O Jogo em Números (13-12-13)

DeMarcus Cousins torna o Kings mais eficiente? Deron Williams realmente está passando menos a bola? Essas são algumas das perguntas que a edição desta semana tenta responder

Fonte: DeMarcus Cousins torna o Kings mais eficiente? Deron Williams realmente está passando menos a bola? Essas são algumas das perguntas que a edição desta semana tenta responder

“O Jogo em Números” é uma coluna semanal que tenta oferecer uma visão diferente da NBA ao explorar estatísticas brutas, avançadas e marcas históricas. Criada por Zeca Oliveira, que não está mais na equipe efetiva do Jumper Brasil, ela estará nas mãos de Ricardo Stabolito Junior nesta temporada. Todas as sextas, no Jumper.

 

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DeMarcus Cousins faz bem ao Kings?

O contrato máximo que o Sacramento Kings deu ao pivô DeMarcus Cousins dá boa medida da esperança que o time coloca na quinta escolha do recrutamento de 2010. Nem todos julgaram a decisão correta e, observando os números, é possível encontrar alguns argumentos para “alimentar” a dúvida. Por exemplo, nos índices de eficiência ofensiva (E.O.) e defensiva (E.D.) da equipe – ou seja, quantos pontos anota e sofre a cada 100 posses de bola – quando o problemático pivô está em quadra:

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Temporada

E.O. geral do Kings

E.O. com Cousins

2010-11

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100.6

99.4

2011-12

101.0

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102.4

2012-13

103.0

102.2

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2013-14

101.9

102.7

Temporada

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E.D. geral do Kings

E.D. com Cousins

2010-11

106.3

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106.9

2011-12

106.8

107.5

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2012-13

108.6

109.5

2013-14

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105.1

105.1

Se você analisar, perceberá que Cousins em quadra sempre significou defesa pior do que a média geral do time até a atual temporada, em que os índices estão iguais. E, no ataque, sua presença também nem sempre trouxe maior eficiência. Na verdade, na temporada 2012-13 (que antecedeu a assinatura de contrato), o Kings foi pior nos dois lados da quadra quando o pivô esteve em quadra.  

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Isolar é preciso?

Uma ou outra situação de isolation é sempre divertida de se assistir. Mas, quando seu time só recorrer ao “um contra um” e não consegue criar uma jogada mais trabalhada, a torcida fica à beira de um ataque de nervos. Então, quem são os fãs que mais precisam aturar sua equipe recorrendo aos isolations? E será que elas se dão melhor do que os outros agindo assim? Vamos ver, lembrando que PPP significa pontos por posse:

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X

Time

Posses definidas em isolations

PPP em isolations

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Ranking de PPP em isolations

1

New York Knicks

13%

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0.84

11º

2

Toronto Raptors

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11.9%

0.82

15º

3

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Golden State Warriors

11%

0.83

12º

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4

Oklahoma City Thunder

10.7%

0.86

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5

New Orleans Pelicans

10.3%

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0.75

22º

O Thunder é o único entre os cinco times que mais utilizam isolations que aparece entre os dez que mais fazem pontos por posse em tais situações. Para se ter uma ideia, o Clippers lidera a liga em pontos por posse no “um contra um” (1.01) e só recorre a tais situações em 7.7% de suas investidas – ou seja, é apenas a 17ª equipe que mais usa as isos.

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O início de temporada histórico do Pacers

O Indiana Pacers vive o melhor início de temporada de sua história. O time abriu a campanha vencendo 16 dos primeiros 17 jogos que disputou e, assim, igualou marca que apenas outras 12 equipes conseguiram na liga. A última delas havia sido o Dallas Mavericks, na temporada 2002-03, quando tinha Dirk Nowitzki, Steve Nash e Michael Finley comandados pelo técnico Don Nelson.

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Logicamente, os 12 times que iniciaram temporadas com 16-1 alcançaram a classificação aos playoffs. Além disso, sete deles foram campeões de conferência (58.3%) e cinco levaram o título da NBA ao fim da campanha (41.6%). O caminho ainda é longo, mas o começo é promissor para o Pacers.  

 

Selecionando arremessos com Josh Smith

Em uma liga que cada vez mais aposta em formações mais baixas, o Detroit Pistons resolveu ir contra a maré e montar um time mais alto. Contratou Josh Smith para atuar ao lado dos pivôs Greg Monroe e Andre Drummond no quinteto titular. Ou seja, o reforço chegou para jogar em sua posição de origem: ala. Mas colocá-lo no perímetro com sua questionável seleção de arremesso não parece ser uma boa ideia, como comprova seus atuais 39.1% de acerto nos tiros de quadra.

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Smith tenta 45.4% de seus arremessos dentro do garrafão e converte mais de 55% deles. No entanto, a maior parte de suas tentativas vem de fora da área pintada (54.6%) e isso literalmente afunda seus números. Confira neste pequeno quadro:

Local do arremesso

Participação no total de tentativas

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Aproveitamento

Garrafão

45.4%

55.4%

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Curta e média distância

22.6%

23.3%

Longa distância / Três pontos

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32%

27.2%

Por sinal, a parceria Drummond/Monroe/Smith não tem sido das mais eficientes para o Pistons: enquanto estão em quadra juntos, a equipe do Michigan marca 101.4 pontos e sofre 107.3 a casa 100 posses de bola.

