Ainda dá, Lakers?

Muitos podem achar que esse artigo é precipitado, que é cedo demais escrever que o Los Angeles Lakers pode pensar em algo grande ainda nesta temporada. Mas depois das duas últimas vitórias contra equipes de melhores campanhas, e com uma mudança evidente na forma de jogar, não há como não deixar a seguinte questão: ainda […]

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Muitos podem achar que esse artigo é precipitado, que é cedo demais escrever que o Los Angeles Lakers pode pensar em algo grande ainda nesta temporada. Mas depois das duas últimas vitórias contra equipes de melhores campanhas, e com uma mudança evidente na forma de jogar, não há como não deixar a seguinte questão: ainda dá para o time angelino chegar aos playoffs, mesmo ocupando a décima posição na conferência Oeste?

Primeiro, vamos recapitular o que o Lakers fez até aqui na temporada. Ainda na offseason, o time de Los Angeles era apontado como um dos favoritos ao título da temporada. O entusiasmo, claro, veio após as chegadas do veterano armador Steve Nash e do pivô Dwight Howard. Na pré-temporada, o Lakers perdeu todos os oitos jogos que disputou. Muitos falaram na época: quando for para valer, esse time vai encaixar e não vai ter para ninguém. Não encaixou. A equipe ganhou apenas uma das cinco primeiras partidas da temporada e o técnico Mike Brown foi demitido. O assistente Bernie Bickerstaff assumiu interinamente e o Lakers venceu dois dos três jogos disputados sob o seu comando.

A partir do jogo contra o Phoenix Suns, no dia 16 de novembro, começou a era Mike D’Antoni à frente do time angelino. O time venceu aquele e os dois jogos seguintes (contra Houston Rockets e Brooklyn Nets). Seria o retorno da magia ao Lakers? Nada disso. As falhas foram ficando evidentes à medida que as derrotas se acumulavam. O time começou a fazer mais pontos, mas em compensação a defesa ficou sofrível. De que adianta ter o quinto melhor ataque se a defesa é a quinta pior da Liga? Alguém achou que um time comandado por D’Antoni seria bom na defesa?

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No esquema do treinador, os dois jogadores de garrafão foram sacrificados. Howard, considerado o melhor pivô da Liga, era pouquíssimo acionado no ataque. Gasol virou reserva porque D’Antoni optou por jogar com quatro jogadores no perímetro e um no garrafão. O espanhol no banco é um desperdício…

E vieram à tona os chamados “problemas de relacionamento”, que sempre aparecem quando um time favorito fracassa em uma competição. A imprensa norte-americana divulgou que Gasol estava insatisfeito, que Kobe e Howard não estariam se dando bem. Era muito “disse me disse”. Na semana passada,  elenco e comissão técnica fizeram uma reunião para lavar a “roupa suja”.

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Kobe Bryant, o grande nome do Lakers, continuava a ser o fominha que vimos diversas vezes em outras ocasiões. Para se ter uma ideia, nos 25 jogos que o time perdeu até o momento, os números de Kobe foram os seguintes: 271 cestas, em 597 arremessos, e 96 assistências. Isso dá uma média de quase 24 arremessos tentados e apenas 3,8 assistências por partida. Já nos 19 jogos que o Lakers venceu, as médias dele foram de 18 arremessos tentados e 6,8 assistências.

Era óbvio que Kobe tinha que envolver os demais companheiros no ataque, que tinha que passar mais a bola. Nash, subutilizado na função de armador, é um exímio arremessador de qualquer lugar da quadra. Metta World Peace já foi cestinha na época de Indiana Pacers e Sacramento Kings. Howard era o cestinha do Orlando Magic. Gasol sempre foi ótimo no ataque. Na defesa, Kobe, World Peace e Howard tinham que se esforçar mais, principalmente o pivô, eleito por três anos seguidos como o melhor defensor da NBA (2009, 2010 e 2011). E o Lakers demorou 42 partidas (mais da metade da temporada) para descobrir porque o time não funcionava. Pode ser tarde demais…

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Nos dois últimos jogos, o time angelino encontrou a forma ideal de atuar. Nos triunfos sobre Utah Jazz e Oklahoma City Thunder, as atuações de Kobe Bryant foram de encher os olhos. Guardadas as devidas proporções, suas atuações lembraram as de Magic Johnson, o maior jogador da história da franquia. Na primeira partida, Kobe teve os seguintes números: 14 pontos, nove rebotes, 14 assistências e sete arremessos de quadra convertidos, em dez tentativas. Contra o Thunder, ele foi ainda melhor: 21 pontos, nove rebotes e 14 assistências, com oito cestas, em 12 tentativas. Além disso, o Lakers levou menos de 100 pontos em cada um desses jogos (84 do Jazz e 96 do Thunder, que tem o melhor ataque da temporada). A melhora defensiva foi clara, tanto que Russell Westbrook foi anulado por Kobe.

O camisa 24 do Lakers percebeu que, para esse time funcionar, era preciso que ele deixasse de ser fominha e que se dedicasse mais na defesa. E Howard também deixou a vaidade de lado e parou de reclamar publicamente sobre seu papel em quadra. O desempenho dos últimos dois jogos deu esperanças ao torcedor do Lakers, que estava desanimado com o time. Foram duas vitórias convincentes, com um Kobe mais solidário em quadra e as peças restantes harmoniosas em quadra.

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Os próximos quatro adversários do time angelino são teoricamente fracos (New Orleans Hornets, Phoenix Suns, Minnesota Timberwolves e Detroit Pistons) e a chance de encaixar uma sequência de seis triunfos é grande. O Lakers tem 19 vitórias e 25 derrotas e está na décima colocação no Oeste. O oitavo colocado é o Houston Rockets, que tem 24 vitórias e 22 derrotas. O Utah Jazz, sétimo colocado, tem 24 triunfos e 20 derrotas. O time angelino ainda tem mais 38 jogos pela frente para tentar a classificação aos playoffs. Precisa vencer, pelo menos, mais 24 partidas para conseguir esse feito.

Do jeito que atuou nos últimos dois jogos, o Lakers será um adversário difícil de ser batido. Por isso, acredito que ainda dá para a equipe de Los Angeles chegar à pós-temporada. E se chegar jogando desse jeito…

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