Alonzo Mourning foi um dos melhores pivôs da NBA em uma época quando a concorrência era fortíssima: na década de 1990, ele rivalizava com craques como Hakeem Olajuwon, Shaquille O’Neal, Patrick Ewing e David Robinson. Mas os tempos mudaram. Hoje, muitos ex-atletas e analistas dizem que os EUA não formam jogadores de garrafão como antes. Para o ídolo do Miami Heat, porém, há mais uma mudança no estilo dos pivôs do que uma queda técnica.
“Nós temos pivôs mais multifacetados hoje em dia. Aqueles que pontuavam de costas para a cesta viraram quase dinossauros, sobraram uns dois ou três. Todos jogam de frente para a cesta, arremessam. Houve uma grande evolução na posição porque o basquete está mais orientado para o perímetro do que focado no garrafão”, explicou o integrante do Hall da Fama, em entrevista ao site Basketball Insiders.
Como outros ex-atletas, Mourning também acredita que seria ainda melhor do que no passado recente se jogasse atualmente. Mas o motivo principal não é o nível da concorrência. “Eu seria surreal porque o jogo não é mais tão permissivo fisicamente quanto antes. Cobraria algo como cinco a sete lances livres a mais por partida, pois enfrentava bastante contato no meu tempo. Então, diria que minha média seria de uns 22 a 25 pontos nos dias atuais”, projetou.
A queda dos pivôs em representatividade na liga se reflete na disputa pelo prêmio de MVP. Os quatro principais jogadores na discussão pelo prêmio neste ano atuam no perímetro: Stephen Curry, James Harden, Russell Westbrook e LeBron James. Mourning admite que o “quarteto” possui grandes chances de levar o troféu, mas, se tivesse direto a voto, sua escolha seria um quinto candidato.
“Anthony Davis é o pivô que me chama a atenção atualmente. Ele está em todos os lugares da quadra e atua como eu costumava quando calouro – bloqueia arremessos, pega rebotes, passa e pontua, enche a tabela de estatísticas. Teria meu voto para MVP neste momento. Eu acho que ele é pouco comentado e atuar em um mercado menor o prejudica, mas seria meu MVP”, revelou o ídolo, exaltando o astro do New Orleans Pelicans.
Em 15 temporadas na NBA, Mourning foi convocado para sete Jogos das Estrelas, ganhou o prêmio de melhor defensor da liga em duas oportunidades e conquistou o título da NBA em 2006, com o Heat. Ele nunca recebeu o troféu de MVP na carreira, mas chegou bem perto em duas oportunidades: foi o segundo atleta mais votado em 1999 e, no ano seguinte, teve o terceiro maior número de votos.