Apesar de não conseguir um título, Brad Stevens foi um técnico de sucesso no Boston Celtics e tem feito mais um bom trabalho como GM. O jejum de títulos da franquia com o maior número de campeonatos da NBA não acabou com ele no cargo de treinador principal, mas ele ainda esteve à frente como o executivo principal. Portanto, o construtor do elenco desde que assumiu o papel em 2021/22.
Em entrevista ao jornalista Adam Himmelsbach, do jornal Boston Globe, Stevens falou sobre o atual trabalho, garantindo que não conseguiu o sucesso que tem obtido sozinho. Ele assumiu o lugar de Danny Ainge, que esteve na franquia entre 2003 e 2021.
“Eu cheguei para trabalhar com uma equipe já muito estruturada. Nosso front-office está junto há algum tempo, então tudo ficou mais fácil. Sempre tenho muito apoio com as coisas em que não sou tão bom. As pessoas te dão muito suporte. Portanto, tem sido divertido trabalhar aqui. Acho que é um trabalho muito bem feito desde os executivos, aos técnicos e aos jogadores. Juntos, conseguimos um campeonato da NBA, e isso é emocionante”, afirmou.
Stevens foi o treinador principal de Boston entre 2013/14 e 2020/21. Comandando uma reestruturação rápida após a troca de Paul Pierce e Kevin Garnett, ele levou a franquia para a disputa de três finais da Conferência Leste, mas não conseguiu avançar até a final em nenhuma delas.
Ainda assim, ele foi um dos treinadores mais elogiados da liga enquanto esteve na função. Boston conseguiu jogar um basquete coletivo e eficiente na maior parte de seu período como treinador. Ele liderou as equipes de Isaiah Thomas, Kyrie Irving e Jayson Tatum durante sua passagem.
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No entanto, após uma péssima campanha em 2020/21, com eliminação na primeira rodada em temporada marcada por lesões e um time muito mais individualista, Stevens trocou de cargo na franquia. Logo após a eliminação para o Brooklyn Nets, Stevens se transformou em presidente de operações de basquete da equipe. Enquanto isso, Ime Udoka foi contratado para a temporada 2021/22. Enfim, o time chegou às finais da NBA.
Trabalho
Se Udoka foi fundamental como técnico, Brad Stevens foi ótimo na montagem do elenco do Celtics. Mesmo com dificuldades financeiras, devido aos salários altos, ele fez trocas criativas e trouxe grande parte da base do time campeão. Foi nessa campanha que chegaram Al Horford e Derrick White em trocas por Kemba Walker, Josh Richardson, Romeo Langford e duas escolhas de primeira rodada no Draft.
Após perder as finais para o Golden State Warriors, ele obteve Malcolm Brogdon no mercado em uma troca que, na época, foi bem lucrativa para Boston. Afinal, a franquia não perdeu nenhuma peça-chave para conseguir o armador. Depois de nova queda nas finais do Leste e a troca de comando técnico, após as polêmicas de Ime Udoka e a chegada de Joe Mazzulla, ele coordenou as mudanças que levaram ao título em 2023/24.
Kristaps Porzingis e Jrue Holiday foram os grandes reforços para a temporada. Marcus Smart foi para o Memphis Grizzlies no acordo triplo que trouxe o pivô letão. Além disso, Malcolm Brogdon e Robert Williams foram para o Portland Trail Blazers na troca.
Apesar de algum risco, cedendo jogadores importantes no time, o Celtics se deu bem. Além do título, a equipe também conseguiu renovar os vínculos de todos os principais nomes por alguns anos, incluindo Jayson Tatum e Jaylen Brown. Os acordos dos astros foram os maiores da história da NBA, assim que assinados. O novo contrato de Tatum superou o de Brown, assinado em 2023.
E tem mais
Apesar dos méritos que o levaram a vencer o prêmio de Executivo do Ano em 2023/24, Stevens ressalta que o novo cargo vai muito além da montagem de elenco. Ele definiu a nova função como muito mais ampla e trabalhosa do que apenas o cargo de treinador.
“Eu acho que a principal mudança é que não tenho uma pausa. O trabalho não para. Quando você é um técnico, você está em uma corrida de oito meses. Você lidera sua equipe nesse período, é muito difícil. Mas na minha função atual agora, sinto que estou os 12 meses do ano envolvido com isso. Você opera todas as questões do basquete”, afirmou.
Apesar disso, Brad Stevens admitiu que a cobrança vem muito mais pelo lado de mudanças no mercado e dos jogadores do Celtics do que, necessariamente, qualquer uma de suas outras funções desde que deixou o cargo de técnico.
“Sério, a construção do elenco é uma parte pequena do que faço. Uns 10% provavelmente. E acho que estou exagerando um pouco aqui. Mas isso é tudo que se fala também. Então, a gestão ou outras coisas não importam se você não está tendo sucesso na quadra. Só se fala sobre isso, mas o trabalho é bem maior”, concluiu.
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