Por Ricardo Romanelli
Em seu segundo ano de NBA, Damian Lillard vem subindo rapidamente os degraus do sucesso. Escolhido na sexta posição do draft de 2012, ele ganhou o prêmio de calouro do ano, desbancando Anthony Davis e Bradley Beal. Em sua primeira temporada, também ganhou o concurso de habilidades do fim de semana do Jogo das Estrelas, e teve médias de 19 pontos e 6,5 assistências por jogo, uma marca que a grande maioria dos jogadores não atinge em nenhum ponto da carreira, que dirá na primeira temporada.
Lillard também conseguiu um feito com bastante valor simbólico, ao anotar 23 pontos e 11 assistências no primeiro jogo de sua primeira temporada, se juntando a Oscar Robertson e Isiah Thomas como únicos jogadores da história a fazer isso. Não é pouca coisa.
Agora, em sua segunda temporada, Lillard tem mantido o ritmo. Os números são parecidos com os do ano passado por enquanto, com 20 pontos e 5,7 assistências de média. Sua postura, no entanto, é cada vez mais de um jogador maduro e pronto para liderar uma equipe. Os feitos da temporada passada já o credenciavam para tanto, mas neste ano Lillard tem mostrado a que veio. Tem assumido a responsabilidade pelo ataque do Portland Trail Blazers, liderando o time dentro e fora de quadra.
Esta postura tem funcionado tão bem que o Blazers é uma das surpresas da temporada. Cotado para brigar pelas últimas vagas dos playoffs, o time de Portland atualmente lidera a conferência Oeste com cerca de 84% de aproveitamento. No último domingo, Lillard fez com que a equipe se mantivesse no topo, ao chamar para si a responsabilidade e acertar a bola decisiva contra o Detroit Pistons.
É essa personalidade que impressiona, muito mais do que os números. Damian Lillard é um tipo raro de jogador, do qual aparecem poucos por draft, isso quando aparecem. É um líder nato. Um jogador que não tem medo de fazer o que precisa ser feito, que consegue filtrar a pressão naturalmente experimentada por todos os atletas que jogam no maior palco do basquete mundial.
Alheio a isso tudo, Lillard tomou a NBA de assalto desde que entrou. Em seu primeiro ano, além do prêmio de calouro do ano e das marcas já mencionadas, também se tornou recordista de bolas de três no primeiro ano de NBA e conseguiu uma convocação para treinar com a seleção dos EUA ao final da temporada. Além disso, foi apenas o quarto jogador da história a ser eleito calouro do ano de forma unânime.
Neste ano, deve alcançar mais. A primeira glória que pode adicionar a seu curriculum é a de jogador selecionado para o jogo das estrelas. Não existe qualquer dúvida de que Lillard deve ser um dos nomeados para o selecionado do Oeste que vai enfrentar o Leste em New Orleans, no dia 16 de fevereiro de 2014. Ironicamente, o jogo será realizado na casa do Pelicans, detentor da primeira escolha do draft em 2012 e que decidiu selecionar Anthony Davis, preterindo Lillard. Tivesse o destino planejado diferente, Lillard poderia jogar o primeiro all star em frente a sua torcida.
Mas não. Ele foi para o Blazers e isso é parte de seu sucesso. A equipe de Portland tinha jogadores talentosos, mas faltava-lhe um líder. Este líder chegou. Seja no Blazers ou em outra equipe, Damian Lillard já mostrou que é um jogador diferenciado, que terá uma carreira de muitos anos de sucesso. A nomeação para all star no segundo ano de carreira vai parecer pequena ao final de sua trajetória, pois com certeza é um jogador que ainda conquistará diversas glórias ao longo dos anos.