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Duas derrotas em casa por mais de 20 pontos de diferença em duas semanas parecem ter sido o bastante para escancarar uma crise no Cleveland Cavaliers. De acordo com Brian Windhorst e Marc Stein, da ESPN, dirigentes da franquia estariam seriamente preocupados com a relação do treinador David Blatt com os jogadores do elenco. Internamente, há crescentes dúvidas se o time vem respondendo às orientações do técnico – calouro na NBA – dentro de quadra.
Questionado sobre o assunto depois da derrota diante do Detroit Pistons, no último domingo, o profissional de 55 anos minimizou os boatos. “Eu não estou preocupado se perdi o controle da equipe. Estou mais preocupado em vencer jogos e com o modo como estamos atuando. Nós tivemos um ótimo início hoje, mas perdemos nossa energia e competitividade ao longo da partida. Isso não pode acontecer”, afirmou Blatt, muito vitorioso no basquete europeu.
A percepção de que o nível de esforço e comprometimento dos atletas cai a cada jogo do Cavs seria um dos sinais que não agradam a direção da franquia. Nos tempos técnicos, repórteres observam que vários comandados não prestam atenção às palavras do treinador e mostram uma postura, no mínimo, negligente. Ao saber dos rumores, o astro LeBron James pareceu defender mais o trabalho que é feito em Cleveland do que, propriamente, o técnico.
“Vocês poderiam especular essas coisas quando estávamos vencendo também, mas só fazem nas derrotas porque parece melhor. Nós não estamos juntos há muito tempo e querer sucesso instantâneo é muito difícil aqui. David é o nosso treinador. Afinal, quem é o outro treinador que temos aqui?”, questionou o ala, que já chegou a dizer que não precisa pedir permissão a Blatt para jogar mais com a bola nas mãos e assumir as ações no ataque.
O “outro técnico” poderia ser o ex-armador Tyronn Lue. Segundo Windhorst e Stein, diversos jogadores mostram mais conforto e estariam mais dispostos a se comunicar com o auxiliar – profissional mais bem pago do cargo na NBA – do que com o líder da comissão técnica. Ele seria, naturalmente, o primeiro nome na lista para assumir a equipe no caso de demissão do atual treinador.
Em um tom diferente de LeBron, o armador Kyrie Irving foi bem mais incisivo ao sair em defesa de Blatt e defender sua permanência no comando do Cavaliers. “Eu vou fazer tudo o que for preciso pelo técnico David e tenho certeza que todos os atletas aqui compartilham do meu sentimento”, afirmou, sem dar sinais de mal estar entre o comandante e o grupo.
Blatt pode trabalhar há pouco tempo na NBA, mas sabe que os rumores não vão embora sem resultados e admite que a recente perda do pivô Anderson Varejão pelo resto da temporada tem tudo para complicar ainda mais o trabalho. Mas ele garante que os boatos que circulam não tem o menor fundamento. Às vezes, derrotas não refletem mais do que simplesmente acontece em quadra.
“Eu realmente acredito que tenho a atenção dos jogadores. Nós só não jogamos bem e não acho que tenha qualquer problema além das atuações. Nossas dificuldades não têm nada a ver com as questões que tenho ouvido. Não acho que especular isso seja certo ou justo. Não dá para vencer 18 em 30 partidas sem respeito e compreensão de todos os lados”, encerrou o técnico, acreditando que todos os problemas do Cavs começam a terminam dentro de quadra.