O Draft 2013 surpreendeu muita gente. Eu mesmo não esperava tanta troca, tanta escolha inesperada. A opção do Cleveland Cavaliers pelo ala-pivô Anthony Bennett mudou a configuração de boa parte das escolhas de loteria – acho que só as picks de Orlando Magic e Washington Wizards eram favas contadas.
Sem mais delongas, vamos à análise de todas as escolhas da primeira rodada do recrutamento. Divirtam-se!
1. Cleveland Cavaliers – Anthony Bennett (PF, UNLV, 20 anos)
O Cavs surpreendeu o mundo novamente (pelo terceiro ano seguido), já que os mais cotados aqui eram os pivôs Nerlens Noel e Alex Len. Mesmo assim, gostei muito da escolha do time de Cleveland. Bennett é atlético, explosivo, dotado de grande envergadura, forte fisicamente e um dos mais versáteis cestinhas do basquete universitário, além de ter potencial para ser um jogador sólido na liga por vários anos. Kyrie Irving deve ter adorado a escolha. Veremos muito pick and roll e pick and pop nos jogos do Cavs a partir da próxima temporada. E Tristan Thompson já deve botar suas barbas de molho: vai pro banco ou será trocado.
2. Orlando Magic – Victor Oladipo (SG, Indiana, 21 anos)
Essa foi a primeira barbada da noite. Oladipo era uma das escolhas mais seguras do recrutamento. Jogador muito atlético, forte fisicamente, incansável em quadra, explosivo. O ala-armador vai ser, no mínimo, um defensor de elite na NBA. Se tiver consistência nos arremessos e melhorar o controle de bola, pode fazer estragos na liga. O GM Rob Hennigan está remodelando o elenco do Magic e nada melhor que escolher um atleta com mentalidade vencedora e que joga com uma intensidade de dar inveja.
3. Washington Wizards – Otto Porter Jr. (SF, Georgetown, 20 anos)
Outra barbada. O Wizards precisava de uma peça para completar o jovem e talentoso perímetro formado por John Wall e Bradley Beal. Sorte deles que Porter estava disponível. O ala de Georgetown é um dos prospectos mais subestimados do recrutamento. Ele é muito inteligente com e sem a bola, passa bem e mostra eficiência nas duas extremidades da quadra. Escolha segura e que irá render bons frutos ao time de Washington.
4. Charlotte Bobcats – Cody Zeller (PF/C, Indiana, 20 anos)
Veja bem… Por que o Bobcats não selecionou Noel, Len ou McLemore e fez um troca visando uma pick mais baixa? Foi um exagero Zeller ter saído na quarta escolha. Realmente, o time de Charlotte precisa de um big man que pontue e Zeller vai trazer isso. Ele é um pivô ágil, que corre bem a quadra, bom finalizador, mas o fato de ser muito soft me incomoda. Tenho que reconhecer que Zeller será um bom complemento para Bismack Biyombo no garrafão, mas o Bobcats poderia ter se saído melhor no draft.
5. Phoenix Suns – Alex Len (C, Maryland, 19 anos)
O Suns deu graças a Deus por Len ter sobrado até aqui. O pivô ucraniano era a primeira opção da equipe, segundo o GM Ryan McDonough, que está iniciando o rebuild do time. E o time de Phoenix fez uma ótima escolha. Len é um pivô de ofício, muito alto, dotado de grande envergadura, dono de versátil repertório ofensivo e ainda protege bem a cesta. O único senão é sua passividade em certos momentos das partidas. Se melhorar nesse aspecto e ganhar força física, tem tudo para ter uma carreira sólida na NBA. A escolha de Len deixa claro que o Suns vai trocar o pivô Marcin Gortat, apesar dos comandantes da equipe negarem essa intenção. Só não sei se Gortat sai na offseason ou na época da trade deadline.
