Thornton perde o caminho do garrafão
Novo contratado do Brooklyn Nets, Marcus Thornton é conhecido entre os torcedores como um arremessador. No entanto, aqui vai um fato que poucos sabem: a área do seu jogo que mostra-se mais consistentemente eficiente ao longo da carreira é a capacidade de finalizar próximo da cesta. Acima de um bom arremessador, ele é um bom finalizador em torno do aro. O problema é que parece ter esquecido o caminho do garrafão nas últimas duas temporadas.
No quadro abaixo, você pode conferir como suas tentativas em torno do aro (a dois metros da cesta) caíram vertiginosamente desde o início da campanha passada – e seu aproveitamento nos arremessos de quadra sente o impacto do afastamento da área pintada adversária.
Temporada |
Média de pontos no garrafão |
Arremessos no garrafão Publicidade
|
Aproveitamento no garrafão |
Aproveitamento geral |
2009-10 |
5.9 Publicidade
|
39.98% |
58.36% |
45.1% |
2010-11 Publicidade
|
4.7 |
39.03% |
52.06% |
43.3% Publicidade
|
2011-12 |
7.8 |
41.84% |
55.95% Publicidade
|
43.8% |
2012-13 |
4.0 |
28.68% Publicidade
|
61.71% |
42.9% |
2013-14 |
2.7 Publicidade
|
27.61% |
52.43% |
38.1% |
Thornton ainda conseguiu manter-se como um scorer eficiente na última temporada graças à combinação de excelente aproveitamento nos arremessos dentro do garrafão e um índice de acerto próximo do melhor da carreira para três pontos (37.2%). Já na atual campanha, com conversão mais “comum” em torno da cesta e seus piores números nas tentativas de longa distância (31.8%), seu field goal desabou.
O lado inexplorado de Andre Miller
Andre Miller chega ao Washington Wizards com a fama consolidada de ser uma boa presença de vestiário e muito produtivo no ataque. A esta altura, ele também é um reserva competente para o jovem John Wall. No entanto, aos 37 anos, o armador surpreende por fazer a melhor temporada da carreira no outro lado da quadra. Em 184 situações defendidas na campanha, o veterano cedeu apenas 0.7 pontos por posse aos adversários – o 12º melhor índice de toda a NBA.
Não por acaso, Miller foi o jogador que teve o melhor impacto sobre o desempenho defensivo do Denver Nuggets nesta temporada: a equipe sofreu apenas 96.3 pontos a cada 100 posses de bola do oponente com o armador em quadra. O índice não apenas é o melhor entre todos os integrantes do elenco, mas também mais de oito pontos melhor do que o índice geral do time (104.7).
Spencer Hawes: um pivô raro – Parte 2
O reforço trazido pelo Cleveland Cavaliers nesta trade deadline já foi assunto desta coluna em janeiro por conta de seu surpreendente aproveitamento nos arremessos de longa distância. Mas Spencer Hawes ainda possui mais habilidades pouco usuais para um pivô. Hoje, nós vamos explorar mais uma delas: o passe. O ex-jogador do Philadelphia 76ers é um dos melhores pivôs passadores da liga.
Para começar, ele é um dos oito atletas da posição cinco com média de 2.0 assistências ou mais por partida. Um dos seus companheiros de estatística é o agora companheiro de time, Anderson Varejão. Mas as médias aqui servem apenas de pontos de partida para verificar a eficiência como passador e a disposição em passar a bola. Para isso, vamos buscar quatro números diferentes:
– Assistências por erros de ataque (A/TO): Proporção de passes decisivos distribuídos por desperdícios de bola cometidos
– Taxa de assistências (T.A.): Porcentagem de posses do jogador que termina em assistências
– Passes por jogo (P.J.): Números de passes que o atleta dá durante uma partida, sejam assistências ou não.
– Pontos por assistência (P.A.): Números de pontos que cada assistência do jogador gera para o time.
