Cleveland Cavaliers
2013-14: 33-49, 10° na conferência Leste
Playoffs: não se classificou
Técnico: David Blatt, primeira temporada
GM: David Griffin, segunda temporada
Destaques: LeBron James, Kyrie Irving, Kevin Love
Time-base: Kyrie Irving – Dion Waiters – LeBron James – Kevin Love – Anderson Varejão
Elenco
2- Kyrie Irving, armador
8- Matthew Dellavedova, armador
21- A.J. Price, armador
3- Dion Waiters, ala-armador
18- Mike Miller, ala-armador
12- Joe Harris, ala-armador
23- LeBron James, ala
1- James Jones, ala
24- Shane Edwards, ala
0- Kevin Love, ala-pivô
13- Tristan Thompson, ala-pivô
31- Shawn Marion, ala-pivô
89- Lou Amundson, ala-pivô
17- Anderson Varejão, pivô
33- Brendan Haywood, pivô
53- Alex Kirk, pivô
Quem chegou: LeBron James, Kevin Love, Shawn Marion, Mike Miller, James Jones, Brendan Haywood, Lou Amundson, Alex Kirk, A.J. Price, Joe Harris (draft)
Quem saiu: Anthony Bennett, Earl Clark, Luol Deng, Carrick Felix, Alonzo Gee, Spencer Hawes, Jarrett Jack, Sergei Karasev, C.J. Miles, Tyler Zeller
Depois de quatro anos, LeBron James retorna ao Cleveland Cavaliers e, seus antigos desafetos fãs, vibraram com a notícia de sua volta. O mundo dá voltas, afinal de contas. Quando James saiu para o Miami Heat, camisas e banners foram queimados. Desta vez, sem um The Decision, o astro chega com um discurso bem mais humilde e assim como fizera com Dwyane Wade, afirmou que o Cavs é o time de Kyrie Irving. Essa diplomacia vai até a segunda página, entretanto.
Por mais que Irving tenha sido o MVP do Jogo das Estrelas e titular do time dos Estados Unidos na campanha vitoriosa no Mundial, a formação do trio composto por Kevin Love e os dois, partiu de LeBron. Foi ele quem convenceu o ala-pivô a rejeitar todas as propostas feitas e fazer parte de uma equipe vitoriosa — ao menos no papel. James ainda trouxe alguns de seus amigos dos tempos de Heat, como Mike Miller e James Jones, e por fim, assegurou a permanência do brasileiro Anderson Varejão, cotado para ser trocado nos últimos anos.
O Cavs ainda foi atrás do veterano Shawn Marion, que estava no Dallas Mavericks. Marion é um excelente defensor, mas que está longe de seu melhor momento da carreira.
Para comandar tudo isso, a diretoria contratou David Blatt. Desconhecido no meio da NBA, Blatt é um treinador de sucesso no basquete internacional. Foi campeão pelo Maccabi Tel Aviv na EuroLiga e conduziu a Rússia ao pódio das Olimpíadas de Londres.
O perímetro
Irving deverá dividir o tempo com a bola nas mãos com LeBron, mas o Cavs ainda possui outros jogadores com essa característica, como Dion Waiters e até mesmo Miller. James faz bem o point-forward, e se movimenta também sem que tenha a obrigatoriedade de conduzir o jogo o tempo todo. Seu arremesso de longa distância já não é mais um problema — acertou 39.1% somando as últimas duas temporadas. Mas sua principal característica é encontrar um colega livre. Ele faz seus companheiros melhores e Irving deverá se beneficiar disso.
Waiters passou boa parte de 2013-14 saindo do banco de reservas, mas Blatt confia em seu arremesso para seguir entre os titulares. Sabe jogar com e sem a bola, porém evita partir para a bandeja a todo momento, muito por conta da falta de pontaria nos lances livres — ele converteu 68.5% das tentativas. Miller deverá ser sua sombra durante todo o ano. Especialista em arremessos de três, o veterano ainda consegue andar, apesar de seus enormes problemas nas costas e nos joelhos. O calouro Joe Harris é uma aposta para quando Miller não estiver bem e demonstrou ser uma opção interessante durante a pré-temporada.
O Cavs ainda conta com o australiano Matthew Dellavedova, improvisado como armador. Suas características no controle de bola o fizeram como o principal reserva de Irving. A.J. Price também está no elenco.
