A primeira reação da torcida do New York Knicks ao ouvir o nome de Kristaps Porzingis como quarta escolha do draft foram vaias. Muitas vaias, como de costume. Mas, aos poucos, o ala-pivô “sacode a poeira” e vai mudando a primeira impressão ruim dos novaiorquinos para criar um clima mais positivo. O jogador de 19 anos, vindo da Letônia, teve boas atuações e foi um dos destaques entre os selecionados no recrutamento deste ano na Liga de Verão de Las Vegas.
“Eu sabia que haveria vaias se o Knicks me escolhesse. A torcida novaiorquina é assim. Mas realmente queria jogar aqui e esse é um sonho que torna-se realidade para mim, então nem ouvi as vaias. Sei também que, se eu jogar com vontade e mostrar que desejo estar aqui, os fãs acabarão me aceitando”, afirmou o jovem, após o término do campeonato amistoso, em entrevista ao site Bleacher Report.
Embora o próprio Porzingis admita que precise fortalecer o corpo para enfrentar competição profissional, a maioria de suas atuações recebeu elogios de dirigentes e analistas. Um dos mais entusiasmados foi o tricampeão da NBA e integrante do Hall da Fama, Jamaal Wilkes, que definiu o jogador como “combinação de Dirk Nowitzki e Kevin Durant”. Apesar de gostar dos dois astros, o garoto europeu confessa que seu grande ídolo no basquete é outro.
“Eu assistia a vários vídeos de Kevin Garnett quando mais jovem. Via seus movimentos típicos e enterradas. Ele é um monstro e alguém que sempre me inspirou. Na verdade, ele me deu um conselho outro dia aqui: para pegar todas as críticas e usar como energia, não ouvir o que vem de fora e treinar o máximo possível. Foi ótimo tê-lo me aconselhando. Adoro KG”, contou o ala-pivô, que também confessou ser fã de Anthony Davis, do New Orleans Pelicans.
E, na contramão de muitos jogadores recentes, Porzingis está empolgado até mesmo com a chance de atuar no sistema de triângulo ofensivo “imposto” pelo presidente Phil Jackson. “Eu adoro o triângulo porque sintetiza a forma como atuo – abrir para arremessar após bloqueios, passar a bola e criar oportunidades para os companheiros. Quanto mais você sabe sobre o triângulo, melhor sabe fazer jogadas inteligentes”, avaliou.
A chegada do jogador letão teve também sua dose de drama, quando surgiram rumores de que o astro Carmelo Anthony teria desaprovado a escolha por querer uma equipe mais competitiva de imediato. Nada além de boatos, garante o ala-pivô. Ele conversou com o craque do Knicks logo após sair do palco do recrutamento, recebeu boas-vindas e vê o ala como um exemplo a seguir em seus primeiros passos na NBA.
“Carmelo é um grande astro e isso será ótimo para mim. Eu estarei desmarcado várias vezes por conta da atenção que ele atrai das defesas. E, fora de quadra, quero observar como se comporta com os fãs, como se veste e seu profissionalismo com a imprensa. Será um grande aprendizado”, encerrou Porzingis, que trabalha para transformar, definitivamente, vaias em aplausos a partir de outubro.
