Ben Simmons, futura estrela da NBA

Gustavo Lima analisa o favorito a ser a primeira escolha do draft de 2016

Fonte: Gustavo Lima analisa o favorito a ser a primeira escolha do draft de 2016

https://www.youtube.com/watch?v=_OpOTNLP4hs

O ala Ben Simmons vem deixando muita gente de queixo caído com suas atuações espetaculares neste primeiro mês da NCAA. Dono de um talento enorme, o jogador australiano mostrou, nos seus sete primeiros jogos no basquete universitário, que tem todas as ferramentas para ser uma estrela da NBA nos próximos anos. Muitos scouts, inclusive, já cravam que ele é o melhor prospecto desde LeBron James. Mas é preciso muito calma nessa hora porque essas comparações são perigosas.

Não tenho dúvidas de que Simmons é o maior talento desta classe, que é um jogador especial. Versátil, ele atua como um point forward (ala que gosta de jogar com a bola nas mãos e armar a equipe), é letal no jogo de transição e vem se mostrando excepcional como finalizador na área próxima à cesta, passador e reboteiro. Simmons combina força física com agilidade, é capaz de defender tanto o perímetro quanto o garrafão e impressiona pelos instintos sem a bola. Não é todo dia que a gente observa um jogador de 2,08m de altura com visão de quadra, QI de basquete, velocidade e controle de bola acimas da média. Seus números até aqui são sensacionais: 19.9 pontos, 14.9 rebotes, 6.0 assistências, 2.4 roubadas de bola, 1.6 toco, 2.1 desperdícios de bola e 53.8% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

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O ala seria quase um jogador completo se não fosse um aspecto: a quase ausência de um arremesso de média e longa distância. Ele pontua, basicamente, nas jogadas de contra ataque, quando faz infiltrações no garrafão adversário ou quando recebe a bola no low post (área próxima à cesta). Bola de três? Ele tentou apenas dois chutes de longa distância (com um acerto) em sete partidas. Sua mecânica de arremesso ainda deixa muito a desejar.

Mas o problema da falta de arremesso pode ser resolvido com tranquilidade. É só notarmos o aproveitamento dele nos lances livres, que é de 74.5% (acertou 38 em 51 tentativas). Então, ele sabe arremessar. Nitidamente é uma questão de falta de confiança. A questão é incorporar os jump shots ao seu jogo ofensivo. Mas ele tem apenas 19 anos e muita possibilidade de aperfeiçoamento nessa área.

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https://www.youtube.com/watch?v=7_Xl61KBWb8

Por todas essas características (até a falta de um arremesso confiável), o estilo de jogo de Simmons lembra o de LeBron em início de carreira. Eu disse lembra. Não dá para comparar os atributos físico-atléticos de James com qualquer outro prospecto da história recente. Eu diria que Simmons é um híbrido de LeBron, Blake Griffin e Lamar Odom. Resta saber como o australiano será mais aproveitado na NBA, já que é capaz de atuar nas posições 3 e 4.

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Números de três dos maiores prospectos dos últimos anos nos primeiros sete jogos na NCAA

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Simmons é o melhor jogador a atuar pela Universidade do Estado da Louisiana (LSU) desde Shaquille O’Neal. O programa, que não está no rol dos mais tradicionais da NCAA, também já contou com a lenda “Pistol Pete” Maravich em suas fileiras. Muita gente acha que Simmons escolheu LSU (os gigantes Kentucky, Duke e Kansas tentaram recrutá-lo) por ser um programa fora do radar, que tem um time mais modesto e, assim, ele teria mais chances de ter números extraordinários. Outros já dizem que ele optou por defender a universidade por uma questão familiar. David Patrick, assistente técnico da equipe, é australiano e amigo de longa data da família do jogador. Na época da decisão, Simmons explicou os motivos que o levaram a escolher LSU. “Sei que muita gente vai ficar chocado por eu ter optado por LSU, mas lá é onde me sentirei mais confortável. Sinto que posso progredir muito lá”.

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Antes de chegar à NCAA, Simmons liderou a Montverde Academy, escola preparatória localizada na Flórida, a conquistar três títulos seguidos no basquete colegial. No seu último ano, ele alcançou médias de 28.0 pontos, 11.9 rebotes, 4.0 assistências, 2.6 roubadas e um aproveitamento de 70.7% nos arremessos. Por tudo isso, Simmons foi escolhido o jogador colegial do ano e o prospecto número 1 da temporada 2015/16 da NCAA.

O técnico da Universidade de North Florida, Matthew Driscoll, que trabalha no basquete universitário há quase duas décadas, viu Simmons anotar 43 pontos, pegar 14 rebotes, distribuir sete assistências, roubar cinco bolas e ainda dar três tocos contra sua equipe. Após o show do australiano, ele falou o que acha do camisa 25 de LSU. “Esse cara tem capacidade de armar, de pegar rebotes. Seu QI de basquete é impressionante. Nunca vi um pacote mais completo, nunca vi um talento como ele. Kevin Durant foi o melhor jogador ofensivo que vi, mas Simmons é completo”.

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Os torcedores de Philadelphia 76ers, Los Angeles Lakers e Boston Celtics (graças ao Brooklyn Nets), equipes que provavelmente brigarão pelo direito de ter a primeira escolha no draft de 2016, deverão mais do que nunca prestar atenção ao desempenho de Simmons. Ele tem tudo para ser a próxima estrela de alguma dessas tradicionais franquias da liga.

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Para fechar o artigo, segue um fato curioso: Simmons jogou/joga em equipes (Montverde Academy, LSU e Seleção da Austrália) cujos uniformes principais são da cor amarela. Seria um aviso dos deuses do basquete de que ele está destinado ao Lakers? Calma, gente. Foi só uma brincadeira. No draft do ano que vem tiraremos essa dúvida.

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