Por Kaio Kleinhans
Memphis Grizzlies (60-22) – 5º na conferência Oeste, eliminado na final da conferência
Time base
Mike Conley
Tony Allen
Tayshaun Prince
Zach Randolph
Marc Gasol
Reservas
Josh Selby
Keyon Dooling
Jerryd Bayless
Quincy Pondexter
Austin Daye
Ed Davis
Jon Leuer
Darrell Arthur
Líderes
Pontos: Rudy Gay (17.2)
Rebotes: Zach Randolph (11.2)
Assistências: Mike Conley (6.1)
Roubadas: Mike Conley (2.2)
Bloqueios: Marc Gasol (1.7)
Agentes livres irrestritos: Tony Allen (renovou), Austin Daye, Keyon Dooling
Agentes livres (player option ou qualifying offer): Jerryd Bayless (renovou)
O Grizzlies fez, em 2012-2013, a melhor campanha da história da franquia. O time chegou às finais da Conferência Oeste pela primeira vez e também alcançou o recorde de 56 vitórias na temporada regular. Apesar da boa campanha, a equipe ficou apenas com a quinta melhor campanha do Oeste. Nos playoffs, o Grizzlies venceu o Los Angeles Clippers (4×2) e o Oklahoma City Thunder (4×1) para chegar às finais da NBA e ser derrotado em quatro jogos.
Apesar da ótima campanha, o time de Memphis passou por algumas complicações durante a temporada. Um novo dono chegou e, com ele, uma pequena, mas necessária reestruturação no comando da franquia, como a contratação do renomado John Hollinger, ex-comentarista da ESPN, para o cargo de vice-presidente de Operações de Basquete.
Com a chegada de Hollinger, o time também sofreu alterações. Para abrir espaço na folha salarial, o Grizzlies trocou Marreese Speights, Wayne Ellington e Josh Selby para o Cleveland Cavaliers por Jon Leuer. O próximo movimento do Grizzlies teve um impacto maior na equipe principal, com a saída do cestinha da equipe nos últimos anos, o ala Rudy Gay. Na negociação, o time de Memphis enviou Gay ao Toronto Raptors e recebeu do Detroit Pistons os alas Tyshaun Prince, Austin Daye, e o jovem ala-pivô Ed Davis, da equipe canadense. O Pistons acabou recebendo o veterano armador espanhol José Manuel Calderon e seu contrato expirante de US$ 10 milhões, garantindo assim flexibilidade futura à equipe.
Sem Gay, o foco da equipe passaria ser a poderosa dupla de garrafão formada por Marc Gasol e Zach Randolph, como era cobrado já algum tempo pela maioria dos fãs da NBA. A dupla formada pelos dois jogadores dominaram os garrafões adversários. Randolph foi uma máquina de duplos-duplos e líder de rebotes ofensivos de toda a NBA, enquanto o espanhol foi uma das principais peças da defesa da equipe, que foi uma das três melhores da liga, e uma das melhores dos últimos anos. O espetacular trabalho de Gasol rendeu ao jogador o prêmio de defensor do ano da temporada.
Outro fator importante da troca de Gay foi a evolução do armador Mike Conley, que fez uma grande temporada nos dois lados da quadra, pontuando sempre que preciso, ajudando a dupla de garrafão, e transformando-se em um dos melhores armadores na defesa de toda a Liga.
Nos playoffs, a equipe foi muito bem. Na primeira rodada, o Grizzlies venceu o Clippers em uma série muito boa. Depois de perder as duas primeiras partidas em Los Angeles, o time de Memphis venceu os quatro jogos seguintes e fechou a série.
No próximo confronto, a sorte ainda estava ao lado do Grizzlies, que enfrentou o Oklahoma City Thunder sem seu segundo principal jogador, o armador Russell Westbrook, que estava lesionado. A melhor defesa da NBA, aliada à força de seu garrafão, foram mais uma vez decisivas e, assim, o Grizzlies eliminou o Thunder depois de cinco jogos.
Pela primeira vez na sua história, os torcedores da franquia de Memphis viram sua equipe chegar a uma final de conferência. E o adversário era bastante indigesto, o temido San Antonio Spurs, de Gregg Popovich e Tim Duncan. A série não correu bem para o Grizzlies. A dupla de garrafão não rendeu o esperado e o perímetro não conseguiu dar o suporte necessário. O Spurs, alternando o jogo dentro do garrafão com Duncan e Splitter, e no perímetro com Parker, Leonard e Green, varreu o Grizzlies e acabou com o sonho da torcida de Memphis de ver seu time chegar às finais pela primeira vez.
O que deu certo
O pivô Marc Gasol.
O Memphis Grizzlies teve, na última temporada, a melhor defesa de toda a liga, e a peça fundamental do sistema defensivo foi o pivô espanhol, que venceu o prêmio de melhor defensor da temporada. Além do trabalho defensivo, Gasol foi o melhor pivô da liga no quesito assistências, ajudando Mike Conley a encontrar os companheiros de equipe sempre em uma posição mais favorável para poder pontuar. Ofensivamente, Marc ainda está um pouco abaixo do seu potencial, pois consegue pontuar tanto próximo da cesta quanto saindo para arremessar, mas ainda prefere se focar mais em passar a bola do que ele mesmo definir as jogadas.
O que deu errado
Pontuação do perímetro.
A troca de Rudy Gay foi boa para o Grizzlies, mas acabou deixando uma lacuna na equipe. Faltou um pontuador confiável no perímetro, pois Conley, Allen e Prince são jogadores de características primárias defensivas. Com isso, a defesa dos adversários podia se focar mais na dupla de garrafão, que tinha o trabalhado muito dificultado. Apesar da qualidade de Gasol e Randolph, uma ajuda vinda de fora do garrafão é necessária para que os dois pivôs possam ter mais espaço para trabalhar a bola e finalizar as jogadas da equipe.
Futuro
O Grizzlies já é um dos melhores times do Oeste e de toda a Liga, mas é sempre necessário se reforçar, principalmente quando se joga em uma conferência que seus adversários estão a cada ano mais forte.
Na noite do draft, a equipe fez sua primeira negociação visando a próxima temporada, enviando para o Denver Nuggets o ala-pivô Darrell Arthur em troca do pivô Kostas Koufos. Com essa negociação, o Grizzlies fica com duas boas reposições para o garrafão, o legitimo pivô Koufos e o ala-pivô Ed Davis.
No período de negociações, o Grizzlies conseguiu manter seus principais agente livres: o armador Jarred Bayless e o ala-armador Tony Allen. Além disso, a equipe foi buscar o ala Mike Miller, antigo ídolo da torcida, que chegou a ser eleito o melhor sexto homem da temporada de 2006, jogando em Memphis. O Grizzlies ainda negocia com o armador Mo Williams.
A equipe deve sofrer um baque com a saída do técnico Lionel Hollins, que foi substituído pelo seu assistente David Joerger. Mas espera-se que o time mantenha o mesmo ritmo, principalmente defensivo, por Joerger ser seguidor dos conceitos e ensinamentos de Hollins.
