Quando a pauta é escolhas de draft, muitos gostam de discutir quem foram as piores seleções na primeira posição do recrutamento. Frequentemente são citados nomes como Kwame Brown, Michael Olowokandi, Joe Smith, Andrea Bargnani, entre outros. Apesar de tanta ruindade, nessa semana um nome conseguiu se destacar dos demais: Anthony Bennett.
O canadense, selecionado na primeira escolha do draft de 2013, pelo Cleveland Cavaliers, foi dispensado pelo Brooklyn Nets nesta semana. Em menos de 4 temporadas na liga, ele já conseguiu ser dispensado por uma das piores franquias da NBA. Acho que nunca vi uma derrocada tão acentuada.
Tudo bem que o draft de 2013 não foi dos melhores, mas dali saíram alguns excelentes valores como Victor Oladipo (2), Otto Porter Jr. (3), Nerlens Noel (6), C.J McCollum (10), Steven Adams (12) e Giannis Antetokounmpo (15), apenas para citar alguns nomes. Na época, a reação a sua escolha foi de surpresa e ceticismo, e a maioria dos analistas estava correto. Ele simplesmente não tinha a menor condição de ser a primeira escolha do draft, e provavelmente não deveria nem ter sido uma escolha de loteria.
Logo em sua temporada de estréia, foi muito mal pelo Cleveland Cavaliers. Com diversas performances muito abaixo da crítica, logo ficou evidente que estávamos diante de um dos maiores erros da história do draft. Ele demorou 33 jogos para fazer mais de dez pontos em uma partida, demorando três vezes mais que todos os outros jogadores que haviam sido primeira escolha do recrutamento até então. Ele terminou a temporada com apenas 4,2 pontos e 3 rebotes de média.
No ano seguinte, tudo mudou. LeBron James optou por voltar ao Cavs, e com isso surgiu a necessidade de colocar veteranos ao seu redor. Assim, Bennett, junto com outros jovens atletas do time de Cleveland, foi envolvido na troca que levou Kevin Love, então no Minnesota Timberwolves, a dividir a quadra com James e Kyrie Irving.
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A expectativa era que talvez trocando de ares, o ala teria melhores chances para mostrar seu basquete. Ledo engano. Em sua segunda temporada, vieram pífias médias de 5,2 pontos e 3,8 rebotes, além de uma lesão no tornozelo e apenas 57 partidas disputadas.
No ano seguinte, 2015-16, o já decepcionante atleta assinou contrato de um ano com o Toronto Raptors, time da cidade em que nasceu, na esperança de que jogando em casa conseguisse finalmente deslanchar.
Ele acabou fazendo uma temporada pior ainda. Passou a maior parte da campanha jogando na D-League, e fez apenas 19 partidas pelo time principal do Raptors, com ridículos 1,5 pontos e 1,2 rebotes de média.
O período no Raptors foi o que selou o destino de Bennett na liga. Dirigentes e técnicos da equipe questionaram sua paixão pelo basquete, e ficou evidente que ele não tinha a mentalidade e a capacidade necessárias para o altíssimo nível do basquete da NBA.
Para essa temporada, ele ganhou nova chance no Brooklyn Nets, que tem um dos elencos mais fracos e menos coesos da liga. Culminou com a dispensa após apenas 23 partidas e algum tempo na D-League.
Então depois de três temporadas e meia, o balanço de Anthony Bennett, primeira escolha do draft de 2013, ficou em 4,4 pontos e 3,1 rebotes de média em apenas 151 jogos por 4 equipes diferentes. É, Anthony Bennett, você possivelmente conseguiu superar os jogadores que citamos no início da matéria e merece o título de pior primeira escolha do draft da história da NBA.
Nestes três anos e meio, Bennett se mostrou um jogador desinteressado, descomprometido e com sérias falhas em seu basquete. Isso a maioria dos jogadores jovens têm, mas os que alcançam sucesso na liga estão dispostos a trabalhar para corrigir e aprender, e essa era uma disposição que ele não tinha. Acredito que seu período na NBA tenha acabado. Pode ser que algum time ainda dê alguma chance na próxima pré-temporada, mas é muito difícil que venha a compor o elenco de uma franquia da NBA novamente. Triste fim.