Foram 20 vitórias consecutivas e um fim melancólico. O San Antonio Spurs foi eliminado pelo Oklahoma City Thunder na final da conferência Oeste depois de estar vencendo a série por 2 a 0, perdendo quatro jogos seguidos. Mas nem tudo foi por água abaixo.
O técnico Gregg Popovich sabia exatamente o que estava fazendo quando o Spurs foi atrás de Boris Diaw e Stephen Jackson, e fez a troca que mandou Richard Jefferson para o Milwaukee Bucks (posteriormente Golden State Warriors). Ele viu o ala Kawhi Leonard surgir como um dos melhores defensores jovens da NBA. E Leonard foi exigido contra o Thunder, exatamente como pensou Popovich.
Porém, Leonard foi batido em algumas situações por Kevin Durant, mas na maioria das vezes conseguiu controlar o seu oponente. Quando Durant começava a pegar o ritmo, Popovich colocava Jackson para defendê-lo. Não foi tão eficaz, pois quando o astro do Thunder encontra o caminho da cesta, dificilmente é parado.
Tim Duncan, aos 36 anos, provou que ainda tem gasolina no tanque. Quando foi mal no ataque, se desdobrou para defender. Só não foi tão bem quando Serge Ibaka e Kendrick Perkins somaram 41 pontos. Ainda assim, o veterano fez o possível.
Tony Parker foi sensacional no primeiro tempo do sexto jogo, entretanto teve queda de rendimento no segundo, muito por conta de uma marcação bastante forte dos jogadores de perímetro do Thunder.
Manu Ginobili fez o que dava para fazer. Na quinta partida, anotou 34 pontos em 38 minutos. Ele foi figura apagada na sexta, pois foi forçado a atuar por mais de 30 minutos novamente. Durante toda a fase regular, ele só havia ficado em quadra por mais que isso em apenas uma ocasião, na estreia do Spurs. Contra o Thunder, isso aconteceu em três embates.
A idade teria pesado? Sim e não. A temporada regular teve somente 66 jogos, mas foram partidas em sequência, o que poderia deixar os jogadores mais velhos esgotados fisicamente. Entretanto, Popovich soube conduzir muito bem essa questão, poupando alguns de seus comandados e controlando seus minutos em quadra.
Mas será que foi só por isso que o Spurs não está na final da NBA?
Claro que não. O Spurs enfrentou um time de outro mundo, com Durant mostrando o que é jogar basquete. E a defesa do Thunder é simplesmente fantástica. Jogadores jovens e atléticos, capazes de segurar um dos times ofensivos mais perigosos da NBA.
Começamos por Thabo Sefolosha. Um monstro quando o assunto é defender. James Harden só não é titular ali porque o suíço é um dos melhores defensores de toda a NBA.
Harden vem do banco, mas é sensacional com a bola nas mãos. Sabe organizar, atacar a cesta e tem um arremesso de três equilibradíssimo (14 acertos em 23 tentativas na série). Poucos jogadores da posição são tão bons quanto ele.
No garrafão, Ibaka e Perkins trancam a porta e ninguém entra. Juntos, bloquearam 24 arremessos contra o Spurs nos seis jogos. Detalhe: há 45 jogos, contando com a temporada regular, Ibaka bloqueou ao menos um arremesso.
Russell Westbrook, conhecido também como WesTO, em alusão aos erros ofensivos, foi castigado por Parker em alguns jogos, mas conseguiu diminuir o número de falhas no ataque e passou mais a bola quando seu arremesso não estava caindo.
E obviamente, o time tem Durant, um dos jogadores mais sensacionais da NBA. Aos 23 anos, participou de duas finais de conferência. Agora foi premiado com a final da NBA.
Tudo bem, o Spurs perdeu. Mas perdeu como um grande e para um grande.
A história está sendo escrita.
