DeAndre Jordan foi o protagonista da maior polêmica da história recente da agência livre da NBA na última semana, depois do pivô voltar atrás em sua decisão de fechar contrato com o Dallas Mavericks para renovar com o Los Angeles Clippers. A novela gerou dúvidas sobre a eficiência do “período de moratória”: intervalo entre 01 e 09 de julho em que atletas livres no mercado são elegíveis para negociar com as equipes, mas proibidos de assinar contratos. O prazo existe para a definição exata do teto salarial para a temporada seguinte.
No caso de Jordan, atleta e Mavericks chegaram a um acordo verbal no dia 03 e precisavam esperar mais seis dias para oficializarem o acordo. O período foi o bastante para que o titular do Clippers mudasse de ideia e decidisse seguir em Los Angeles. Debatido pela imprensa e torcedores na última semana, a situação foi um dos principais temas discutidos no encontro dos donos de franquias da NBA, que aconteceu em Las Vegas nesta terça-feira.
“Até o fim do período de moratória, você não pode ter qualquer acordo. Não há dúvidas de que isso não é o que queremos ver acontecendo e é claro que DeAndre precisa se desculpar com Mark Cuban. Não é o tipo de coisa que esperamos que ocorra na NBA e também não foi o momento de que ele está mais orgulhoso, mas DeAndre tem o direito de mudar de ideia”, avaliou Silver, reconhecendo o “buraco” nas regras da agência livre.
O executivo, porém, defendeu o período de moratória como atualmente definido e contou que a reunião não chegou a uma ideia melhor para substituí-lo. “Eu diria que é um sistema imperfeito, não existe dúvidas. Mas a questão é: existe um sistema melhor? Hoje, ninguém teve uma boa ideia sobre mudanças. Acho que o prazo poderia ser um pouco mais curto, mas, como já disse, ainda estamos tentando encontrar o balanço ideal entre a oportunidade dos times conversarem com os agentes livres e criar estabilidade para a assinatura dos contratos”, explicou.
Durante a entrevista coletiva pós-encontro, Silver ainda tratou de outros assuntos relacionados à NBA. Aqui vai um resumo sobre o que falou em relação aos mais importantes temas discutidos pelos donos de franquias nesta terça:
Proibição do hack: “Nós saímos com a mesma posição atual. Reconhecemos que somos um produto de entretenimento e, em primeiro lugar, competimos pela atenção do público. É quase uma contradição, mas os números de audiência não mostram que as pessoas estejam parando de assistir por causa disso”
Sistema de classificação aos playoffs: “O comitê competitivo da liga [que encontrou-se na segunda] recomendou que passemos a ranquear as equipes classificadas aos playoffs de primeiro a oitavo pelo recorde, sem importar quem sejam os campeões de divisão”
Mais franquias: “A NBA não planeja uma expansão no futuro breve”
Impasse da arena do Bucks: “Acho que é prematuro falarmos sobre algum prazo para um acordo. Obviamente, nós estamos mantendo todas as opções em aberto. No entanto, é nosso desejo e esperança que o time fique em Milwaukee”
Finanças das franquias: “Há um significante número de franquias perdendo dinheiro ainda, porque seus gastos excedem suas receitas. Equipes estão gastando com jogadores para competirem, tem enormes gastos na manutenção de ginásios, constroem novas arenas e há grandes diferenças na rendas de televisão locais. Os custos para um time manter sua infraestrutura subiram muito”
Locaute 2017: “Apesar dos sinais neste sentido, eu não sei se a Associação dos Jogadores vai rescindir o acordo coletivo em 2017. As discussões que temos possuem o claro objetivo de impedir qualquer tipo de greve e, talvez, até evitar que rescindam”
Times vs. Atletas: “Há projeções de que, no ano que vem, nós estaremos pagando quase US$500 milhões à Associação dos Jogadores. Este não é o rumo ideal do ponto de vista financeiro, do nosso ponto de vista. Não é algo que prevíamos quando fechamos a CBA”