6. New Orleans Pelicans – Nerlens Noel (C, Kentucky, 19 anos)
Finalmente, Noel foi selecionado. Um achado do Pelicans. A lesão ligamentar no joelho foi o grande motivo para o pivô de Kentucky cair tanto no draft. O medo das franquias era de selecionar um novo Greg Oden. O time de New Orleans não teve dúvidas e ainda usou Noel como uma valiosa moeda de troca. Mandou o pivô para o Philadelphia 76ers e uma escolha de primeira rodada (TOP 5 protegida) do draft de 2014 para conseguir o ótimo armador Jrue Holiday, que já é All-Star aos 23 anos. O Sixers, por sua vez, ganhou o melhor talento do recrutamento deste ano. Espero que a lesão não afete a carreira de Noel, já que ele é muito atlético e tem um potencial defensivo estelar. Se melhorar seu jogo ofensivo, Noel pode vir a ser um All-Star.
7. Sacramento Kings – Ben McLemore (SG, Kansas, 20 anos)
McLemore é outro jogador que caiu no draft, provavelmente por causa de sua falta de agressividade. Mas seu talento é inegável. O pacote “potencial defensivo-arremesso consistente-grande atleticismo” não pode ser subestimado. Apesar de ser um scorer, McLemore não é um jogador egoísta. Agora, não sei se o Kings era a melhor opção para ele mudar sua postura em quadra. A equipe de Sacramento já tem muito jogador de perímetro e um DeMarcus Cousins que dá muito trabalho por causa de sua cabeça fraca. O técnico Mike Malone vai ter muito, mas muito trabalho. Por fim, acho que o Kings precisava adicionar um armador com essa escolha. E Trey Burke estava aqui dando sopa…
8. Detroit Pistons – Kentavious Caldwell-Pope (SG, Georgia, 20 anos)
O Pistons fez uma boa escolha, pois Caldwell-Pope tem a capacidade de pontuar e um inegável potencial defensivo. Mas ele não era a peça que o time precisava com mais urgência. Ficou comprovado na última temporada que Brandon Knight funciona melhor como SG do que armador. E agora, o que o Pistons vai fazer, já que Caldwell-Pope também é SG? Vão apostar novamente em algo que não deu muito certo (Knight como PG)? O armador Trey Burke seria a escolha mais adequada aqui.
9. Minnesota Timberwolves – Trey Burke (PG, Michigan, 20 anos)
Enfim, Trey Burke foi escolhido. Mas pelo Wolves, um time que já tem inúmeros armadores? David Kahn não tinha saído? Calma, calma. Flip Saunders, o novo presidente da equipe, foi inteligente ao selecionar o melhor talento disponível. Burke virou moeda de troca. Foi negociado com o Utah Jazz pelas escolhas 14 e 21. Uma tacada de mestre de Saunders. Sobre Burke, ele foi eleito jogador do ano na NCAA e era inegavelmente o melhor armador do recrutamento. Ele gosta do jogo físico, tem uma boa visão de quadra e comete poucos erros. O Jazz, que não tem armador sob contrato, conseguiu o melhor jogador da posição.
10. Portland Trail Blazers – C.J. McCollum (PG/SG, Lehigh, 20 anos)
Pelo segundo ano seguido, o Blazers selecionou um scorer vindo de uma universidade de pouca expressão. A opção por Damian Lillard foi muito acertada, tanto que ele ganhou o prêmio de Calouro do Ano com um pé nas costas. Acho que McCollum foi uma excelente escolha. Ele é um ótimo arremessador e pode atuar na posição 2. Em determinados momentos dos jogos, Lillard e McCollum poderão atuar juntos. Seriam duas ameaças ofensivas, mas o backcourt seria uma peneira na defesa. O Blazers poderia apostar aqui em um pivô, mas a essa altura os melhores jogadores da posição já foram selecionados. Então fizeram bem em escolher McCollum, que tem tudo para fazer bem o papel de sexto homem da equipe.
