Um fator está sendo determinante para o Washington Wizards estar mais competitivo nos playoffs deste ano: Paul Pierce. Além de ser uma presença que eleva a confiança do grupo, o veterano, MVP das finais da NBA de 2008, está exibindo números superiores aos da temporada regular na atual fase decisiva. A idade não permite mais que ele seja o mesmo do auge, mas o ala de 37 anos tem sido decisivo. O rendimento cresceu, Pierce produz mais pontos, acerta mais arremessos e permanece um pouco mais em quadra. Os números dizem muito sobre o camisa 34.
Na temporada regular, Pierce esteve saudável e jogou 73 partidas, todas como titular de Randy Wittman. Em 26,2 minutos por jogo, registrou uma média de 11,9 pontos. Além disso, o rendimento foi de 44,7% nos arremessos, sendo 38,9% nas tentativas atrás da linha de três pontos. Na fase decisiva, o tempo de quadra aumentou (passou a ser 30 minutos em média), e as estatísticas também: cerca de 16 pontos, 51% nos arremessos e ótimos 54% nas bolas de três, melhor aproveitamento do time.
Não só o rendimento cresceu como o veterano também está arriscando mais. Nos playoffs, está arremessando em média dez vezes por jogo, quase a mesma marca que na temporada regular, quando tentava nove vezes. Mas agora, Pierce está mais confiante para arremessar de longa distância, aumentando de quatro para sete tentativas por jogo.
Pierce afirma que está tentando aproveitar ao máximo os playoffs, pois não sabe quantos ainda será capaz de jogar. Esta semana, o camisa 34 ainda foi muito elogiado por John Wall, que valorizou a determinação do jogador. O ala, de fato, mostra estar determinado, visto que, aliado à frieza nos momentos decisivos, tem exibido um perfil vibrante em quadra. Nesta quarta-feira, contra o Atlanta Hawks, isso ficou claro em duas situações: primeiro, se mostrou desolado por ter cedido um turnover nos momentos finais do jogo, mas logo depois acertou um arremesso decisivo e comemorou efusivamente.
Está comprovado que nos momentos decisivos, a bola de segurança é Paul Pierce nos playoffs – na temporada regular, o time preferiu entregar para John Wall em alguns momentos decisivos. A estratégia tem sido em torno dele. Nos jogos 3 e 4 das semifinais diante do Hawks, o time precisou decidir nos segundos finais e ambas as estratégias foram feitas para a bola parar nas mãos do camisa 34. Ele acertou no jogo 3 e errou no confronto seguinte, mas nada que tenha apagado sua ótima atuação naquele jogo, em que acertou cinco dos sete arremessos de longa distância. No jogo 5, nesta quarta, o ala acertou dois arremessos de três decisivos no fim do jogo, um deles a oito segundos do fim. A derrota e a vantagem do Hawks na série (3-2), porém, vieram com Al Horford quase no estouro do cronômetro.
Com um banco de reservas fraco e um Wall cauteloso por causa das fraturas na mão e no pulso, o Wizards gera certa desconfiança. Mas pode continuar forte com a estabilização de Nenê, que melhorou bastante nos últimos jogos, e as boas atuações de Bradley Beal, que vem pontuando bem e fortalecendo a defesa, visto que Kyle Korver caiu de uma média de 15,5 pontos contra o Brooklyn Nets para oito ante a defesa do Wizards. Beal aliás registrou nesta quarta o seu décimo jogo de playoff com pelo menos 20 pontos, antes dos 22 anos – segundo Michael Lee, repórter do “Washington Post”, somente Kobe Bryant (18), Tony Parker (14) e LeBron James (13) obtiveram mais nesta faixa-etária.