Anadolu Efes: um justo campeão da Euroliga

Correspondente em Israel, Rodrigo Salomão traz a crônica do Final Four da Euroliga

Anadolu Efes campeão Euroliga Fonte: Foto: Rodrigo Salomão

Justiça é um conceito bem complexo quando falamos de esportes. Como medir se o trabalho de um lado mereceu mais que o do outro? Mas tudo tem um “mas”, e a decisão da Euroliga nos brindou com um título para lá de justo: Anadolu Efes, da Turquia, campeão pela primeira vez em sua história, ao vencer o Barcelona por 86 a 81, nesse domingo (30).

Uma trajetória que não começou nesta temporada, muito pelo contrário. O time comandado por Ergin Ataman era o grande favorito no ano passado, quando veio a pandemia do coronavírus, e a edição 2019/20 foi cancelada antes dos playoffs. Desapontamento que virou combustível moral para escalar a montanha toda de novo até o cume alcançado agora em 2021, na Lanxess Arena, em Colônia, na Alemanha.

Foi um fim de semana intenso, de grandes jogos, e nós pudemos representar o Jumper Brasil, com credenciamento oficial, na modalidade remota em virtude da pandemia. Mesmo que virtualmente, foi possível entrar um pouco nos bastidores da organização do Final Four, definitivamente um evento à parte. Organização impecável, tudo muito bem esclarecido para a imprensa trabalhar. No entanto, ao contrário da Basketball Champions League, não tivemos torcedores. 

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Correspondente do Jumper Brasil, Rodrigo Salomão obteve credenciamento oficial da Euroliga

As semifinais, com CSKA 86 x 89 Anadolu e Barcelona 84 x 82 Milano, deram a tônica do equilíbrio que foi (e sempre é) a competição. Nesse contexto, conseguimos arrancar uma resposta de Pau Gasol, do Barça, que falou diretamente conosco através da “zona mista virtual”, sobre a preparação para jogos de tamanha intensidade: 

“Essa é a maior competição da Europa, a melhor liga, com os quatro melhores times que restaram. Você se prepara o máximo que você pode, entendendo quem vai encarar pela frente, estando pronto para entrar em quadra e competir duro por 40 minutos”, comentou o veterano pivô espanhol.

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Ídolo do Barcelona, Pau Gasol responde à pergunta feita pelo correspondente Rodrigo Salomão

As aspas do espanhol poderiam servir de pano de fundo para uma vitória de sua equipe na decisão com o Anadolu. Afinal de contas foi na raça e no limite de sua capacidade que o Barcelona quase conseguiu uma linda remontada depois de ficar 11 pontos atrás no placar, numa noite em que Mirotic e ele próprio, Gasol, estavam até então apagados. O último quarto trouxe fogo ao duelo, as duas estrelas culés passaram a chamar a responsabilidade no ataque e na defesa, mas não foi suficiente. Não quando há Shane Larkin e Vasilije Micic fazendo chover do outro lado.

Por falar em Micic, os últimos dias foram “barba, cabelo e bigode” para ele. O armador sérvio, além de se sagrar campeão, foi eleito o MVP da temporada regular e, para completar, também MVP do Final Four (que, aliás, tivemos a honra de poder votar). Predicados cada vez mais interessantes para um ingresso na NBA. Com vínculo junto ao Oklahoma City Thunder, as chances são cada vez maiores de termos mais um sérvio dando as caras nos Estados Unidos. Mas, se isso não acontecer, a Euroliga agradece. E o Anadolu, mais ainda. O sonho do bicampeonato certamente já começou.

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