De olho no seu time #3 – Chicago Bulls

Ricardo Stabolito Jr. discute com convidados a situação atual e o futuro da franquia de Illinois

Fonte: Ricardo Stabolito Jr. discute com convidados a situação atual e o futuro da franquia de Illinois

“De olho no seu time” é uma coluna em que o Jumper Brasil foca sua análise em uma equipe específica, interagindo com torcedores e fãs que gerenciam páginas brasileiras sobre as franquias. Kaio Kleinhans e Ricardo Stabolito Jr. coletam perguntas entre a torcida dos times e convidam os blogueiros/internautas – além de convidados especiais – para ajudá-los a esclarecer as questões.

O Chicago Bulls é o tema da terceira edição da coluna “De olho no seu time”.

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Durante as últimas semanas, nós consultamos alguns torcedores do Bulls para coletar algumas perguntas que julgam importantes a respeito do time neste momento e, desde já, agradecemos suas contribuições. Para respondê-las nesta edição, Ricardo Stabolito Jr. recebe: Vitor Silva e Jorge Santos (do blog BullsBrasil), Rafael Agovino (do blog Olho de Chicago) e Luís Araújo (blog Triple Double, do iG).

 

1. Após a troca de Luol Deng, você acredita que os planos da direção do Bulls estavam mais ligados aos playoffs ou ao draft?

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Vitor Silva: Draft. Ele vinha sendo o melhor jogador do time depois da lesão de Derrick Rose, mas a equipe não conseguia vencer. Trocá-lo com o Cavaliers foi uma manobra para pensar em 2015, pois a campanha continuaria negativa e a chance de um calouro promissor vir para Chicago aumentaria bastante.

Jorge Santos: Playoffs. Na verdade, os planos da direção com a troca eram enxugar a folha salarial: o time economizou quase US$20 milhões e evitou multas por exceder o teto da liga. Após a negociação, as intenções do Bulls sempre estiveram mais ligadas aos playoffs do que ao draft. Tom Thibodeau dificilmente aceitaria uma “política” de perder jogos.

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Ricardo Stabolito Jr.: Draft. Os primeiros 20 dias pós-lesão de Rose foram péssimos e deram uma imagem errada do que seria a temporada do Bulls. Diante daqueles primeiros resultados, a franquia pode ter pensado que a loteria seria inevitável – e, neste caso, não fazia sentido manter um atleta que tinha boas chances de sair ao fim da temporada mesmo (Deng).

Rafael Agovino: Não acho que a troca tenha sido baseada necessariamente em playoffs ou draft. Era uma situação inevitável porque Deng não era a segunda estrela que precisávamos ou encaixava-se do ponto de vista financeiro, depois de ter recusado uma oferta de extensão considerada justa pela franquia. Para mim, tudo foi feito pensando na reestruturação do time para a próxima temporada.

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Luís Araújo: Os planos estavam voltados para o futuro, de uma forma geral. Sinceramente, eu não acho que a intenção da franquia no primeiro momento era “jogar a temporada fora” para buscar uma boa escolha de draft. A saída de Deng tem muito mais a ver com a criação de maior flexibilidade salarial.

 

2. Verdadeiro ou falso: Joakim Noah é o pivô do quinteto ideal da temporada.

Vitor Silva: Verdadeiro. Noah cresceu após as baixas no elenco e isso se reflete em quadra. Um pivô com dígitos duplos em pontos e rebotes, que lidera a equipe em assistências, se impõe no garrafão e está entre os cinco melhores jogadores da temporada entraria em qualquer seleção.

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Jorge Santos: Verdadeiro. Desde a lesão de Rose, Joakim Noah assumiu a liderança do Bulls e tornou-se um pivô bem completo. O ritmo e a emoção com que joga, a disputa por cada bola e a forma com que incentiva os companheiros estão produzindo ótimos números e constantes triplos-duplos.

Ricardo Stabolito Jr.: Verdadeiro. Pela forma como liderou a reviravolta do Bulls dentro de quadra, Noah merece ser reconhecido como o melhor pivô da temporada. Eu não acho que exista muita discussão em relação a isso.