11. Philadelphia 76ers – Michael Carter-Williams (PG, Syracuse, 21 anos)
O novo GM do Sixers, Sam Hinkie, já chegou à Philadelphia deixando claro que a franquia vai fazer uma reformulação profunda no elenco. Trocou o melhor jogador da equipe (Jrue Holiday) pelo jogador mais talentoso do draft (Nerlens Noel) e ainda ganhou uma valiosa escolha de primeira rodada no recrutamento do ano que vem, que tem tudo para ser o melhor em talento dos últimos anos. Sem Holiday, era natural que o Sixers selecionasse um armador. Como Trey Burke já foi escolhido e trocado com o Jazz, restavam Michael Carter-Williams, Shane Larkin e Dennis Schroeder como as melhores opções para a armação. O time da Philadelphia apostou em Carter-Williams, mais conhecido como novo Shaun Livingston. Sobre o armador de Syracuse, não tem meio termo: tem cheiro de bust, mas tem potencial para ser um dos melhores jogadores desse draft. Acho que ele caiu no time certo, pois o Sixers não terá pressa por resultados e, com isso, ele pode trabalhar melhor seus pontos fracos, como a inconsistência nos arremessos e o grande número de desperdícios de bola. Por outro lado, o Sixers pode ser recompensado com sua altura, velocidade, controle de bola e agressividade defensiva. Definitivamente, é uma aposta.
12. Oklahoma City Thunder – Steven Adams (C, Pittsburgh, 19 anos)
O Thunder poderia ter optado por um scorer, como Sergey Karasev e Kelly Olynyk, mas decidiu escolher um pivô de ofício. A essa altura, Adams era a escolha óbvia para a posição. Ele ainda é muito cru, mas tem potencial para ser um excelente big man, sobretudo na extremidade defensiva. Adams possui ótimos atributos físicos, usa bem o corpo e tem um footwork invejável para proteger a cesta. Mas no ataque, ele é um desastre. O time de Oklahoma deve prepará-lo para ser o substituto de Kendrick Perkins, cujo contrato com o Thunder expira em 2015.
13. Dallas Mavericks – Kelly Olynyk (PF/C, Gonzaga, 22 anos)
O time de Dallas selecionou Kelly Olynyk e, imediatamente, trocou o jogador canadense com o Celtics. Olynyk é dono de um vasto repertório ofensivo e pode pontuar de todos os cantos da quadra. Ele se destaca apenas em uma extremidade da quadra, já que, na defesa, ele não vai bem. Não é muito atlético, tem braços curtos e não gosta do jogo físico. Será uma ótima opção ofensiva para o garrafão do time de Boston, mas terá de ter um big man mais defensivo como complemento.
14. Utah Jazz – Shabazz Muhammad (SG/SF, UCLA, 20 anos)
A essa altura, a troca entre Jazz e Wolves já havia sido sacramentada e, quem escolheu Shabazz, na verdade, foi o time de Minnesota. Um dos mais intrigantes prospectos do draft deste ano, Muhammad era o jogador que o Wolves precisava: um scorer nato, que combina os instintos, agressividade e postura ativa típica dos pontuadores da NBA. Nos últimos meses, os defeitos de Shabazz ganharam muito destaque (sobretudo os problemas extra-quadra), mas é inegável que ele pode ter impacto na liga. Enfim, ele é o tipo de jogador que pode ter mais destaque na NBA do que no basquete universitário. Acho que a aposta do Wolves é muito válida. A recompensa pode ser grande.
15. Milwaukee Bucks – Giannis Antetokounmpo (SF, Filathlitikos-GRE, 18 anos)
Sem dúvida alguma, o jogador grego é o prospecto mais enigmático deste ano. Antetokounmpo vem de um time de segunda divisão na Grécia, mas chamou a atenção dos scouts por causa de seu imenso potencial. Tem gente que enxerga em Antetokounmpo um novo Kevin Durant. É raro encontrar um jogador de 18 anos com sua condição atlética, instintos e recursos técnicos. Ele possui versatilidade nas duas extremidades da quadra, mas carece de fundamentos, sobretudo defensivos. Antetokounmpo é um diamante bruto a ser lapidado. Resta saber se o Bucks terá paciência com o grego. A aposta do time de Milwaukee foi realmente ousada.
