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Já faz quase um ano que Kobe Bryant assinou sua extensão contratual de US$48.5 milhões com o Los Angeles Lakers, mas o assunto está longe de sair dos holofotes. O pior início de temporada da história da franquia reacendeu as discussões sobre o impacto do vínculo nas chances do time montar um elenco competitivo. Voltando a ser questionado sobre o tema, o ala-armador de 36 anos decidiu largar o discurso politicamente correto e se defender.
“Eu aceitei um desconto para seguir aqui. Ele foi tão grande quanto muitos torcedores queriam que fosse? Não. Foi o bastante para ajudar a estarmos entre os candidatos ao título? Sim, foi”, cravou o ídolo, que assinou o vínculo quando se recuperava de uma grave lesão no tendão de Aquiles e era elegível a um contrato com valor máximo ainda maior do que o recebido atualmente.
Para Kobe, o alto salário que recebe é produto de uma relação custo-benefício que vai muito além de pontos. Trata-se do que um dos jogadores mais populares do mundo proporciona ao Lakers em renda. “Eu acho que é preciso também olhar para o basquete como um negócio. A NBA é um negócio e você tem que analisar indivíduos pelo que eles geram ao mercado. Não dá para separar isto da produção dentro de quadra”, explicou.
Contratos assinados por veteranos como Tim Duncan e Dirk Nowitzki, que aceitaram ganhar US$10 milhões anuais ou menos para que suas equipes fossem mais competitivas, fazem o ala-armador ser visto como um mercenário entre várias torcidas. Em duas décadas na NBA, ele já aprendeu a não dar ouvidos para as críticas e acredita que está certo. O problema não é seu contrato, mas o sistema salarial da liga.
“É um grande golpe para os donos de franquias colocarem atletas em uma situação em que são pressionados pela opinião pública a receberem menos do que podem. Se não aceitar menos dinheiro, você é criticado por isso. É brilhante, mas não caio nessa. E eu sei que a nova líder da Associação dos Jogadores também não”, afirmou o craque, dando a entender que apoia um locaute em 2017.
Em sua 18ª temporada na NBA, Kobe comanda um enfraquecido Lakers e contrariou previsões ao recuperar-se completamente da ruptura no tendão. O ídolo angelino disputou as 13 partidas desta temporada e registra médias de 26.7 pontos, 5.1 rebotes e 4.2 assistências. No entanto, as maiores críticas ao seu jogo estão no aproveitamento de arremessos: 37.8% de acerto nos tiros de quadra (pior índice da carreira) e 28.6% nas bolas de longa distância.