Resumo da temporada – Houston Rockets

Finalista da conferência Oeste, franquia teve sua temporada mais bem sucedida deste século

Fonte: Finalista da conferência Oeste, franquia teve sua temporada mais bem sucedida deste século

Houston Rockets (56-26)

Playoffs: Segundo colocado do Oeste, eliminado pelo Golden State Warriors em cinco jogos nas finais de conferência

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MVP do time na campanha: James Harden (27.4 pontos, 5.7 rebotes, 7.0 assistências e 1.9 roubos de bola)

Pontos positivos

– O Rockets finalizou sua mais bem sucedida neste século: o time ganhou 56 jogos e chegou às finais da conferência Oeste pela primeira vez em quase 20 anos. Para se ter uma ideia do “jejum”, a franquia havia vencido apenas uma série de playoffs desde 2000.

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– James Harden fez uma campanha acima de qualquer suspeita. Único “criador” de jogadas do elenco, o craque de 25 anos liderou o ataque de Houston ao longo do ano inteiro com médias de 27.4 pontos e 7.0 assistências. Foi segundo colocado na votação para MVP da temporada, mas venceu o prêmio pela NBPA (dado pelos jogadores). Simplesmente irretocável.

– Um de seus pontos fracos nos últimos anos, a defesa tornou-se inesperado trunfo da equipe na temporada passada. O Rockets cedeu apenas 100.5 pontos a cada 100 posses de bola aos adversários, sexta melhor eficiência defensiva da campanha regular 2014-15, sem ter seu principal protetor de aro (Dwight Howard) por mais de 40 partidas.

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– A franquia continua bem sucedida em sua tática de evitar arremessos de média distância ao máximo, aparece entre os times com menos tentativas deste tipo de chute e vê a maior parte da NBA seguir seu exemplo. Sem julgar se estão certos ou errados em sua abordagem, os texanos parecem ter convencido a liga de que esse é o caminho.   

Pontos negativos

– Dwight Howard ainda é uma presença dominante no garrafão quando saudável. O problema é manter-se em quadra. Prestes a completar 30 anos, o pivô disputou apenas 41 dos 82 jogos da campanha do Rockets e parece destinado a ter que lutar com constantes lesões a partir de agora.

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– A equipe de Houston foi muito dependente de James Harden ofensivamente, refletindo o fato de ser o único criador de jogadas genuíno do elenco. O ataque dependia de a bola estar nas mãos do ala-armador e o banco não oferecia alternativas para a armação capazes de criar consistentemente arremessos para outros.

– O Rockets liderou – com extrema folga – o ranking de arremessos de três pontos tentados por jogo (32.7), mas registrou apenas o 15º melhor aproveitamento da liga (34.8%). Uma pontaria mais precisa é totalmente possível e ajudaria a estratégia a funcionar melhor.

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– Com Josh Smith, Dwight Howard e Clint Capela no elenco, o time esteve no centro do debate sobre hack travado ao longo do ano. Os texanos sofreram com oponentes enviando de forma intencional seus péssimos chutadores para a linha dos lances livres. Os adversários pareciam sempre ter esperança de tirar vantagem rapidamente com o hack.

 

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Análise

Uma offseason decepcionante despistou as previsões sobre o que o Rockets poderia fazer na última temporada. Não seria exagero apontar os comandados de Kevin McHale como grande surpresa do ano, uma vez que, voltando a outubro de 2014, ninguém apostaria que a equipe conquistaria 56 vitórias, o título da divisão mais disputada da NBA e uma vaga nas finais do Oeste neste ano. E, quando você analisa a campanha inteira, o rendimento texano vai se revelando cada vez mais surpreendente.

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Diferente do imaginado e da impressão geral, o Rockets venceu a maioria de suas partidas na defesa: sua eficiência defensiva foi maior do que a ofensiva na temporada passada. Após um início “quente” nos arremessos, o ataque de Houston sofreu com o baixo aproveitamento nos arremessos que prioriza (três pontos) e a dependência de Harden em parte da campanha. A marcação, por outro lado, funcionou melhor do que nunca com a ajuda de um perímetro bem empenhado e sólido (Patrick Beverley, Trevor Ariza, Corey Brewer) e jogadores de garrafão móveis (Josh Smith, Dwight Howard, Clint Capela) compensando ausências pontuais.