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Rafael Agovino: Falso, infelizmente. Noah está na melhor fase de sua carreira e seu valor vai além dos números para o Bulls. Sua liderança e energia transcendem estatísticas, mas isso pode não ser bom para sua causa. Outros pivôs estão melhores respaldados do que ele em termos de números e elenco, por isso eu não acredito que entre na primeira seleção.

Luís Araújo: Verdadeiro. Hoje, Noah é o melhor pivô da liga e o jogador da posição cinco de maior impacto na temporada (sim, mais até do que Dwight Howard). Sendo obrigatório votar em um pivô de ofício, ele é quem deve entrar.

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3. Quão longe pode chegar o Bulls nos playoffs desta temporada?

Vitor Silva: Se as lesões não atrapalharem o time nos playoffs (Rose em 2012, Deng e Hinrich em 2013), o Bulls pode chegar longe. Não ao título, mas longe. O time pode não ter a técnica das equipes do Oeste ou o elenco dos favoritos do Leste, mas se doa muito em quadra e isso faz a diferença em uma série de sete jogos.

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Jorge Santos: Semifinais de conferência. O Bulls não pôde contar com Rose nos playoffs do ano passado e, mesmo assim, venceu o Brooklyn Nets. Além disso, vendeu caro a série contra o Miami Heat. A saída de Deng não levou embora a filosofia de Tom Thibodeau e a equipe irá dar muito trabalhos aos adversários neste ano.

Ricardo Stabolito Jr.: Semifinais de conferência. A princípio, o Bulls não tem time para bater Indiana Pacers ou Miami Heat em uma série de sete jogos. Mas, tirando ambos, eles são tão bons quanto qualquer equipe do Leste. Sempre conseguem alcançar um degrau a mais por causa da intensidade, disciplina e mentalidade com que atuam.

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Rafael Agovino: Semifinais de conferência. O Bulls é um time surpreendente. O grupo é unido e forte, apesar das baixas importantes. Ainda assim, vejo a equipe caindo na segunda fase – o que já seria uma superação perto do quadro de horror imaginado depois da lesão de Rose e a troca de Deng.

Luís Araújo: Semifinais de conferência é uma meta bastante razoável, mas isso depende do emparelhamento. Um cruzamento com o Nets – que cresceu demais nos últimos meses – na primeira rodada, por exemplo, pode não ser bom negócio. Encarar Heat ou Pacers de frente até pode ser uma perspectiva real, mas vencer um deles em uma melhor de sete parece algo fora de alcance.

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4. Qual seria o impacto de uma eventual saída de Tom Thibodeau do comando do time na próxima temporada?

Vitor Silva: Enorme. Thibodeau vem crescendo como técnico e é peça-chave nesta nova fase do Bulls. Mesmo tendo que lidera com várias baixas no time, ele consegue tirar o melhor com os atletas do elenco e os resultados estão aí: campanha positiva e uma das melhores defesas da liga.

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Jorge Santos: Grande. Thibodeau deu um novo padrão de jogo ao Bulls e tornou a equipe em uma das melhores defesas da liga. Conseguiu passar uma mentalidade vencedora aos atletas. Sua eventual saída representaria um retrocesso nos planos de conseguir o tão aguardado sétimo título.

Ricardo Stabolito Jr.: Gigante. Thibodeau é a materialização não apenas de esquemas, mas, acima de tudo, da mentalidade com que o Bulls joga. Sua saída seria extrair grande parte da identidade do time hoje.

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Rafael Agovino: Enorme. Sua saída seria loucura, uma burrice. A direção tem que agradecer Thibodeau pela mudança de cultura em Chicago, por trazer um espírito coletivo e vencedor ao time. Ele é meio workaholic e poderia gerenciar melhor os minutos das rotações, mas isso não é nada que não possa ser ajustado. Sem “Thibs”, daríamos um passo enorme para trás.

Luís Araújo: Seria a pior coisa que poderia acontecer ao Bulls. Arrisco dizer que Thibodeau é mais responsável pelo que o time tem conseguido nesta temporada do que qualquer jogador. Além de montar defesas fortes como nenhum outro técnico, ele consegue tirar o melhor de cada atleta. A permanência de Thibodeau deve ser prioridade para o futuro.