Marion deverá atuar tanto na ala, como mais próximo do garrafão, sendo um ala-pivô baixo. O experiente atleta tem um dos arremessos mais feios da NBA, mas é eficiente. Ele só não pode se apaixonar pela linha de três, onde tem um aproveitamento irregular. Na época em que jogava no Phoenix Suns, teve anos acertando quase 40% e outros abaixo de 20%.
Jones está no elenco para tentar encerrar a carreira com mais um anel. Só entrará em quadra em casos de extrema necessidade ou em ocasiões especiais. Leia-se: garbage time.
O garrafão
O GM LeBron teve dificuldades para fazer com que Love se juntasse a ele e Irving. O primeiro passo foi um telefonema. Houve um acerto, mas oficialmente, a NBA não poderia saber disso. Pelas regras, um calouro não pode ser trocado antes de 30 dias e quase que tudo foi por água abaixo. Andrew Wiggins finalmente completou um mês de Cavaliers e então, foi envolvido em uma negociação com três times. Wiggins sentiu-se desprezado e afirmou que jogaria para a equipe que o quisesse de verdade.
Agora, falando do jogo em si, Love não terá grandes dificuldades em quadra. Excelente arremessador, o ala-pivô pode jogar aberto ou próximo da cesta, dependendo da rotação. Seu verdadeiro teste será na defesa, mas Blatt afirma que eventuais falhas terão coberturas e o time deverá optar por zonas. Assim, os buracos deixam de existir na maioria das vezes e o time deverá pressionar o adversário para arremessar de longe.
Seu companheiro no garrafão ainda não foi completamente definido. Blatt andou testando Tristan Thompson e o brasileiro Anderson Varejão. No entanto, nenhum dos dois são protetores de aro, essencialmente.
“Esse é um bom problema que tenho [risos]. A meu ver, os dois são bem parecidos: bons reboteiros que se dedicam em quadra colocando o time sempre em primeiro lugar”, afirmou em entrevista ao jornalista Ricardo Stabolito. “Acredito ter dois titulares em mãos e vou utilizá-los dependendo das situações que o jogo apresentar. Não há uma resposta errada para mim”.
Pela experiência, acredita-se que em um primeiro momento Varejão seja o favorito. Fanático por rebotes, o pivô tem em seu currículo diversas lesões que o atrapalharam durante a carreira. Com um tempo de quadra adequado, sua situação melhora e não corre tantos riscos de se ausentar por longos períodos.
Thompson tem um estilo mais atlético, mas é considerado baixo para ser o pivô que Blatt deseja. No banco, o treinador ainda conta com Brendan Haywood, Alex Kirk, e Lou Amundson.
Análise geral
A transição do basquete FIBA para a NBA não deve ser um obstáculo para Blatt. Ele causou boa impressão nos amistosos com um time rápido, atlético, e com boa pontaria, mas travando o garrafão na defesa. Não chega a ser uma grande surpresa tática, mas ao mesmo tempo consegue montar a equipe como bem quer.
LeBron é a chave para o sucesso do Cavs em seu retorno. Claro que tudo depende de uma adaptação e é apenas o primeiro ano deste grupo, o que pode trazer eventuais problemas em momentos decisivos. Em termos de talento, é um dos times mais fortes, porém não é homogêneo. Conta com peças individualmente excepcionais, é fato. No entanto, essas peças foram pouco provadas coletivamente. Jogos de pré-temporada servem apenas como testes. Os primeiros dois meses da fase regular deverão ser os mais importantes nesse sentido. Se engrenar, é candidato ao título.
Love não quer ser como Chris Bosh foi no Heat e até foi alertado pelo mesmo há algumas semanas. Seu papel na equipe não vai ser o mesmo dos tempos de Minnesota Timberwolves, porém ainda assim será importante no ataque. Irving quer dividir o foco na condução das jogadas. Receber a bola livre é algo raro para ele, e com James, isso vai acontecer. LeBron força o adversário a fazer marcações duplas em determinados momentos, abrindo a defesa.
Não chega a ser impossível ver o Cavs levantando a taça de campeão pela primeira vez em 45 anos, mas a filosofia, os jogadores, o estilo de jogo, são coisas muito recentes para que o grupo esteja totalmente pronto.
Previsão: 1° lugar na conferência Leste
