2014-15: 38-44, 11º lugar na conferência Oeste
Playoffs: Não se classificou
Técnico: Quin Snyder (segunda temporada)
GM: Dennis Lindsey (quarta temporada)
Destaques: Gordon Hayward e Rudy Gobert
Time-base: Trey Burke – Rodney Hood – Gordon Hayward – Derrick Favors – Rudy Gobert
Elenco
20 – Gordon Hayward, ala
15 – Derrick Favors, ala-pivô
10 – Alec Burks, ala-armador
33 – Trevor Booker, ala
11 – Dante Exum, armador
21 – Tibor Pleiss, pivô
3 – Trey Burke, armador
2 – Joe Ingles, ala
41 – Trey Lyles, ala-pivô
5 – Rodney Hood, ala-armador
27 – Rudy Gobert, pivô
25 – Raul Neto, armador
23 – Chris Johnson, ala
24 – Jeff Withey, pivô
16 – Phil Pressey, armador
13 – Elijah Millsap, ala-armador
Quem chegou: Raulzinho, Trey Lyles, Tibor Pleiss
Quem saiu: Enes Kanter, Steve Novak, Jeremy Evans
Revisão
O Utah Jazz certamente é um dos únicos times na liga que mescla a juventude de um time em modo rebuilding com o poder de fogo necessário para brigar por uma vaga na pós-temporada, principalmente na competitiva conferência oeste. A média de idade do time é de 24.38 anos. Apenas quatro jogadores nasceram na década de 80 e nenhum já chegou aos 30 anos de idade.
Em 2014/15, a equipe provavelmente fez um dos melhores movimentos de sua história recente ao enviar o pivô Enes Kanter para o Oklahoma City Thunder durante o All Star Game. Kanter era um jogador conhecido por ser ruim de grupo e, após sua saída, o time fez uma das melhores campanhas da liga pós-All Star Game (19 vitórias e 10 derrotas) e poderia ter sonhado com os playoffs se não tivesse sido tão irregular durante a primeira parte da temporada (19-34). Além disso, a saída de Kanter permitiu mais tempo de quadra ao pivô Rudy Gobert, que se tornou pilar fundamental da excelente defesa performada pelos garotos de Utah.
A equipe tinha espaço, peças e CAP suficiente para pleitear alguma estrela na última free agency, mas optou por não fazer nenhum grande movimento. A equipe seguirá dando tempo de quadra e desenvolvendo suas jovens promessas, com a diferença de que o time tem totais condições de alcançar a pós-temporada, período cuja equipe de Utah não vai desde a temporada 2011/12. Certamente o fator ‘inexperiência’ será crucial para o time que brigará pelos playoffs contra equipes com jogadores de renome como Sacramento Kings, New Orleans Pelicans e Phoenix Suns. Mas o elenco é bem montado, possui profundidade em todas as posições e caso mantenham seu grau de desenvolvimento podem virar uma potência mais cedo do que se imagina.
O perímetro
A lesão de Dante Exum machuca bastante o Utah Jazz e seus torcedores, pois é esperado que Exum entre no grupo de elite dos PGs da liga em breve. Uma lesão grave logo em seus primeiros anos de liga pode atrapalhar completamente o desenvolvimento de uma promessa. Isso torna a posição de armador a principal carência da equipe. Em primeiro lugar, porque é uma posição onde praticamente todas as equipes com chances de playoffs do oeste possuem um jogador de elite (Chris Paul, Russel Westbrook, Tony Parker, Stephen Curry, Mike Conley, Rajon Rondo, Eric Bledsoe e afins). Em segundo lugar, porque os jogadores disponíveis ainda se demonstram muito ‘crus’ para a liga.
Trey Burke ainda não conseguiu emplacar as excelentes atuações que teve na NCAA. Não é um bom defensor e, apesar de ser um armador ‘shot-first’ (que prioriza o arremesso ao passe), também não te um grande percentual nos arremessos. Burke entra em seu terceiro ano na liga e precisa mostrar resultado esse ano, pois a concorrência já está em seu encalço. Raulzinho tem um estilo completamente diferente de Trey, com um estilo mais cadenciado de jogo. Porém fez uma boa pré-temporada e arrancou elogios de toda a comissão técnica do Jazz. Será sua primeira temporada e certamente haverá tempo para adaptação, mas ambos prometem apresentar uma concorrência saudável na posição.
