Na última semana, o Oklahoma City Thunder foi surpreendido ao perder duas partidas para franquias que não deveriam dar trabalho: o Phoenix Suns, por 128-122, e o Los Angeles Lakers, por 114-110. O time poderia ter saído com a vitória de ambas as partidas, vide os placares próximos, mas uma semelhança chamou a atenção.
Na derrota para o Suns, Gerald Green marcou 41 pontos (recorde na carreira), acertando 12 de 22 arremessos de quadra, sendo oito de 13 da linha de três pontos, além de converter nove de 11 lances livres. Na derrota para o Lakers, Jodie Meeks marcou 42 pontos (recorde na carreira), acertando 11 de 18 arremessos de quadra, sendo seis de 11 da linha de três pontos, além de converter todos os 14 lances livres que tentou.
Ambos os ala-armadores teriam sido marcados por Thabo Sefolosha, se o suíço não estivesse se recuperando de lesão na panturrilha esquerda. Afastado até março, seu lugar na rotação foi ocupado pelo versátil segundanista Perry Jones (discorrer sobre os prós e contras de se ter uma anomalia de 2.11m jogando na armação é tema para outro artigo).
O melhor jogo da carreira de Green:
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O melhor jogo da carreira de Meeks:
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Sem o seu melhor defensor de perímetro, Scott Brooks utilizou Derek Fisher, Kevin Durant, Reggie Jackson, Caron Butler, Andre Roberson, Perry Jones e Russell Westbrook para tentar marcar Green e Meeks. O fato é que com a lesão de Sefolosha o Thunder está tendo que se adaptar a jogar sem seu melhor defensor.
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Tim Duncan está prestes a completar 38 anos de idade. Ele atua na NBA há 16 anos, e na temporada passada quase fez história ao ficar a centímetros do seu quinto título da liga, perdendo por detalhes tanto no jogo 6 quanto no jogo 7 das Finais. O anel teria coroado uma temporada histórica do melhor ala-pivô de todos os tempos, mas não foi o que aconteceu.
Mas aí, em 2013-14, o que vemos? Mais uma vez o Spurs liderando a NBA, mesmo tendo que lidar com uma série de lesões dos seus principais jogadores, como Tiago Splitter e Kahwi Leonard. E, mais uma vez, Tim Duncan é o melhor jogador do time, mesmo atuando em minutos reduzidos, conseguindo médias de 16.8 pontos, 11.2 rebotes e dois tocos desde o dia 1º de dezembro.
Aqui, segue uma compilação de tocos dele na temporada atual. Estudos já provaram há anos que quando Timmy dá um toco, a bola invariavelmente fica com o Spurs e eles acabam pontuando no contra-ataque. É interessante ver como isso não muda com o tempo.
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Reparem como os tocos não são só sobre uns Andrea Bargnanis da NBA, mas sobre Anthony Davis, Serge Ibaka, Zach Randolph, Chandler Parsons, Paul Millsap, Roy Hibbert, Dwight Howard, Kevin Love, Monta Ellis, Chris Paul… O velhinho continua sendo um dos melhores jogadores da liga, sem dúvidas.
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Joakim Noah conseguiu dois triplos-duplos em três jogos na última semana, levando os fãs a ter orgasmos basquetebolísticos ao assistir os jogos do Chicago Bulls. Porém, era questão de tempo até que isso acontecesse, por um motivo: ele vem sendo o principal armador da franquia.
Desde a troca de Luol Deng, o Bulls perdeu um dos seus principais condutores de bola e organizadores do jogo, já que Kirk Hinrich perdeu essa característica com o tempo, e D.J. Augustin sempre foi mais conhecido por pontuar. Jimmy Butler não tem essa habilidade, muito menos Mike Dunleavy.
Sobra Noah.
No novo esquema de Tom Thibodeau, o pivô é o playmaker do Bulls, com médias de 6.2 assistências desde o dia 10 de janeiro. De lá pra cá, foram três triplos-duplos e cinco jogos com dígitos duplos em passes decisivos, sem deixar de lado sua característica entrega na defesa.
Em 2013-14, o pivô francês tem a melhor média da NBA em porcentagem de assistências (24.5%) para um pivô (com pelo menos 30 jogos em uma temporada) desde Vlade Divac em 2004, quando o Sacramento Kings jogava com o sistema ofensivo de Princeton, o que fazia com que todos tivessem que saber passar no ataque.
Só que o Bulls não joga no sistema ofensivo de Princeton, e o que é ainda mais assustador é que desde que Deng foi trocado, a média de Noah subiu para 28.6% em passes para a cesta. E desde então, o Bulls, com o seu “point-center“, venceu 20 de 30 partidas que disputou.
Com um time que deveria perder sem Derrick Rose e Luol Deng, Noah vem tendo a melhor temporada da carreira, batalhando contra lesões, e poderia ser o MVP da temporada se LeBron James e Kevin Durant não jogassem na NBA. Claro que se o prêmio fosse fiel ao seu nome (o jogador mais valioso da liga), seria mais fácil.Méritos também para Thibodeau, que com essa “alteração tática” poderia muito bem ganhar o prêmio de treinador do ano. Mais uma vez.
Para apreciação, deixo um vídeo dos melhores momentos da vitória do Bulls sobre o Miami Heat, na prorrogação, em que Noah teve 20 pontos, 12 rebotes, oito assistências e cinco tocos.
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