Jogador |
Assistências por jogo |
A/TO |
T.A. Publicidade
|
P.J. |
P.A. |
Joakim Noah |
4.5 Publicidade
|
2.03 |
25.2% |
61.9 |
2.33 Publicidade
|
Marc Gasol |
3.5 |
1.95 |
19.3% Publicidade
|
44.6 |
2.31 |
Spencer Hawes |
3.3 Publicidade
|
1.49 |
19.1% |
53.1 |
2.21 Publicidade
|
Pau Gasol |
3.3 |
1.37 |
14.8% Publicidade
|
50.1 |
2.39 |
DeMarcus Cousins |
2.9 Publicidade
|
0.84 |
10.9% |
38.3 |
2.31 Publicidade
|
Al Horford |
2.6 |
1.19 |
12.7% Publicidade
|
44.3 |
2.50 |
Anderson Varejão |
2.6 Publicidade
|
2.27 |
21.3% |
46.3 |
2.42 Publicidade
|
Al Jefferson |
2.1 |
1.42 |
9.0% Publicidade
|
31.1 |
2.38 |
Os números de assistências por desperdícios e taxa de assistências colocam Hawes no meio do grupo, mas ele destaca-se em passes por jogo. O pivô só fica atrás de Joakim Noah (que tornou-se o mais próximo de um armador puro no Chicago Bulls) neste quesito e mostra sua disposição em passar a bola e ajudar a manter todos no time envolvidos. É verdade que seu índice de pontos por assistência é o pior entre os oito analisados, mas é isso o que acontece quando se atua em uma equipe que não arremessa bem para três como o Sixers (31%).
Sessions parte em modo de ataque
Poucos lembram, mas Ramon Sessions disputou sua temporada de calouro pelo Milwaukee Bucks e destacou-se pela capacidade de criar arremessos para os companheiros (liderou os estreantes de 2007 em assistências, com 7.5 por jogo). Ele retorna à equipe agora como um jogador muito diferente: um pontuador que, sem arremesso consistente, tem o ataque à cesta como principal arma.
Sessions é o terceiro jogador com mais drives (tecnicamente definida pela NBA como ação de ataque à cesta que inicia a seis metros e termina, no mínimo, a três metros do aro sem contar contra-ataques) por partida na liga entre aqueles que atuam menos de 25 minutos em média. Além disso, também aparece na terceira posição em pontos convertidos por 48 minutos nesta situação:
Jogador |
Minutos por jogo Publicidade
|
Drives por jogo |
Pontos por 48 min. em drives |
FG% em drives |
Tyreke Evans Publicidade
|
24.9 |
8.8 |
11.3 |
42.9 Publicidade
|
Tony Wroten |
24.1 |
7.3 |
10.9 Publicidade
|
41.5 |
Ramon Sessions |
23.8 |
7.0 Publicidade
|
10.4 |
46.3 |
Observe como, embora registre menores números brutos, o aproveitamento de Sessions nas situações de ataque à cesta é sensivelmente maior do que os registrados por Evans e Wroten, o que sugere que a qualidade das posses do reforço do Bucks é melhor do que a quantidade acumulada por Evans e Wroten.
Este aspecto do jogo do armador deverá ajudar a equipe de Milwaukee, que tem apenas dois atletas entre os 100 melhores da liga em drives por jogo: Brandon Knight (6.0 por jogo em 32.5 minutos, com 44.2% de aproveitamento) e Nate Wolters (4.2 por jogo em 22.1 minutos, com 41.7% de aproveitamento).
Turner faz a ineficiência eficiente
Os arremessos de média distância são os mais ineficientes da liga, dizem os especialistas em análises estatísticas do jogo. Mas este não parece ser o caso quando se analisa Evan Turner, contratado pelo Indiana Pacers para ser a peça final na busca pelo título da temporada. O ala-armador é um dos mais consistentes jogadores da liga nos tiros que todas as equipes querem evitar.
Vamos considerar aqui o arremesso de média distância como a terceira área dos mapas da NBA (de 16-24 ft. o que pode ser traduzido entre cinco e sete metros de distância da cesta). Abaixo, você vê o mapeamento dos tiros de quadra de Turner na atual temporada:
Mais do que o bom aproveitamento nos arremessos de média distância (41.6%), Turner possui índice de acerto comparável ou melhor do que a média da liga em todas as cinco zonas – uma consistência raríssima. Além disso, coloque na balança que o ex-atleta do Sixers cria o próprio arremesso e está acostumado a tentar chutes contestados – o que pode ser um atributo muito interessante em uma equipe com problemas no lado ofensivo da quadra e que precisa de uma ou outra dose de “improviso” no ataque.