O draft deste ano sempre foi taxado de o pior dos últimos tempos, já que não tinha um super prospecto para chegar à NBA e mudar os rumos de uma franquia, mas foi um dos mais legais que eu já acompanhei. Os motivos? As surpresas nas escolhas, o grande número de trocas feitas durante e depois do recrutamento e a seleção de dois brasileiros.
Quem aqui cravava que o Cleveland Cavaliers iria selecionar o ala-pivô Anthony Bennett na primeira escolha geral? Os favoritos eram os pivôs Nerlens Noel e Alex Len e o ala-armador Victor Oladipo. Particularmente, gostei da opção do Cavs, já que Bennett está no meu TOP 5 de jogadores que acho que têm muito potencial para serem efetivos na Liga por vários anos e, quem sabe, chegar a ser um All-Star. Os fãs do time de Cleveland já devem estar ansiosos para ver de perto os pick and rolls entre Kyrie Irving e Bennett.
A lesão no ligamento do joelho realmente prejudicou bastante Noel. O pivô de Kentucky sempre foi cotado como a firstpick do recrutamento. Logo após a surpreendente escolha de Bennett, as câmeras focalizaram Noel na Barclays Arena. E a cara dele ao saber que não havia sido a primeira escolha foi de dar dó. Parecia até que ia cair no choro. Outros quatro times deixaram de selecionar Noel, até que ele caiu no colo do New Orleans Pelicans. Pouco tempo depois, ele foi trocado para o Philadelphia 76ers.
Outro que caiu no draft foi Ben McLemore. O ala-armador de Kansas sempre esteve cotado como uma das cinco primeiras escolhas, mas acabou “sobrando” para o Sacramento Kings, na sétima pick. McLemore tem muito talento, mas sua passividade em quadra o “derrubou”.
Orlando Magic e Washington Wizards fizeram escolhas seguras e óbvias, com Victor Oladipo e Otto Porter Jr., respectivamente. O Phoenix Suns vibrou com o fato do pivô ucraniano Alex Len ter sobrado na quinta pick. Ele era o número 1 da lista da franquia do Arizona. O outro time do TOP 5, o Charlotte Bobcats, foi outro que surpreendeu a todos. Ninguém esperava que Cody Zeller fosse ser escolhido tão cedo. Vamos ver daqui a alguns anos se o time de Michael Jordan vai se arrepender de ter deixado passar Noel e McLemore.
E o número de trocas no recrutamento deste ano foi muito alto! Dez jogadores selecionados na primeira rodada foram negociados. E na segunda rodada tivemos mais 13 atletas mudando de time. A troca mais surpreendente foi a que envolveu New Orleans Pelicans e Philadelphia 76ers. O time de New Orleans trocou para o Sixers a sua sexta escolha (Noel) e ainda cedeu à equipe da Philadelphia uma escolha de primeira rodada (TOP 5 protegida) do draft do ano que vem. Em contrapartida, o Sixers abriu mão de seu principal jogador, o armador Jrue Holiday, e da escolha 42 no recrutamento, o também armador Pierre Jackson.
Outro fato que me chamou a atenção foi o número de jogadores nascidos fora dos Estados Unidos que foram escolhidos na primeira rodada: 12, um recorde na história do recrutamento. A NBA está mais internacional do que nunca ou a safra de prospectos norte-americanos realmente não era das melhores? Um pouco de cada, eu diria. Bennett é o primeiro jogador canadense escolhido na first pick na história do draft. E olha que o jogador mais cotado para ser a primeira escolha geral do recrutamento de 2014 também é do Canadá, o ala Andrew Wiggins.
Para completar, o Brasil terá mais dois jogadores na NBA. O pivô Lucas “Bebê” Nogueira foi selecionado pelo Boston Celtics na décima sexta escolha. Em muitos Mocks, Nogueira era cotado para sair no final da primeira rodada. Tudo mudou após seu ótimo desempenho no Eurocamp, em Treviso, há alguns dias. Por pouco, ele não foi escolha de loteria. Lucas foi trocado para o Dallas Mavericks e, pouco tempo depois, para o Atlanta Hawks.
O segundo brasileiro draftado foi o armador Raul Neto, também selecionado pelo Hawks. Muita gente imaginou na hora da escolha que teríamos dois brasileiros na mesma equipe. No entanto, ele foi trocado para o Utah Jazz. Como qualquer escolha de segunda rodada, Raulzinho não tem contrato garantido para a próxima temporada. Para assegurar um lugar no Jazz, ele terá que fazer boas Summer Leagues.
Além disso, outros dois jogadores brasileiros, o ala Alexandre Paranhos e o ala-pivô Augusto Lima, que não foram draftados, terão que receber convite de algum time para participar das Ligas de Verão. O armador Scott Machado, que defendeu Houston Rockets e Golden State Warriors na última temporada, é outro que vai ter que suar muito nas Summer Leagues para conseguir um contrato na NBA.
Pensando de forma positiva, em breve, o Brasil pode ter até dez jogadores na melhor liga de basquete do mundo. Além dos cinco atletas citados acima, teríamos Tiago Splitter, Anderson Varejão, Nenê Hilário, Leandrinho Barbosa e Fab Melo. Seria espetacular e muito importante para o crescimento do esporte no país.
Gostaria de finalizar o artigo deixando o meu abraço efusivo à equipe do Jumper Brasil, que participou da cobertura de mais um draft, e a vocês, caros leitores, que estão sempre prestigiando o nosso trabalho. Obrigado de coração, em nome de todos os malucos que fazem o Jumper. Os quase 160 mil pageviews registrados nesta semana vão ficar guardados na história do site. Ah, e a contagem regressiva para o Draft 2014 já começou!