A hipocrisia de times da NBA continua fazendo “vítimas”

Enquanto equipes permitem alguns jogadores em amistosos, outros são vetados de torneios internacionais

hipocrisia times NBA Fonte: ETHAN MILLER/AFP

Há muito tempo a gente vê times da NBA vetando jogadores estrangeiros de disputas por suas seleções, mas a hipocrisia impera. O episódio envolvendo o pivô Chel Holmgren escancara ainda mais o pensamento de que a liga tapa os olhos para algumas situações, mas se opõe em outras.

O mesmo Oklahoma City Thunder, que faz um planejamento há anos para ter um time competitivo, não quis liberar Aleksej Pokusevski para disputar o EuroBasket pela Sérvia, permitiu que Holmgren jogasse amistosos nos EUA. Agora, o time não terá a segunda escolha do Draft por toda a temporada 2022/23 da NBA.

Publicidade

Sinceramente? O Thunder foi um grande hipócrita nessa e vai viver mais um ano de tank. Ou seja, mais uma temporada que não vai levar a sério e perder é a única opção. Embora houvesse a chance de isso acontecer com Holmgren na equipe, agora é oficial.

São situações assim que ficamos sem entender.

Quando é para representar a seleção dos EUA em Mundiais ou Olimpíadas, as equipes liberam imediatamente. Aliás, sequer questionam. Mas quando é com outras seleções, sempre aparecem entraves.

Publicidade

O brasileiro Nenê recebeu muitas críticas por não se apresentar pelo Brasil nos anos 2000, mas tinha de fazer seguro, pedir liberação do Denver Nuggets e, quase sempre, não podia atuar. O mesmo ocorreu com Leandrinho e até com Anderson Varejão.

Quem esteve presente no jogo entre Washington Wizards x Chicago Bulls no Rio de Janeiro em 2013, viu Oscar Schmidt criticar os brasileiros por isso. E o público o apoiou e vaiou os atletas.

Senti vergonha alheia. Sério.

Liberar um e rejeitar outro é hipocrisia dos times da NBA

Não é natural, sabe? Jogadores podem se juntar nas férias para treinamentos, mesmo que não sejam dos mesmos times, mas disputar amistoso não faz o menor sentido. Agora, quando é por seleções, a NBA boicota.

Publicidade

Até entendo o fato de equipes não quererem seus atletas jogando aqui e ali por seus países, com riscos de lesões. Imagine todo o investimento em cima de uma temporada indo por água abaixo se o seu principal jogador se machucar assim. É óbvio que ninguém vai gostar disso.

A NBA é um grande negócio. Acima do jogo, acima de torcidas, acima de qualquer coisa, é um negócio. Envolve valores que nós, mortais, não conseguimos imaginar.

De repente, Chet Holmgren, aquele que poderia tirar o Oklahoma City Thunder do tank, está fora de seu ano de estreia.

Publicidade

Não como Puku, que teve a chance de representar seu país rejeitada pela equipe, mas em um amistoso mequetrefe. Fosse lá um torneio entre ex-jogadores, como é o Big 3, vá lá. Mas aquilo ali não valia nada, não tinha apelo algum além do entretenimento.

A hipocrisia dos times da NBA causa diversos tipos de reação nos torcedores.

É patético, bizarro e imoral.

Como funcionam os seguros

Existem diferentes seguros e situações em que jogadores da NBA utilizam seus serviços.

Publicidade

Por exemplo, se o atleta faz parte da seleção dos Estados Unidos durante uma competição, ele faz parte da Elite Athlete Health Insurance Program (ou seja, Programa de seguro de saúde para atletas de elite, em português). Quem administra a EAHI é a UMR United Healthcare. Então, por até um ano, tais jogadores recebem o seguro.

No entanto, quando o jogador é de outro país, a situação é um pouco diferente.

De acordo com o jornalista Dorde Matic, do site Mozzartsport, jogadores sérvios que atuam na NBA teriam seguros de apenas 28 dias. Então, se eles quisessem atuar pela seleção daquele país, só poderiam participar das fases qualificatórias (entre 22 e 30 de agosto) e do EuroBasket (entre 1° e 18 de setembro). Outros atletas optaram pela não participação nas primeiras eliminatórias, em junho, justamente por este motivo.

Publicidade

Ou seja, se eles quisessem jogar naquelas competições, teriam muito pouco tempo de treinamento.

Mas na NBA em si, é ainda mais curioso.

De acordo com as regras da liga, os times são obrigados a fazerem seguros para os seus cinco melhores jogadores, o Athlete Disability Insurance. Então, se um deles se machuca, as equipes podem dar entrada nas documentações.

Publicidade

Por exemplo, quando Klay Thompson ficou dois anos sem jogar, o Golden State Warriors recebeu um valor considerável de seguro. O Warriors receberia por Kevin Durant, mas o atleta assinou com o Brooklyn Nets na época. Neste caso, quem ficou com o dinheiro foi o Nets.

E o Thunder, hein?

Bem, se existe culpado e vítima ao mesmo tempo é Chet Holmgren. A culpa é dele por querer atuar em um jogo que não vale nada, mas ele é, de certo modo, vítima de seu próprio erro. Vai custar a ele um ano de recuperação e mais um ponto de interrogação sobre seu físico.

Publicidade

Claro que a repercussão seria muito maior se a lesão ocorresse com LeBron James. Foi em uma jogada de James no tal amistoso que Holmgren se machucou.

Mas o Thunder tem total culpa em permitir que o seu futuro demore mais tempo a se concretizar.

De onde é que eles vão tirar tanta criatividade para “machucar” Shai Gilgeous-Alexander, Lu Dort e Josh Giddey. Nenhum dos três esteve em mais do que 56 jogos em 2021/22. Não que estivessem, de fato, lesionados, mas inventaram desculpas e mais desculpas para a não utilização deles. Daí, aparecem nomes como Georgios Kalaitzakis, Zavier Simpson, entre outros, e o Thunder perde por 50.

Publicidade

Sim, o Thunder perdeu por 138 a 88 no último jogo da temporada 2021/22. Seis jogadores entraram em quadra: Jaylen Hoard, Isaiah Roby, Vit Krejci, Melvin Frazier, além de Kalaitzakis e Simpson. Destes, apenas Krejci tem contrato para a próxima campanha. Então, não se trata de um “vestibular”, mas de um escárnio.

É óbvio que a direção da equipe não quer jogar para perder todos os anos, mas o Thunder vai para a terceira temporada de tank. Isso incomoda o torcedor do time, o fã da liga e quem mais quisesse ver Holmgren em quadra. No fim, todo mundo perde com essa hipocrisia dos times em toda a NBA.

Publicidade

Assine o canal Jumper Brasil no Youtube

Todas as informações da NBA estão no canal Jumper Brasil. Análises, estatísticas e dicas. Inscreva-se, dê o seu like e ative as notificações para não perder nada do nosso conteúdo.

Siga o Jumper Brasil em suas redes sociais e discuta conosco o que de melhor acontece na NBA: 

Publicidade

Instagram
Twitter
Facebook
Grupo no Whatsapp
Canal no Telegram

Últimas Notícias

Comentários