Qual caminho tomou o Chicago Bulls?

Ricardo Romanelli comenta a negociação de Luol Deng e o futuro do Bulls com a saída de um dos jogadores mais importantes de sua base

Fonte: Ricardo Romanelli comenta a negociação de Luol Deng e o futuro do Bulls com a saída de um dos jogadores mais importantes de sua base

Quem analisasse a NBA em 2011, cravaria: o Chicago Bulls vai ser uma das próximas forças dominantes da liga. Depois de uma década e meia de reconstrução na era pós-Jordan, a equipe tinha se encontrado. Um elenco equilibrado entre perímetro e garrafão contava com Joakim Noah, Carlos Boozer, Luol Deng e Derrick Rose jogando em alto nível. Rose era o MVP mais novo da história, com apenas 22 anos. Atletas como Kyle Korver, Taj Gibson, Omer Asik e outros formavam excelente grupo de apoio, todos liderados por Tom Thibodeau – um técnico que deixou de ser assistente em Boston para liderar o time com mais vitórias na liga, impondo uma impenetrável defesa armada como principal marca.

Foi com este rótulo de “equipe do futuro” que o Bulls encarou a derrota para o Miami Heat nos playoffs daquele ano com boas perspectivas. Parecia uma questão de tempo para que o time se consagrasse no topo da liga. No ano seguinte, nova temporada de sucesso: Rose teve problemas com lesões que fizeram com que perdesse vários jogos, mas Deng foi convocado para o Jogo das Estrelas e os comandados de Thibodeau chegaram fortes aos playoffs.

No entanto, a sorte do Bulls começou a mudar logo no primeiro jogo do mata-mata contra o Philadelphia 76ers. Naquela partida, Rose rompeu os ligamentos do joelho – e o resto é história. Ele foi desfalque pelo restante da pós-temporada e a campanha seguinte por inteiro, “forçando” uma pausa nas pretensões do Bulls. Seus companheiros de time fizeram valorosa campanha na temporada de 2012-13. Após uma campanha marcada por lesões, o Bulls fez duas séries de playoffs bastante aguerridas, com muitos atletas atuando no sacrifício. Ainda se extraiu positividade disso tudo, pois o elenco mostrou que continuava com “fome” de vencer e o retorno do armador titular estava próximo.

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Começou a temporada 2013-14 e, pouco mais de um mês depois de seu esperado retorno, Rose lesionou o joelho novamente. Desta vez, o menisco. Uma lesão que, em tese, é menos grave do que o rompimento dos ligamentos, mas cujo efeito foi o mesmo: ele, mais uma vez, está fora do restante da temporada regular e playoffs.

O Bulls, de novo, ficou sem seu líder. No entanto, parece que agora a direção não está mais disposta a esperar a recuperação do astro para, com o mesmo núcleo, tentar novamente a conquista do título. Por isso, decidiu negociar Luol Deng com o Cleveland Cavaliers para, antes de qualquer coisa, conter gastos.

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Carlos Boozer, que possui apenas mais um ano de contrato, terá 33 anos ao fim de seu atual vínculo e não deve estar nos planos da franquia. Durante os próximos 18 meses, apenas Rose, Noah e Gibson (dos jogadores considerados importantes para a rotação do Bulls) estarão sob contrato. E é justamente neste turbilhão que o Bulls vai tentar se reencontrar. Parece que a jornada de descobrimento passará por explorar o mercado enquanto seu armador se recupera.

Um fator que deve tornar todas as movimentações mais complexas é o suposto desentendimento de Thibodeau com a direção do Bulls – mais especificamente com o gerente-geral John Paxson. O técnico teria vociferado ao ex-jogador sua insatisfação com a troca de Luol Deng e uma relação que já era ruim (por conta da saída de seu principal assistente, Ron Adams, em decisão controversa da direção) teria desmoronado de vez. A situação seria reconciliável, segundo fontes mais sensacionalistas.

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Considerando o tempo de contrato que ainda resta ao treinador (assinou uma extensão de quatro anos em 2012), é difícil imaginar que o time vá demiti-lo, mas com certeza é uma dinâmica de trabalho que merece ser acompanhada mais de perto depois do suposto desentendimento.

O fato é que, quando Rose se lesionou pela segunda vez, todos esperavam que o Bulls adotasse a mesma tática de antes: manter o núcleo unido em torno da expectativa da volta do mais jovem MVP da história. A equipe de Chicago rompeu com esta lógica ao se desfazer de sua maior arma ofensiva em movimento de economia na folha salarial. Ainda não é possível afirmar com certeza, por conta da proximidade dos acontecimentos, o que exatamente se passou na cabeça da direção da franquia. No entanto, podemos alertar a todos para que prestem muita atenção aos seus próximos movimentos no mercado – que, com certeza, estarão direcionados para um profundo reposicionamento enquanto aguarda o retorno de sua principal estrela.

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Aparentemente, o Bulls percebeu que de nada adianta ter um elenco inteiro construído em torno de um jogador que não permanece em quadra. Por conta disso, resolveu buscar aquilo que tem sido a marca de todas as franquias que se reinventam ao longo dos anos para se manter vencedoras: a flexibilidade, tanto financeira, quanto de pessoal.

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