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A grande notícia da última offseason foi a volta de LeBron James ao Cleveland Cavaliers, franquia da qual havia saído pela porta dos fundos quatro anos antes. O frenesi em torno do time se tornou incontrolável quando a troca por Kevin Love foi fechada, montando um elenco de apoio ao ala que – no papel – era um dos melhores do Leste. Mas aí veio a temporada regular e o encanto acabou.
O Cavs começou a campanha muito mal e, rapidamente, foi descartado por torcedores e analistas como real candidato ao título. Love não correspondeu desde o primeiro minuto – especialmente, na defesa. Anderson Varejão, um dos xodós da torcida e muito importante para a rotação de garrafão, lesionou-se e está fora da temporada. Jogadores do elenco de apoio, como Dion Waiters, foram negociados em busca de melhores resultados. David Blatt recebeu duras críticas e muitos já começavam a dizer que ele não era um técnico bom o suficiente para a NBA. Com seis derrotas seguidas no início de janeiro, a equipe viu seu retrospecto cair para menos de 50% (19 vitórias e 20 derrotas).
Acontece que tudo mudou nas últimas semanas. Jogadores que chegaram por meio de trocas têm produzido muito bem. Timofey Mozgov e J.R Smith aterrissaram para assumir a titularidade de suas posições. O primeiro produz nos dois lados da quadra e melhorou sensivelmente a defesa de garrafão do Cavs, aliviando as críticas sobre Love. O segundo provou-se, ao longo da carreira, bom pontuador e atleta de energia quando inserido no ambiente correto – o que parece ser o caso em Cleveland. Diferente do início da campanha, quem chegou está correspondendo de imediato.
O próprio LeBron, recentemente, comentou que a dinâmica de jogo mudava quando se tinha um pivô do tamanho de Mozgov, com tamanha habilidade. E realmente é isso que acontece – não apenas no ataque, mas na defesa. O tamanho e a força física ainda são grande parte do sucesso de um defensor. Não significa que para marcar eficientemente é preciso ser grande e forte. Mas, se for, melhor.
Inconstante no começo do ano, o Cavaliers já venceu dez jogos consecutivos e “cavalga” de volta ao topo do Leste. Vai ser quase impossível alcançar o Atlanta Hawks, mas o time de Ohio está apenas três jogos atrás do líder de sua divisão, Chicago Bulls. Com certeza, o Cavaliers ruma para ser uma ameaça ao título do Bulls na divisão Central.
O sucesso recente, porém, não se deve exclusivamente a boas trocas e ao sucesso dos novos atletas. Isso é óbvio. Na verdade, pode-se dizer que a boa fase tem como principal representante alguém que já estava em Cleveland antes praticamente todos no elenco: Kyrie Irving. O armador de 22 anos tinha uma tarefa difícil e responsabilidade inédita em ser o “número 2” de uma franquia candidata ao título. E, após um começo irregular, ele desabrochou.
Irving é um dos jogadores mais perigosos da NBA. O armador possui médias próximas de 28.0 pontos na atual sequência de dez vitórias – com direito a uma atuação de 55 pontos e 11 cestas de longa distância contra o Portland Trail Blazers. Faltou apenas um ponto para que ele igualasse o recorde de LeBron de maior pontuação de um atleta do Cavs.
Após um começo cheio de dúvidas, quando tudo ensaiava desmoronar, o Cavs renasceu. LeBron, que não era culpado pela má fase, tem jogado muito bem e feito tudo que se espera de um astro do calibre dele para elevar seu time. Todas as trocas deram certo e o Irving vem mais uma vez provando porque era tido como um dos maiores talentos da década quando entrou na NBA em 2011. Os rumores sobre Blatt desapareceram. Cleveland deu um giro de 180º e, mesmo ainda não possa ser chamado de candidato ao título novamente, acho que já é seguro dizer: se os playoffs começassem hoje, ninguém no Leste gostaria de enfrentá-los.
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