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O primeiro atleta assumidamente homossexual das quatro grandes ligas norte-americanas está deixando as quadras. O pivô Jason Collins anunciou sua aposentadoria nesta quarta-feira, da mesma forma que revelou ser gay: em uma matéria para a revista Sports Illustrated. O agora ex-jogador de 35 anos disputou 13 temporadas na NBA.
“Depois da última temporada e na offseason, meu corpo mandou a mensagem que todos os atletas recebem em algum momento. Esta é uma liga de jovens e ninguém vence o tempo. Sinto-me sensacional por ter sido parte de um marco para o esporte e os direitos dos gays, além de ter sido apoiado pelo público, treinadores, jogadores, a NBA e a história”, contou o veterano, que estava sem time desde junho deste ano.
Collins ainda realizou uma entrevista coletiva no Barclays Center, ginásio da última equipe que defendeu (Brooklyn Nets), para oficializar sua retirada do basquete. Especialista defensivo, ele nunca se destacou por grandes números ou foi reconhecido como um grande jogador. Isto até pode ser visto como um fracasso por alguns, mas não pelo pivô.
“As pessoas vão colocar diferentes rótulos em você após 13 anos de carreira. Primeiro de tudo, eu sempre quis meu legado fosse ser conhecido como um ótimo companheiro de time, que se sacrificou pelas equipes. Seja no ataque, fazendo bloqueios e abrindo caminho para outros, seja na defesa, jogando de forma física e tratando de impedir pontos no garrafão”, explicou, justificando a boa imagem que criou dentro da liga.
Desde que Collins assumiu a homossexualidade, outros atletas mais jovens revelaram serem gays. O jogador de futebol americano Michael Sam, selecionado na sétima rodada do último draft da NFL, e o armador Derrick Gordon, da Universidade de Massachussets, foram dois deles. E o ex-pivô garante existirem mais em vários esportes.
“Há gays em todos os esportes profissionais e eu conheço alguns deles. Quando chegarmos ao ponto em que um atleta homossexual não precise viver com medo da reação dos companheiros de time e esconder-se atrás de uma imagem falsa, então sair do armário não será grande coisa. Mas nós não chegamos lá ainda”, afirmou, admitindo só ter dado o primeiro passo de uma revolução maior.
Collins disputou 735 partidas na NBA por seis franquias diferentes – Nets, Wizards, Grizzlies, Timberwolves, Hawks e Celtics –, registrando médias de 3.6 pontos e 3.7 rebotes em pouco mais de 20 minutos de ação por noite. Ele chegou às finais da NBA em seus dois primeiros anos na liga, pelo Nets, e considera que seu melhor momento na carreira foi a decisão do título de 2003, quando enfrentou o San Antonio Spurs e marcou Tim Duncan.