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Linha de três ajuda Blazers a surpreender

No início da temporada, nem os mais otimistas apostariam que o Portland Trail Blazers terminaria o primeiro quarto de campanha na liderança da conferência Oeste. O time é, provavelmente, a grande surpresa do ano e um pouco do segredo deste inesperado sucesso pode estar escondido na linha dos três pontos – e não apenas em um lado da quadra.

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Para quem assistiu ao time nesta temporada, não é surpresa que os comandados de Terry Stotts tenham o segundo melhor aproveitamento da liga nos arremessos de longa distância (40.9%), mas a eficiência não para por aí. Ao mesmo tempo, os eles também são a quinta equipe que permite menor índice de acerto para três aos adversários (33.3%).

O Blazers é o único time que aparece no TOP 5 nas duas categorias. Ou seja, eles pontuam e defendem a linha de três pontos no mais alto nível possível.

 

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Deron Williams e a questão dos passes

Ao assumir o comando do Brooklyn Nets, Jason Kidd afirmou que Deron Williams precisava parar de prender a bola e tentar decidir lances individualmente para voltar a ser o facilitador dos tempos de Utah Jazz. Parece consenso entre os fãs que, especialmente após ter sido trocado com o time nova-iorquino, o armador passou a arremessar cada vez mais e passar menos. Mas será que isso é realmente verdade? Vamos ver o que os números dizem:

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Temporada

Assistências

Arremessos

Assistências / minutos

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Assistências / arremessos

Assist. Ratio (%)

2005-06

4.5

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10.1

0.156

0.445

26.2

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2006-07

9.3

13.5

0.252

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0.689

33.8

2007-08

10.5

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13.6

0.281

0.772

35.3

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2008-09

10.7

14.5

0.291

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0.738

34.4

2009-10

10.5

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13.9

0.284

0.755

34.9

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2010-11

10.3

15.0

0.272

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0.686

32.5

2011-12

8.7

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17.5

0.239

0.497

26.8

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2012-13

7.7

14.4

0.211

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0.535

28.6

Os dois primeiros números são a média de assistências e arremessos tentados de Williams em cada uma de suas temporadas como profissional. A seguir, temos a proporção de assistências distribuídas pelo atleta por minutos e arremessos tentados. Por último, a porcentagem de suas posses que terminaram em assistências. Seus piores números surgem, naturalmente, em seu primeiro ano como profissional. Mais importante, note como suas mais altas proporções como passador aparecem no período entre 2007 e 2010, quando viveu seu “auge” no Jazz. E, assim como todos esperariam, começa a cair em 2011 – com sua transferência para o Nets.

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Nesta temporada, até o momento, seus números estão assim:

2013-14

5.9

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9.5

0.231

0.621

31.2

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É verdade que sua campanha vem sendo comprometida por lesões e isso causa baixo tempo de quadra em relação a anos anteriores, o que reflete diretamente no índice de assistências por minutos. Mas a esperança para os torcedores que querem ver um Deron mais passador está nos índices de assistências por arremessos e porcentagem de posses que terminam em passes decisivos, que já se aproximam dos de sua última temporada com o Jazz (10-11).

 

Jogo rápido:

– Vamos voltar lá para outubro: a derrota do Memphis Grizzlies em seu jogo de estreia na temporada, diante do San Antonio Spurs, é uma história que o time já conhece muito bem. Desde que deixou Vancouver e passou a ser sediada no Tennessee, a franquia perdeu a primeira partida de todas as suas campanhas. São 13 derrotas consecutivas em estreias.

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– Sem muito alarde, o veterano Andre Miller chegou a duas marcas históricas em novembro. Anotando sua 7.988ª assistência da carreira, o armador ultrapassou Rod Strickland e assumiu a nona posição no ranking dos atletas com mais passes decisivos da história da NBA. Dias mais tarde, ele tornou-se apenas o oitavo jogador a alcançar 15.000 pontos e 8.000 assistências na liga.

– É certo que ter feito um triplo-duplo em sua primeira partida como titular será inesquecível para o armador Tony Wroten. Mas também vai ficar marcado para a liga. Sua atuação na vitória do Philadelphia 76ers sobre o Houston Rockets, em 13 de novembro, foi a primeira vez que um atleta anotou um TD em sua estreia como titular desde a fusão da NBA com a ABA, em 1976.

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– O Toronto Raptors começou dezembro sofrendo na mão do banco do Denver Nuggets. No primeiro dia do mês, os canadenses foram derrotados por 112 a 98 e sofreram 72 pontos dos suplentes do Colorado. Esta é a maior pontuação que o Raptors já tomou de um grupo de reservas em sua história.

– No último dia 24, o Phoenix Suns venceu o Orlando Magic (104-96) anotando apenas um ponto de lance livre. Fazia mais de 36 anos que uma equipe não vencia um jogo na NBA com só um lance livre acertado: o New Orleans Jazz derrotou o Houston Rockets, em novembro de 1977, acertando uma em cinco tentativas.

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– O último dia 08 parecia destinado a ser o dia do esperado retorno de Kobe Bryant às quadras, mas ficou marcado por uma estatística muito diferente: pela primeira vez em sua história, o Los Angeles Lakers acabou um jogo sem, no mínimo, um titular com dígitos duplos de pontuação. O quinteto inicial, incluindo Kobe, somou apenas 23 pontos na derrota para o Toronto Raptors.

Fontes: NBA.com/stats, Basketball Reference, 82games.com, ESPN, Elias Sports Bureau

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