E não deixa de ser chocante que a equipe conseguiu sua temporada mais bem sucedida em duas décadas em um ano incrivelmente repleto de contusões. A verdade é que os texanos tiveram muito azar em termos de problemas físicos: Howard ficou fora de 41 dos 82 jogos da campanha, Beverley iniciou e terminou o ano lesionado, Donatas Motiejunas não pôde atuar nos playoffs e Terrence Jones sofreu uma lesão na coluna que chegou a colocar sua carreira em risco ainda em novembro. Analisar todos os desfalques, além dos péssimos momentos em que aconteceram, e ver que esse elenco ainda conquistou tudo o que foi dito é a comprovação de um fantástico esforço coletivo.

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Trabalho coletivo que não ficou restrito às quatro linhas. Daryl Morey confirmou-se como um dos melhores GMs da atualidade realizando um trabalho brilhante com a temporada já em andamento, reforçando um grupo que (não sabia) precisaria urgentemente de reforços. Três jogadores que tiveram participações importantes nos playoffs foram adquiridos no meio da campanha por pouquíssimo valor de retorno – Josh Smith, Corey Brewer e Pablo Prigioni. A verdade é que, no fim das contas, seu trabalho fez com que nem lembrássemos que o time perdeu dois titulares (Chandler Parsons e Jeremy Lin) na offseason anterior.

Uma das formas óbvias de medir o sucesso de uma equipe são títulos. Mas, mesmo sem levar as taças do Oeste ou da ESPN, é difícil encontrar uma história de sucesso mais espetacular e surpreendente do que o Rockets em 2015. Comparar expectativas iniciais e resultados é como ver dois times diferentes em análise. A forma como Harden carregou a ofensiva de Houston, a evolução coletiva no lado defensivo da quadra e o trabalho de bastidores de Morey foram impressionantes. Os texanos são bastante odiados pelos fãs da NBA na atualidade, mas a temporada que fizeram é digna de aplausos.

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Futuro

Há motivos de sobra para otimismo quando se fala no futuro do Rockets, baseado no excelente desempenho deste ano. É lógico que a competição do Oeste é muito complicada, mas o time parece ter se estabelecido como um dos candidatos ao título e chega mais reforçado para a próxima temporada. Morey foi buscar um segundo criador de jogadas (playmaker), alguém para auxiliar Harden na tarefa, em Ty Lawson. O armador vive um dilema pessoal, mas, em condições de jogo, é um titular que os texanos adquiriram por praticamente nada do Denver Nuggets. A franquia pensava em um reserva de armação para suprir a lacuna e, na verdade, conseguiram um jogador muito melhor – não importa se será titular ou sair do banco.

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Além disso, o mais importante é que o Rockets deverá iniciar a temporada saudável. A equipe teve tantas lesões ao longo da última campanha que seu maior reforço é, provavelmente, ter todos em quadra por mais tempo e desenvolver um tipo de sequência que nunca chegou a adquirir no primeiro semestre. É simplesmente difícil imaginar mais um ano com tantos problemas físicos. Howard atuando mais do que 41 partidas, Jones à disposição por mais do que 40 jogos, Beverley e Motiejunas em forma para os playoffs são todos cenários prováveis que o time não teve.

É claro que o time teve perdas importantes, mas parece ter as soluções dentro de seu elenco para supri-las sem desespero. Josh Smith teve uma ótima temporada com o Rockets, mas os retornos de Motiejunas e Jones, além da evolução natural de Clint Capela, deverão fechar a rotação de garrafão naturalmente. O veterano Pablo Prigioni e o jovem Nick Johnson estão mais do que bem substituído por Lawson. O bom início de temporada de Kostas Papanikolaou pode ser mais do que replicado por jovens como K.J. McDaniels e Sam Dekker. Houston tem opções em seu grupo para superar as saídas e isso é o mais importante.

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No Oeste, a diferença entre um time ser eliminado na primeira rodada dos playoffs e chegar às finais de conferência é muito menor do que parece. Será fácil, de certa forma, decepcionar-se com o Rockets em 2016 caso não repitam os resultados deste ano diante de uma competição voraz. Mas a verdade é que existem razões para acreditar que a próxima temporada será tão boa quanto a anterior – o que, no Oeste, não é pouca coisa.   

 

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