Medalha? Pode ser, mas é preciso ter calma

Faz tempo que não escrevo nada aqui, já que eu achava que poderia ter umas férias. Mas não tem como. O basquete masculino brasileiro está nas Olimpíadas pela primeira vez desde 1996, mas a demora parece ter ajudado ao grupo ter virado um time de verdade. Uma coisa é certa: não conte de cara com […]

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Faz tempo que não escrevo nada aqui, já que eu achava que poderia ter umas férias. Mas não tem como. O basquete masculino brasileiro está nas Olimpíadas pela primeira vez desde 1996, mas a demora parece ter ajudado ao grupo ter virado um time de verdade.

Uma coisa é certa: não conte de cara com uma medalha em Londres. O time é realmente muito melhor do que o dos anos anteriores, principalmente pela adição do pessoal da NBA (Nenê, Tiago Splitter, Anderson Varejão, e Leandro Barbosa) e de um técnico renomado, do gabarito de Rubén Magnano, campeão olímpico em 2004 com a Argentina. Só que existem falhas, e são graves.

Antes de mais nada, há uma exaltação em cima de um trabalho, que na realidade começou há muito tempo, bem antes de Magnano aceitar o convite da CBB. A base é quase a mesma de dois ciclos olímpicos fracassados. Alex Garcia, Marcelinho Machado, Guilherme Giovannoni, além dos “caras da NBA”, fazem parte do time desde 2002. Ou seja, oito dos 12 jogadores que estão em Londres jogam juntos há pelo menos dez anos.

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Se essa geração não conseguisse a classificação, seria um desperdício gigantesco, pois há bons jogadores e outros em um nível melhor. Leandrinho já não é mais o mesmo e demonstrou problemas ofensivos nos amistosos. E se o problema dele passa a ser o de ataque, sobra muito pouco dele.

O time é forte no garrafão. Talvez, um dos mais qualificados das 12 seleções que lá estão. Varejão, Nenê, e Splitter, fazem uma rotação bastante intrigante até mesmo para os principais candidatos ao título.

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Fora isso, temos um jogador bastante aguerrido e que sabe defender como poucos, o ala-armador Alex; um armador de grande visão de jogo, Marcelinho Huertas; e alguns bons arremessadores, como Giovannoni, Marquinhos, e o veterano Marcelinho Machado. Só que não podemos, em hipótese alguma, ficar arremessando de longa distância o tempo todo. E isso é uma tendência de alguns desses citados.

Larry Taylor e Raulzinho são os reservas de Huertas, mas quando entram, fica nítido que não conseguem manter o mesmo nível. Caio Torres entrará por poucos minutos, apenas quando os três pivôs estiverem cansados ou com problemas por faltas.

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E o futuro?

O mais jovem desses oito remanescentes de 2002 é Splitter, que está com 27 anos. Até Huertas é mais velho e está com 29. É possível pinçar alguns desses jogadores de hoje para Rio-2016, mas tudo depende da renovação, que vem acontecendo, porém é lenta e carece (ou carecia) de um apoio maior da Confederação Brasileira. Já existe um campeonato minimamente organizado sub-21 nacional, o que vejo com bons olhos.

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No entanto, o que temos que nos preocupar nesse momento é com 2012. É de se esperar algo, sim. Mas medalha? Talvez, com uma concentração maior que a demonstrada nos amistosos, e com uma pitada de sorte, é possível brigar.

Eu quero acreditar. Até é possível. Só que se a seleção ficar no quinto lugar, estará dentro daquilo que eu acredito. O que vier acima disso, é lucro.

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