Após um início de temporada nada menos do que desastroso, a maré parecia finalmente estar virando a favor do Brooklyn Nets. Mas não demorou até a equipe sofrer um novo e duro golpe: o pivô Brook Lopez quebrou o pé direito na última sexta-feira e está fora da temporada. Esta é apenas mais uma contusão em um elenco que vem sofrendo com as ausências ocasionais de suas principais referências desde a pré-temporada (Deron Williams, Paul Pierce, Jason Terry, Andrei Kirilenko).
Por isso, nesta semana, o Jumper Brasil reuniu quatro de seus integrantes e um convidado (Zeca Oliveira, do blog Go-to Guy Brasil) para avaliar as perspectivas para a temporada do Nets sem seu pivô titular. Quanto a ausência de Lopez compromete o ano do time? E o que será de uma campanha que se anunciava gloriosa para a franquia? Nossa equipe opina…
1. Verdadeiro ou falso: Brook Lopez é insubstituível no elenco do Nets.
Gustavo Lima: Verdadeiro. Lopez é o principal cestinha da equipe, a referência ofensiva do garrafão. O Nets simplesmente não tem um jogador de garrafão com tais características para substituí-lo.
Luiz Fernando Teixeira: Verdadeiro. Lopez era o cestinha do time (20.7 pontos por partida), além de ter evoluído horrores em comparações com anos anteriores. Ele estava dando até tocos de forma decente nesta temporada. Além disso, seus reservas não são confiáveis.
Zeca Oliveira: Verdadeiro. Não só no elenco do Nets, mas em quase qualquer time da NBA. Trata-se do pivô com mais recursos ofensivos da liga e, por mais que ainda fosse menos utilizado do que deveria, era o jogador mais importante da equipe.
Gustavo Freitas: Falso. Na teoria, ele pode ser substituído. Kevin Garnett jogou como pivô nas últimas temporadas e consegue fazer a função. Mirza Teletovic, Reggie Evans e Andray Blatche são boas opções para ala-pivô. Ofensivamente, entretanto, nenhum deles está no mesmo nível de Lopez.
Ricardo Stabolito Jr.: Falso. Não que tenha um all star esperando no banco do Nets, pronto para entrar, mas o elenco tem um grupo prestativo de pivôs. Andray Blatche possui recursos ofensivos acima da média, Mason Plumlee oferece presença de garrafão e eficiência, Kevin Garnett é um talento defensivo de elite. Não é um caso como Tyson Chandler no Knicks.
2. Mesmo sem seu pivô titular, o Nets ainda chegará aos playoffs?
Gustavo Lima: Não sei. Com o baixo nível da conferência Leste, eu não duvido nada que o Nets se recupere, mesmo sem Lopez, e chegue à pós-temporada. Jason Terry e Andrei Kirilenko estão voltando de lesões e podem ajudar o time a sair da “draga”.
Luiz Fernando Teixeira: Talvez. O Leste é tão ruim que qualquer coisa pode acontecer. O Boston Celtics, por exemplo, estaria nos playoffs por ser o líder de sua divisão. Tudo pode acontecer.
Zeca Oliveira: Sim. Para ir aos playoffs, o Nets não precisa superar sete times da conferência. Na verdade, só precisa chegar à frente dos outros quatro de sua divisão. A chance ainda existe.
Gustavo Freitas: Sim, pode chegar. Pela fragilidade da conferência Leste. Se fosse no Oeste, é certo que o time não conseguiria. E creio que, se chegar aos playoffs, a experiência de Paul Pierce e Kevin Garnett deve ajudar.
Ricardo Stabolito Jr.: Sim. O Leste não faz nada para provar que devo descartá-los. Mesmo sem Lopez, o Nets ainda tem mais talento e qualidade do que mais de metade da conferência.
3. Tankar é uma opção para a franquia?
Gustavo Lima: Não. O Nets não vai ter escolhas de primeira rodada no próximo recrutamento. A seleção da franquia vai para o Atlanta Hawks – que deve estar rindo à toa com o fiasco do oponente.
Luiz Fernando Teixeira: Não. Se o dono do Nets não fosse um russo bilionário querendo ser campeão o mais rápido possível e a qualquer custo, que paga multas enormes por exceder o teto salarial e trouxe diversos veteranos para ser campeão, a resposta até poderia ser sim. Mas eles não têm nem escolhas de draft para tankar.
Zeca Oliveira: Não. Quer dizer, após se livrar da maioria de suas escolhas de primeira rodada nos próximos cinco anos? O time deu all-in no sucesso em curto prazo e, apesar deste revés, devem continuar insistindo neste sentido.
Gustavo Freitas: Não mesmo. O time foi montado para vencer agora – em tese, já que o time sequer consegue ter campanha positiva na temporada regular. Se a opção for pelo tank, teria de desfazer tudo.
Ricardo Stabolito Jr.: Não. Como? Sem escolhas de draft, com um elenco que não pode se dar ao luxo de jogar um ano no lixo e pagando as maiores multas da história por estourar o teto salarial da liga? Além disso, se a sua equipe foi construída para conquistar um título, um garoto saindo da faculdade tem pouquíssimas chances de ser a solução dos seus problemas.
4. Com a segunda lesão grave no pé direito, o futuro de Lopez como jogador já inspira alguma preocupação?
Gustavo Lima: Não. Ainda não. Lopez tem apenas 25 anos e a lesão não é tão preocupante assim.
Luiz Fernando Teixeira: Não. Hoje em dia, a medicina está avançada o bastante para que lesões não preocupem tanto um jogador jovem como Lopez.
Zeca Oliveira: Acho que sim, infelizmente. Não entendo muito disso, mas acho que você já não pode contar tanto assim com um atleta que tem duas temporadas perdidas em um período de três anos.
Gustavo Freitas: Sim, até certo ponto. Outros pivôs já passaram por problemas físicos no passado – como Brad Daugherty e Ralph Sampson, e não conseguiram retomar suas carreiras em grande nível. A situação de Lopez assusta porque já é a segunda vez no mesmo pé.
Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Lopez não é o novo Greg Oden, mas duas fraturas e uma cirurgia reparadora no mesmo pé em dois anos não podem ser um bom sinal.
5. O que o GM Billy King pode fazer para melhorar o Nets pensando ainda nesta temporada?
Gustavo Lima: Rezar muito. King já fez tudo o que podia: trouxe jogadores “cascudos” e alterou o comando técnico. O time não deu liga. Mas isso pode mudar. A conferência Leste é fraquíssima e o Nets ainda tem chances de chegar aos playoffs.
Luiz Fernando Teixeira: Trocar alguns contratos expirantes por escolhas do draft de 2014 (que eles não têm) e rezar para que rendam bons reforços. De resto, ir se benzer para que o time pare de sofrer com tantas lesões nesta temporada.
Zeca Oliveira: Quer dizer, além de trocar o treinador? Acho que ele tem poucas saídas agora com o elenco que montou. Terá que ser bem criativo.
Gustavo Freitas: De cara? Procurar Larry Brown, George Karl ou Jerry Sloan para assumir o time. Precisa de um técnico experiente para comandar esse tipo de grupo.
Ricardo Stabolito Jr.: Não acho que trocar o técnico esteja em consideração. Então, King deve procurar a igreja mais próxima ao Barclays Center e rezar com toda a fé que tiver.
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