Onde nascem as lendas

Ricardo Romanelli exalta a participação dos grandes astros de Spurs e Heat nas séries finais de conferência

Fonte: Ricardo Romanelli exalta a participação dos grandes astros de Spurs e Heat nas séries finais de conferência

Um mantra que sempre repetido em tempos de playoffs é que este seria o momento de “separar os homens dos meninos”. Pois bem, conforme a disputa vai afunilando, chegamos a uma fase onde se pode dizer que separamos os homens das lendas.

É inegável que as quatro equipes que ainda disputam o título da NBA foram, durante a maior parte do ano, as melhores da liga. Isso mostra como, apesar de nos entregar partidas emocionantes, o sistema de playoffs da NBA é também o mais justo, que premia os melhores times com o formato de série melhor de sete jogos.

Aqui, a NBA chega à etapa em que aqueles que realmente são os melhores do mundo deixam para trás os que não corrigiram seus (poucos) erros durante a temporada regular. O Indiana Pacers fez praticamente duas temporadas regulares: uma , impecável, nos primeiros 50 jogos e outra, bem falha, nas últimas partidas e nos playoffs. Mesmo assim, mais pela fragilidade do Leste do que por sua própria força, está na final de conferência. Depois de batalhar o ano inteiro pela vantagem de decidir em casa contra o Heat, sucumbiu no segundo jogo a uma espetacular atuação ofensiva de LeBron James e Dwyane Wade no quarto decisivo.

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James e Wade mostraram, mais uma vez, porque juntos são os atuais bicampeões da liga. Fizeram 22 dos últimos 25 pontos do Heat, enquanto o Indiana via sua defesa sucumbir e apenas Lance Stephenson fazia grande partida ofensiva. Paul George, que fez bela temporada regular, pouco fez nestes playoffs e tem média uma partida boa para cada péssima. Além de tudo, não conseguiu sequer fazer sombra na hora de marcar o astro adversário no final da partida. Ambos fizeram temporadas similares, mas nas fases decisivas, LeBron mostrou porque já é uma lenda, ao passo que George mostrou que ainda tem que percorrer um grande caminho para chegar a este patamar.

Chega até a ser injusta esta comparação na outra série. Tim Duncan talvez seja o maior vencedor de sua geração. Pode não ser o jogador mais badalado, mas, com certeza, é o mais regular e o que melhor se adaptou a uma nova. Mesmo assim, ele demonstrou toda sua força no primeiro jogo da série, demonstrando porque compõe o Olimpo do basquete. Com Serge Ibaka fora, o ala-pivô vai passear neste duelo, possivelmente levando o Spurs a mais uma final da NBA. Este é o tipo de retrospecto que destaca um atleta de maneira definitiva em relação a seus pares.

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Kevin Durant, atual MVP, tem feito sua parte. O ala do Oklahoma City Thunder fez mais de 30 pontos em nove dos 14 jogos de playoff até aqui – uma marca realmente impressionante. No entanto, sua equipe de apoio tem deixado a desejar e feito algumas partidas irregulares e, por isso, o Thunder não foi tão dominante nas duas primeiras séries. Para o azar de Durant, a excelente fase de Duncan e do Spurs vai ser demais para o Thunder lidar, especialmente com a lesão de Ibaka.

As séries de final de conferência ainda estão no começo, mas tudo se desenha para uma repetição do embate do ano passado, entre Spurs e Heat. No momento de decisão em que separam-se as lendas dos bons jogadores, Spurs e Heat vencem porque Duncan, LeBron e seus companheiros já possuem este status. Resta ver se Pacers e Thunder possuem potencial para tanto, pois para vencer seus oponentes terão que se tornar novas lendas da NBA.

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