16. Boston Celtics – Lucas Nogueira (C, Estudiantes-ESP, 20 anos)
Na verdade, o pivô brasileiro foi selecionado pelo Mavs, já que a troca com o Celtics estava sacramentada. Posteriormente, o time de Dallas trocou Nogueira com o Atlanta Hawks. Bebê é um pivô que subiu muito nas projeções do draft nas últimas semanas, após seu ótimo desempenho no Eurocamp, em Treviso. Lucas é um pivô que tem uma rara combinação de tamanho, atleticismo e mobilidade. Além disso, ele é um jogador efetivo na tábua defensiva. Porém, ele ainda é muito magro. Como o Hawks precisa de jogadores em todas as posições, eles decidiram apostar em um pivô estrangeiro. Resta saber se ele virá agora para a NBA ou se irá cumprir seu contrato com o time espanhol (válido até 2015).
17. Atlanta Hawks – Dennis Schroeder (PG, New Yorker Phantoms Braunschweig-ALE, 19 anos)
Mais um prospecto internacional no Hawks. Schroeder é um armador muito atlético, que tem uma grande visão de quadra, potencial defensivo e é excelente no pick and roll. Seu grande desempenho no Nike Hoop Summit o credenciou ser uma escolha TOP 20 no draft. Ele deverá vir para a NBA de imediato e, provavelmente, será o backup de Jeff Teague, que será agente livre restrito, mas que deverá renovar seu vínculo com o Hawks. Acho que o time de Atlanta acertou na escolha.
18. Atlanta Hawks – Shane Larkin (PG, Miami, 20 anos)
A escolha, na verdade, passou a ser do Mavs, após a troca com o Hawks citada acima. Então, o time de Dallas decidiu selecionar o melhor armador disponível. Se fosse dez centímetros mais alto, Larkin seria uma escolha TOP 10. Ele é um armador que combina bom atleticismo, capacidade de criar para os companheiros e excelente arremesso de fora após o drible. O Mavs foi muito bem aqui.
19. Cleveland Cavaliers – Sergey Karasev (SF, Triumph Lyubertsky-RUS, 19 anos)
O Cavs deu a sorte de o melhor prospecto internacional ter sobrado aqui. E não era segredo que o time de Cleveland tinha ficado encantado com o jogador russo, que tem potencial para ser titular da equipe. Karasev é um um scorer nato que pode jogar nas posições 2 e 3 e ainda tem experiência internacional (com direito até a uma Olimpíada no currículo). Além disso, ele tem um alto QI de basquete e cria oportunidades para seus companheiros. Por outro lado, devido à falta de atributos físico-atléticos, Karasev é um jogador limitado na defesa. Enfim, o russo foi uma excelente escolha do Cavs.
20. Chicago Bulls – Tony Snell (SG/SF, New Mexico, 21 anos)
Jimmy Butler 2.0. Esse é Tony Snell, um ala que tem ótima condição físico-atlética, disciplina e mentalidade de um perfeito role player. Excelente defensor de perímetro e que tem um ótimo arremesso de longa distância. O Bulls, que poderia ter apostado em um pivô, foi muito bem na escolha. Snell tem tudo para ser um reserva efetivo na equipe. E o time de Chicago vai ter o Butler original e o genérico.
21. Utah Jazz – Gorgui Dieng (C, Louisville, 23 anos)
A escolha, na verdade, foi do Wolves, pela troca já citada aqui. Se na 14, o time de Minnesota pegou o scorer de perímetro que tanto necessita, aqui foi a vez de selecionar um pivô. Dieng é um big man muito atlético, que protege bem a cesta e ainda tem um bom passe. Seu jogo ofensivo melhorou bastante, mas seu impacto é na defesa. Como Nikola Pekovic será agente livre, o Wolves optou por um pivô. Caso o montenegrino renove, Dieng será uma peça importante vindo do banco, pronta para fazer o “trabalho sujo” no garrafão. Outra boa opção aqui para o time de Minneapolis, carente em bolas de três pontos, seria o ala Reggie Bullock.