Além deles, a equipe conta com o retorno de Alec Burks, que jogou apenas 27 jogos na temporada passada. Burks sabe criar seu arremesso, algo que o Jazz sentiu muita falta na temporada passada. Deverá ter mais minutos de SG, mas também pode armar o jogo por alguns minutos. A grata surpresa veio por parte de Rodney Hood. O agora sophomore acertou 42% de seus arremessos de três pontos, e caso siga evoluindo seu jogo pode se tornar um jogador que facilitará o trabalho da estrela do time.
Gordon Hayward é um dos jogadores mais versáteis da liga e certamente já merece sua cadeira cativa para o jogo das estrelas. Na temporada passada, Hayward evoluiu de 16 para 19 pontos por jogo acertando 44,5% e para o Jazz melhorar na parte ofensiva é fundamental que Gordon mantenha seu nível de evolução. Hayward é um excelente ‘playmaker’ e pode inclusive jogar de ‘point forward’ na falta de um armador mais experiente no elenco.
O garrafão
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Foi no garrafão que o Jazz sofreu mais mudanças em relação ao ano anterior. A energia de Jeremy Evans, vindo do banco, certamente será sentida. Mas o time tem excelentes peças para brigar debaixo da cesta.
Rudy Gobert foi o ‘turning point’ do time na última temporada. Sua ida à equipe titular e seu tempo maior de jogo foi o que transformou a defesa de seu time entre as melhores de sua conferência. Gobert está a caminho de se tornar um dos jogadores mais dominantes debaixo da cesta. Ano passado já demonstrou estar entre os melhores reboteiros e bloqueadores da liga, além de não fazer feio finalizando do outro lado (alô Ben Wallace).
Derrick Favors tem um desenvolvimento mais lento que os demais, mas é outro defensor de elite que, junto com Gobert, torna o garrafão do Jazz tão complicado quanto o do Memphis Grizzlies. O desafio está na parte ofensiva – melhorar seu arremesso de média distância (como Serge Ibaka fez) seria de grande ajuda para o time, tendo em vista que a dupla de garrafão titular é formada por protetores do aro. Se Favors for capaz de juntar essas duas partes, certamente terá um grande futuro na franquia.
Vindo do banco de reservas, Trevor Booker é o jogador mais velho do elenco. Aos 27 anos de idade, o ‘vovô’ Booker dita o tom emocional do banco de reservas da equipe, trazendo a ‘raça’ que o coloca entre os favoritos dos fãs. Booker é um sólido defensor, ótimo reboteiro e um jogador mais versátil no ataque do que lhe é devidamente creditado. Junto com ele está a escolha do draft Tibor Pleiss. O ex-reserva de Ante Tomic no Barcelona chega à NBA fez um bom europeu ao lado de Dirk Nowitzki pela Alemanha, e chega para dar minutos de descanso à Gobert sendo um bom defensor e trazendo um excelente arremesso de média distância. O quarteto Favors-Gobert-Booker-Pleiss certamente é um dos garrafões mais profundos da NBA.
Análise geral
O time do Utah Jazz, a meu ver, é o melhor processo de rebuilding feito nos últimos anos. A equipe montou um time versátil, excelente defensora e com chances reais de ir aos playoffs na conferência mais disputada de todos os esportes americanos somados.
Como já escrito, o desafio da equipe está em melhorar seu esquema ofensivo, ao mesmo tempo em que se mantêm entre as melhores defesas da liga. A equipe obviamente não está pronta para sonhar alto. Mas dentre os que buscam se reconstruir é a que têm mais chance de se tornarem uma potência à médio prazo.
Acredito que, com todos devidamente saudáveis e sem nenhuma grande lesão, o Jazz possa cumprir o objetivo da temporada que é garantir a oitava vaga dos playoffs na disputa contra Phoenix Suns e Sacramento Kings. O desafio é complicado, mas no ritmo que estão evoluindo, é difícil não apostar na equipe que busca novamente o topo desde a época de John Stockton e Karl Malone (com todo respeito ao time de Deron Williams e Carlos Boozer, é claro).
Previsão: Oitavo colocado na conferência Oeste.