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5. Anistiar Carlos Boozer para poder contratar um agente livre de peso (Carmelo Anthony, especula-se) seria um movimento inteligente?

Vitor Silva: Sim. Boozer está perdendo espaço na rotação e Taj Gibson tem correspondido com maior tempo de quadra. Anistiá-lo abrirá bastante espaço na folha salarial para realizar uma dessas ações: trazer um ala ou ala-armador all star, montar um elenco forte ou fechar a vinda de Nikola Mirotic para Chicago.

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Jorge Santos: Sim. Boozer não conseguiu agradar a maioria dos torcedores e o alto valor de seu contrato limita a flexibilidade financeira do time. Com sua anistia, o Bulls poderá contratar um all star para ser o novo companheiro de Rose ou, talvez, trazer Nikola Mirotic – apontado como o melhor jogador atuando fora dos EUA.

Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Sempre que você tem a chance de contratar um astro, um dos dez ou 15 melhores jogadores da liga, faça. Eu não sei se alguém como Carmelo seria um encaixe perfeito com Rose, mas lembre-se que Wade e LeBron também não eram no início.

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Rafael Agovino: Sim. Acredito que trocá-lo seria mais vantajoso, mas é difícil que algum time dê algum retorno por seu contrato. Então, anistiá-lo e excluir seu salário da folha salarial seria sim o mais inteligente a fazer: possibilitaria ao time fortalecer o elenco com Carmelo ou outro ótimo jogador e Taj Gibson está pronto para assumir a função de Boozer a menor custo.

Luís Araújo: Sim, mas o processo teria de ser muito bem feito. Boozer pode não valer o que recebe, mas é uma peça ofensiva confiável em um ataque com dificuldades para pontuar. Pagar o restante do contrato dele para não o utilizar só seria um movimento inteligente se representasse um salto de competitividade bastante evidente. É possível dizer que ele só vai ser anistiado se o dono da equipe tiver a sensação de que o Bulls entrará na briga por títulos.

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6. De 0 a 10, qual o seu nível de confiança no retorno de Derrick Rose em alto nível?

Vitor Silva: Sete. Rose é o melhor jogador do Bulls desde a Era Jordan/Pippen, a referência deste time, mas é impossível não ficar com o pé atrás por conta das graves lesões. Não sei se voltará a ser o astro de três temporadas atrás, mas alguém desse nível tem que ser respeitado.

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Jorge Santos: Sete. Apesar da gravidade das recentes lesões, Rose é jovem e tem um futuro inteiro pela frente. O medo de sua carreira acabar precocemente é real, mas os fãs do Bulls acreditam que seu talento irá prevalecer. Como o próprio armador disse: “Algo muito especial me aguarda no futuro”.

Ricardo Stabolito Jr.: Seis. Rose pode até estar confiante em sua recuperação, mas não pareceu confiante em quadra nesta temporada. Isso é sério. A preocupação precisa existir porque são duas lesões sérias em curto espaço de tempo, mas apostar que um atleta de 25 anos está acabado simplesmente não é inteligente.

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Rafael Agovino: Dez, com certeza. Rose é especial e vejo no seu comportamento algo de Kobe Bryant e Michael Jordan. Ele vai lutar para voltar com tudo o que tiver.

Luís Araújo: Sete. A última lesão no joelho não foi tão séria quanto a primeira, mas Rose não chegou a atingir o nível que fez dele MVP quando retornou nesta temporada. Ele poderia ter alcançado se não tivesse se machucado novamente tão cedo? Sim, mas o fato é que a gente ainda não o viu dar sinais de volta ao auge.

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O Jumper Brasil agradece ao Vitor Silva, Jorge Santos, Rafael Agovino e Luís Araújo por suas participações nesta edição da coluna. Para notícias e análises sobre o Bulls e a NBA em geral, nós convidamos todos os leitores a visitarem:

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Chicago Bulls Brasil

Olho de Chicago

Triple-Double (iG)

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