A trade deadline é um dos períodos mais bacanas da NBA (junto com o draft e início da offseason), mas neste ano ela foi frustrante, a mais sem graça dos últimos anos. Isso foi consenso entre os que gostam e acompanham o melhor basquete do mundo.
Trocas que até então eram consideradas barbadas como as saídas de Josh Smith do Atlanta Hawks e de um jogador de garrafão do Utah Jazz (Al Jefferson ou Paul Millsap) não se concretizaram.
De fato, tivemos apenas negociações que envolveram jogadores de segundo e terceiro escalão da Liga. Não deixem de conferir o post do Ricardo Stabolito com todas as trocas fechadas durante a trade deadline.
Esse baixo número de negociações relevantes é resultado do último Acordo de Negociação Coletiva (CBA). Vocês se lembram do último locaute, não é? Pois é, os dirigentes estão mais espertos. Com a multa cada vez mais pesada para as franquias que excedem o teto salarial, muitos estão tentando evitar o pagamento da Luxury Tax (taxa especial para times que excedem o teto da folha salarial).
Hoje, uma escolha de draft vale muito. Vocês repararam que, em nenhuma das negociações fechadas, houve a inclusão de picks de primeira rodada? Então… Dirigentes como Mark Cuban (dono do Dallas Mavericks), que não se importam em gastar dinheiro extra para contratações, estão cada vez mais raros.
Rockets se deu bem
Acredito que o Houston Rockets tenha sido o grande “vencedor” da trade deadline. Com a chegada do ala-pivô Thomas Robinson, o time texano passa a ter mais qualidade na posição 4. Robinson, quinta escolha do último draft, estava desperdiçado no avacalhado Sacramento Kings.
Para ter o novato, o Rockets liberou o também ala-pivô Patrick Patterson, o armador Toney Douglas e o pivô Cole Aldrich. O torcedor do time de Houston vai sentir falta de algum deles? Acredito que não. Além de Robinson, o Rockets ainda recebeu dois jogadores que têm contratos expirantes, os alas Francisco Garcia e Tyler Honeycutt (quem é esse mesmo?), e duas futuras escolhas de segunda rodada de draft.
Para a próxima temporada, a franquia texana terá cerca de 18 milhões de dólares para investir no mercado de agentes livres. O Rockets tem um time titular de muita qualidade – Jeremy Lin, James Harden, Chandler Parsons, Thomas Robinson e Omer Asik, além de jovens talentosos como Terrence Jones (que vai ganhar espaço na rotação após a saída de Marcus Morris para o Phoenix Suns) e Donatas Motiejunas.
Com esse elenco já formado, grana para trazer reforços pontuais e a criatividade do gerente-geral Daryl Morey, o futuro do time de Houston parece ser bem promissor. Ah, esperem um Rockets faminto na próxima offseason. É quase que garantido que eles tentarão contratar o agente livre Josh Smith.
Pobre Kings…
Perto de ser vendido a um grupo de Seattle, o Sacramento Kings vai de mal a pior. A trade deadline foi mais uma prova disso. Alguém, por favor, me explica o que o Kings quis com a troca fechada com o Houston Rockets? Sinceramente, que franquia desorganizada.
O Kings se desfez muito rápido de Thomas Robinson. Podemos dizer que a quinta escolha do draft 2012 foi jogada no lixo. E pensar que Damian Lillard foi a sexta escolha…
Para o lugar de Robinson, a equipe de Sacramento trouxe Patrick Patterson. Vale lembrar que o ex-jogador do Rockets jogou ao lado do problemático e talentoso pivô DeMarcus Cousins na Universidade de Kentucky. Talvez esse tenha sido um dos motivos para sua contratação. A presença no time de um amigo dos tempos de faculdade pode amansar a “fera” Cousins.
E olha que legal, agora, o Kings tem quatro armadores. Isso mesmo. Isaiah Thomas, Aaron Brooks e Jimmer Fredette ganharam a companhia de Toney Douglas. O curioso é que nenhum deles é playmaker. Fala sério…
Fab Melo deve ganhar espaço no Celtics
O que muitos torcedores do Boston Celtics temiam não aconteceu. Os veteranos Paul Pierce e Kevin Garnett continuam na equipe. A franquia fez apenas uma troca de menor porte para suprir uma de suas carências.
Com as lesões de Rajon Rondo e Leandrinho, o Celtics precisava de outro jogador para o perímetro. Em troca do brasileiro e do veterano pivô Jason Collins, o time de Boston trouxe o fominha Jordan Crawford, que virá do banco de reservas.
A saída de Collins vai beneficiar outro brasileiro. O pivô Fab Melo, que vem desempenhando um bom papel na D-League, deve ganhar espaço na rotação da equipe. O garrafão do Celtics conta apenas com Kevin Garnett, Brandon Bass e Chris Wilcox em condições de jogo.
Futuro de Leandrinho na NBA é incerto
Na semana passada, o gerente-geral do Celtics, Danny Ainge, revelou que a franquia tinha a intenção de renovar o contrato de Leandrinho Barbosa. Ontem, ele foi trocado com o Washington Wizards. Business are business…
O jogador brasileiro, que sofreu uma grave lesão no joelho esquerdo e está fora do restante da temporada regular, tem seu contrato se encerrando em junho. Provavelmente, ele não vestirá a camisa do Wizards em uma partida sequer, o que irá frustrar aqueles que esperavam assistir à dupla brasileira Leandrinho e Nenê no time de Washington.
Agente livre na próxima offseason e com previsão de ficar afastado das quadras por aproximadamente oito meses, Leandrinho, de 30 anos, tem um futuro incerto na NBA. A volta dele às quadras vai coincidir com o final da próxima pré-temporada da Liga. Um retorno dele ao Novo Basquete Brasil (NBB) parece bem provável.