A Karl Malonezação de Steve Nash

A igualdade dos cenários é tamanha que até assusta. Vamos lá: 1. O Los Angeles Lakers havia sido campeão recentemente, mas falhara em chegar às finais novamente por causa da disputa de egos entre suas duas maiores estrelas: Kobe Bryant e Shaquille O’Neal. O que a diretoria faz? Seduz dois futuros Hall of Famers para se juntar […]

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A igualdade dos cenários é tamanha que até assusta. Vamos lá:

1. O Los Angeles Lakers havia sido campeão recentemente, mas falhara em chegar às finais novamente por causa da disputa de egos entre suas duas maiores estrelas: Kobe Bryant e Shaquille O’Neal. O que a diretoria faz? Seduz dois futuros Hall of Famers para se juntar aos astros que já tem. Um deles em claro fim de carreira, mas que ainda não havia conseguido ser campeão, e o outro (Gary Payton), insatisfeito com sua equipe.

Com a derradeira chance de finalmente conquistar o tão sonhado anel, Karl Malone deixou o Utah Jazz, franquia que defendera por toda a carreira (onde conquistara dois MVP’s), e, aos 40 anos, aceitou um papel menor do que o que estava acostumado para poder contribuir com o time na campanha rumo ao título.

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2. O mesmo Lakers foi campeão há pouco tempo, mas falhou por duas temporadas seguidas devido a um suposto conflito entre seus dois maiores astros: Kobe Bryant e Pau Gasol. Então, a diretoria consegue trazer dois futuros Hall of Famers para se juntar a eles e reerguer o time. Um deles em claro fim de carreira, mas que ainda não havia conseguido ser campeão, e o outro (Dwight Howard), insatisfeito com sua equipe.

Com a derradeira chance de finalmente conquistar o tão sonhado anel, Steve Nash deixou Phoenix Suns, franquia que defendera por boa parte da carreira (onde conquistara dois MVP’s), e, aos 38 anos, aceitou um papel menor do que o que estava acostumado para poder contribuir com o time na campanha rumo ao título.

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Ok, as semelhanças acabam aqui. Diferentemente do que aconteceu em 2004, o Lakers falhou miseravelmente até agora na temporada, perigando ficar até mesmo fora dos playoffs. Gasol não encontrou mais seu basquete e se machucou, Howard só começou a colaborar efetivamente após o All-Star Game, o banco foi um fiasco completo. Só Kobe fez o que se esperava…

Com isso, vamos focar na relação supracitada entre os veteranos. Ambos que já não tinham mais nada para provar em suas carreiras e provavelmente deveriam ter se aposentado, mas ainda tinham lenha para queimar na liga porque seus corpos ainda permitiam isso.

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Vamos comparar os números em suas últimas temporadas antes de chegar no Lakers:

      Karl Malone      
  Pontos Rebotes Assistências %FG Roubadas Minutos
02/03 20.6 7.8 4.7 46,2 1.7 36.2
03/04 13.2 8.7 3.9 48,3 1.2 32.7
      Steve Nash      
  Pontos Rebotes Assistências %FG %3PT Minutos
11/12 12.5 3.0 10.7 53,2 39,0 31.6
12/13 12.7 2.8 6.7 49,7 43,8 32.5

Eles não são tão destoantes assim e o que muda tem lá sua explicação: Malone atuava ao lado de um monstro chamado Shaquille O’Neal no garrafão, enquanto que Nash convive com Kobe, fominha nato, ao seu lado na armação.

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Ou seja, a mudança de equipe não diminuiu tanto assim a produção dos veteranos, tiveram apenas que se adaptar aos novos companheiros. Outra semelhança entre eles é a longevidade de suas carreiras, com o ala-pivô tendo 17 temporadas fazendo mais de 20 pontos por jogo e o armador com 12 anos distribuindo mais de sete assistências por noite.

Mas assim que chegaram na franquia californiana, algo começou a dar errado.

Em 18 temporadas, Karl Malone só havia perdido 11 jogos, jogando 1459 em 1470 possíveis – fanático por treinamentos musculares, seguia a máxima de “cuide do seu corpo que ele cuidará de você”. Infelizmente, já com 40 anos (QUARENTA), ele machucou o joelho e perdeu metade da temporada. Veja o vídeo:

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[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=fwmIOKd27aA]

Ele voltou para a pós-temporada. E lesionou o mesmo joelho no primeiro jogo das Finais contra o Detroit Pistons, jogando os próximos três machucado e finalmente não teve condições de atuar no quinto e último confronto. Ah, o Lakers perdeu a série e o título.

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Então, se aposentou.

Já Steve Nash havia atuado 1202 partidas em 16 anos na liga, e nunca havia tido uma contusão séria na carreira – apesar de jogar com nariz quebrado, supercílio cortado, bocas partidas e afins. Aí, logo no início da temporada, ele tem uma microfratura na perna e perde quase dois meses:

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[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Y09Fn5CUMkM]

Por fim, na última partida do Lakers contra o Sacramento Kings, ele saiu logo no primeiro quarto e não voltou mais, por causa de lesão. Ou seja, aparentemente (tal qual Malone) o corpo já começou a traí-lo. 

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Zica? Falta de sorte? Coincidência? Praga?

O que é certo é que, pelo menos em sua primeira temporada com o Lakers, assim como aconteceu com Malone, o sonho do anel vai se distanciando de Nash (embora seja sempre bom lembrar que no caso do ala-pivô ele tenha escapado por entre os dedos).

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Nash ainda tem mais dois anos de contrato. Será que ele vai conseguir pelo menos disputar uma Final de NBA antes de se aposentar?

PS: Steve Nash é meu jogador favorito em anos. Particularmente, torço para que sua Malonezação (ou Barkleyzação, Iversonização, Ewingzação, Elgin Baylorização, enfim) não se concretize.

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