22. Brooklyn Nets – Mason Plumlee (PF/C, Duke, 23 anos)
Em todos os meus Mocks, apontei que o Nets iria selecionar um big man. E não deu outra. A franquia novaiorquina selecionou um dos melhores pivôs disponíveis (o outro seria Jeff Withey). Plumlee é um pivô atlético, de boa mobilidade, que finaliza bem e que joga com muita intensidade. Além disso, ele pode atuar na posição 4. Enfim, Plumlee tem tudo para fazer parte da rotação de garrafão do Nets, que já conta com Reggie Evans, Kevin Garnett e Brook Lopez. Portanto, ele foi uma boa escolha por parte do time do Brooklyn.
23. Indiana Pacers – Solomon Hill (SF, Arizona, 22 anos)
Não entendi até agora o que o Pacers fez. Com Reggie Bullock, Allen Crabbe e Tim Hardaway Jr. disponíveis, eles apostaram em um ala que estava cotado para ser escolhido do meio para o final da segunda rodada. Isso porque eu nem falei dos armadores disponíveis (Pierre Jackson, Isaiah Canaan e Nate Wolters, por exemplo). Nos últimos playoffs, ficou claro que o Pacers precisava de mais arremessadores e de um armador capaz de criar o próprio arremesso e executar o pick and roll. Eu citei seis atletas que poderiam perfeitamente se encaixar no Pacers, mas a franquia decidiu apostar em Hill, que tem um corpo quase pronto para a NBA e faz de tudo um pouco em quadra, mas que não cria o próprio arremesso e não tem a agilidade lateral para marcar adversários da posição. Hill deve ter feito um treino de outro mundo no Pacers. Só pode ser essa a explicação. Que vacilo do time de Indiana, viu…
24. New York Knicks – Tim Hardaway Jr. (SG/SF, Michigan, 21 anos)
O Knicks foi atrás de um jogador parecido com J.R. Smith, que será agente livre. Hardaway Jr. é um jogador que pode atuar nas posições 2 e 3 e que tem capacidade de jogar com ou sem a bola nas mãos. Seu arremesso melhorou e ele ainda tem um potencial defensivo interessante. Vale dizer que sua distância de arremesso é absurda. No entanto, Hardaway Jr. é mediano nos outros aspectos do jogo. Resumindo: o Knicks tinha melhores opções aqui, como Reggie Bullock e Allen Crabbe para as alas, Nate Wolters e Isaiah Canaan para a armação e Jeff Withey para o garrafão.
25. Los Angeles Clippers – Reggie Bullock (SG/SF, North Carolina, 22 anos)
Bullock é um ala com todos os atributos para se tornar um ótimo role player na NBA. Ele é um dos melhores arremessadores do recrutamento, usa bem sua altura e condição atlética na tábua defensiva e cria arremessos para os companheiros. Aposta segura para qualquer equipe. Doc Rivers não poderia mesmo ter deixado Bullock passar aqui. Excelente escolha do Clippers.
26. Minnesota Timberwolves – Andre Roberson (PF, Colorado, 21 anos)
A escolha, na verdade, foi do Thunder, após uma troca com o Wolves. Roberson é um ala-pivô em corpo de ala. Seu carro-chefe é o talento absurdo para pegar rebotes. Ele possui condição atlética de elite, grande potencial defensivo, mas é baixo e não tem um físico ideal para um jogador da posição 4. Enfim, é uma aposta arriscada para o time de Oklahoma. Na posição, creio que Jackie Carmichael e Tony Mitchell teriam sido melhores escolhas.
