A demissão de Avery Johnson do comando do Brooklyn Nets pegou muita gente de surpresa – incluindo o próprio treinador. Depois de um ótimo início de temporada, o técnico não resistiu às dez derrotas sofridas em 13 jogos disputados no mês dezembro e acabou dispensado. Mesmo com a sequência de resultados ruins, ele não fazia ideia que sua permanência no cargo estava em perigo.
“Você não pensa que isso vai acontecer quando está em um time com 50% de aproveitamento, mas é uma decisão da direção. Nós assinamos sabendo que as coisas são assim. Acho que ser treinador nem sempre é justo. Afinal, não somos os donos dos times. Nós só os treinamos”, desabafou o ex-atleta, que vem sendo substituído interinamente por P.J. Carlesimo.
Antes do início da temporada, Johnson fez pressão para que o Nets estendesse seu vínculo, mas o time não mostrou interesse em se comprometer a longo prazo. Para o técnico, essa recusa e – por extensão – ter que entrar na campanha com um contrato expirante tiveram papel fundamental em sua demissão.
“Neste negócio, você precisa de poder para ser capaz de comandar. Ajudaria se tivesse tido um contrato que os jogadores respeitassem. Quando você não tem isso, não se tem o apoio total dos donos em diferentes áreas, as coisas simplesmente não funcionam”, explicou o treinador, sugerindo que não recebia o suporte necessário da alta cúpula do Nets.
Analisando a diferença entre o primeiro e segundo mês de temporada, Johnson não descarta que o elenco pode ter feito um complô para derrubá-lo do cargo. “Obviamente, alguma coisa mudou e a direção recebe muito feedback dos jogadores. Talvez, os atletas não estivessem felizes com o rumo em que estávamos indo e decidiram, em conjunto, que uma mudança era necessária”, especulou.
Johnson, de 47 anos, foi contratado pelo Nets em junho de 2010 para assumir o cargo deixado pelo dirigente e técnico interino Kiki Vandeweghe. Ele acumulou 60 vitórias e 116 derrotas a frente da (agora) equipe nova-iorquina.