasileiro Anderson Varejão, um do jogadores mais queridos pela torcida do Cleveland Cavaliers, está fazendo uma ótima e surpreendente temporada. O pivô capixaba é o primeiro brasileiro a conseguir médias de duplo-duplo na história da NBA: 10.4 pontos e 11.4 rebotes. Além disso, ele é […]

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Gustavo Lima comenta a boa temporada do pivô brasileiro

O brasileiro Anderson Varejão, um do jogadores mais queridos pela torcida do Cleveland Cavaliers, está fazendo uma ótima e surpreendente temporada. O pivô capixaba é o primeiro brasileiro a conseguir médias de duplo-duplo na história da NBA: 10.4 pontos e 11.4 rebotes. Além disso, ele é o líder em rebotes ofensivos na Liga (média de 4.7 por jogo). Aos 29 anos, e após oito anos na Liga, Varejão está na melhor fase da carreira. Mas isso será suficiente para que ele faça história novamente e seja o primeiro atleta brasileiro escolhido para o Jogo das Estrelas?

Não vou mentir e dizer que esperava por esses números do brasileiro. Em janeiro de 2011, Varejão sofreu uma grave lesão no pé direito, em um treino da equipe de Ohio. No mês seguinte, ele passou por uma cirurgia para reparar o tendão lesionado. Em razão disso, ele perdeu os últimos 51 jogos da temporada 2010/2011, e não disputou o Pré-Olímpico pela seleção brasileira, entre agosto e setembro. Foi um ano de muita fisioterapia, importante para recuperar a forma física. O objetivo era começar a temporada “nos cascos”, sem resquício algum da lesão. De certa forma, o locaute que assolou a NBA ajudou o jogador, que teve mais tempo para se recuperar. A temporada, que deveria ter começado no dia 28 de outubro, teve os seus primeiros jogos apenas no dia 25 de dezembro. Melhor para Varejão.

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Onze meses depois do problema, o capixaba mostrou que está totalmente recuperado. Logo no primeiro jogo da temporada, ele conseguiu o duplo-duplo (14 pontos e dez rebotes). Foi contra o Toronto Raptors, no dia 26 de dezembro. Nas 19 partidas seguintes, o brasileiro alcançou o double-double em nove delas. Suas melhores atuações foram exatamente as últimas, em dois duelos de tirar o fôlego contra o Boston Celtics. Varejão teve médias de 19.0 pontos e 14.5 rebotes contra o time de Boston. No segundo jogo disputado entre Cavs e Celtics, ele se superou: 20 pontos e 20 rebotes (sua melhor marca na carreira). Ao final da partida, o técnico Doc Rivers elogiou a atuação de Varejão e ainda revelou que o brasileiro merece uma consideração para o Jogo das Estrelas.

Esses números impressionam. Nas temporadas anteriores, Varejão era tido como um jogador esforçado, raçudo, que pega alguns rebotes, é quase nulo no ataque, que sabe como poucos cavar faltas (flopper) e que ostenta uma cabeleira exótica. O detalhe é que o pivô mantém a cabeleira e continua um grande defensor do garrafão, mas vem contribuindo também no ataque. Suas médias em pontos na carreira é de 7.1. Em 2011/2012, ela subiu para 10.4. Ele é a terceira opção ofensiva do Cavs, atrás apenas de Kyrie Irving e Antawn Jamison. Varejão nunca arremessou tanto como em 2011/2012. Considerando as sete temporadas anteriores, as médias dele foram de 4.6 arremessos por partida. Agora são de 8.9, quase o dobro. Varejão passou a receber mais a bola no post (embaixo da cesta) porque o time de Cleveland é limitado, e não tem muitos jogadores com características ofensivas. A maioria dos pontos anotados por ele são oriundos de rebotes ofensivos e de arremessos no high post (topo do garrafão).

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Seleção

Quem deve estar contente com a boa fase do pivô do Cavs é o técnico da seleção brasileira, o argentino Rubén Magnano. Diferentemente de Nenê e Leandrinho, que pediram dispensa, Varejão fez questão de se apresentar à seleção, no início de julho, mesmo sem condições de jogo. Obviamente, ele foi cortado por razões médicas.

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Na época, Varejão disse: “sempre que fiquei fora da seleção, foi por lesão. Nunca tive problema de jogar pelo Brasil. No último Mundial (em 2010), inclusive, joguei no sacrifício”. Ele mostrou que tem comprometimento e ganhou pontos com Magnano. Se estiver em boas condições, não tenho dúvidas de que ele será o pivô titular e peça importante do Brasil em Londres.

Jogo das Estrelas

A ótima fase vivida por Varejão é suficiente para que ele seja lembrado para o Jogo das Estrelas, que será disputado no próximo dia 26? Na próxima quinta-feira, dia 9, serão anunciados os sete reservas que irão compor as equipes do Leste e do Oeste. Os titulares foram anunciados ontem. Na minha opinião, não vai ser desta vez que um brasileiro vai disputar o All-Star Game.

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Mesmo com os números convincentes de Varejão, há de se dizer que outros jogadores de garrafão da conferência Leste estão rendendo mais ou que são mais jogadores que o brasileiro. Vou citar três: Chris Bosh (Miami Heat, 20.4 pontos e 7.8 rebotes), Roy Hibbert (Indiana Pacers, 14.0 pontos, 9.8 rebotes e 1.8 tocos) e Andrea Bargnani (Toronto Raptors, 23.5 pontos e 6.4 rebotes).

Para falar a verdade, Varejão não deve se importar se vai ou não ser escolhido para o Jogo das Estrelas. Ele deve se preocupar mesmo é em melhorar cada vez mais seu jogo, principalmente o ofensivo, e estar em grande forma física para ajudar o time de Cleveland a alcançar, quem sabe, os playoffs, e, é claro, chegar bem para a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres no meio do ano.

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E você, caro leitor, acha que Varejão merece ou não ser escolhido para o Jogo das Estrelas?

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