27. Denver Nuggets – Rudy Gobert (C, Cholet-FRA, 20 anos)
Primeiro, essa escolha foi trocada com o Utah Jazz. Segundo, Gobert tem uma envergadura assustadora (2,39m), característica que mais chamou a atenção dos olheiros da NBA. Terceiro, ele tem a habilidade de dar tocos e é muito ágil para um jogador de seu tamanho. Quarto, não está pronto para a NBA porque ainda é muito magro e carece de movimentos mais refinados no garrafão. Quinto, entendo que o Jazz procurou aqui reforçar seu garrafão, que pode perder Paul Millsap e Al Jefferson numa tacada só, nesta offseason, mas acredito que Jeff Withey teria sido a melhor escolha.
28. San Antonio Spurs – Livio Jean-Charles (PF, ASVEL Villeurbanne-FRA, 19 anos)
Escolha com a cara do Spurs. Seleciona um prospecto internacional no final da primeira rodada e deixa o cara na Europa para se desenvolver. Jean-Charles é um ala-pivô incansável em quadra, que utiliza bem seus atributos físico-atléticos para defender o garrafão, coletar rebotes e finalizar jogadas próximas à cesta. Seu jogo ofensivo ainda é muito cru. Duas coisas devem ter influenciado o time de San Antonio nessa pick: o desempenho estelar de Jean-Charles no Nike Hoop Summit deste ano (27 pontos e 13 rebotes), sendo eleito, inclusive, o MVP da partida, e o fato de jogar no time cujo um dos donos é Tony Parker, estrela do Spurs.
29. Oklahoma City Thunder – Archie Goodwin (SG, Kentucky, 18 anos)
A escolha foi trocada duas vezes: primeiro para o Golden State Warriors e, depois, para o Phoenix Suns. Goodwin é mais um projeto do que alguém pronto. Ele tem excelente condição físico-atlética, tanto que é ótimo atacando a cesta. Seu arremesso, porém, deixa a desejar. Uma mecânica inconstante, a seleção de chutes muito questionável e a falta de fundamentos são aspectos que precisam ser trabalhados com urgência. Portanto, trata-se de um talento bruto, cujo desenvolvimento requer paciência. O Suns, que está em modo rebuild, já deixou claro que terá paciência e que confia muito no talento de Goodwin.
30. Phoenix Suns – Nemanja Nedovic (PG/SG, Lietuvos Rytas-LIT, 21 anos)
Na verdade, a escolha passou a ser do Warriors, após uma troca com o time de Phoenix. Nedovic é um combo guard atlético, forte fisicamente, que gosta de atacar a cesta e ainda cria chutes para os companheiros. Jogador europeu com grande atleticismo é difícil de se achar, viu. Além disso, o armador faz parte da seleção principal da Sérvia e, portanto, já tem experiência internacional. Ele tem as Summer Leagues para convencer a franquia de Oakland de que pode vir para a NBA de imediato. Caso deixe uma boa impressão, Nedovic pode até fazer parte da rotação da equipe na próxima temporada, já que Jarrett Jack será agente livre. Enfim, a aposta do Warriors é válida, apesar de achar que tinha melhor talento disponível aqui.
Principais jogadores esnobados da primeira rodada: Jamaal Franklin (SG, San Diego State, 21 anos), Glen Rice Jr. (SG/SF, D-League, 22 anos), Allen Crabbe (SG, California, 21 anos), Jeff Withey (C, Kansas, 23 anos), Tony Mitchell (PF, North Texas, 21 anos), Pierre Jackson (PG, Baylor, 21 anos), Isaiah Canaan (PG, Murray State, 21 anos), Mike Muscala (C, Bucknell, 21 anos), Nate Wolters (PG, South Dakota State, 22 anos), Alex Abrines (SG, Barcelona-ESP, 19 anos), Ricky Ledo (SG, Providence, 20 anos), Erick Green (PG/SG, Virginia Tech, 22 anos)
Legenda
PG: armador
SG: ala-armador
SF: ala
PF: ala-pivô
C: pivô