Equipe do site analisa a etapa inicial da pós-temporada
Eram 16 times, agora restam oito. A primeira rodada dos playoffs acabou no último domingo e apenas três confrontos separam as equipes sobreviventes do título da NBA. Por isso, o Jumper Brasil reúne cinco de seus integrantes para analisar o que houve de mais importante nas séries inaugurais da pós-temporada.
Avisamos que, a cada etapa finalizada dos playoffs, uma nova “roda” de integrantes e perguntas será divulgada por aqui. Então, hora de respostas:
1 – Qual equipe mais te impressionou nesta primeira rodada dos playoffs?
Ricardo Stabolito Jr. (Sem Mais): O Oklahoma City Thunder exorcizou dois “fantasmas” da final do Oeste de 2011 na primeira rodada deste ano: as dificuldades contra defesa zona e para definir jogos. Independentemente da varrida, eu não esperava tanto amadurecimento do elenco comandado por Scott Brooks de um ano para outro.
Gustavo Freitas (Blog do Mastô): Creio que tenha sido o Philadelphia 76ers, especialmente porque a equipe vinha tendo problemas internos e perdeu o fôlego no final da temporada. No entanto, quando enfrentou o Chicago Bulls, tudo pareceu ser resolvido. Pelo menos, pareceu. Jrue Holiday está jogando bem, assim como Spencer Hawes. É um time muito impressionante na defesa e não depende de Elton Brand e Andre Iguodala no ataque, porque o banco é muito bom e existem boas opções.
Gustavo Lima (Blog do Gustavo Lima): San Antonio Spurs. Eliminou o Utah Jazz com muita facilidade, comprovando a força do elenco e a ótima forma da equipe. É um dos favoritos ao título.
Zeca Oliveira (Blog Go-to-Guy): Sinceramente, o Denver Nuggets. Não conseguiu vencer a série, no final das contas, mas jogou de forma inteligente, acelerou os jogos ao máximo, atuou com muita energia e dificultou bastante uma série contra o poderoso Lakers. Nenhuma outra equipe me impressionou mais do que Denver.
Lucas Colisse: Quem mais me impressionou foi o Thunder. Apesar deles já terem feito uma temporada regular incrível, enfrentaram de cara o atual campeão Mavericks e mostraram ter jogadores capazes de decidir a série “sozinhos”. Oklahoma mostrou maturidade, varreu os campeões e é uma das franquias favoritas ao título para mim.
2 – E qual foi a maior decepção?
Ricardo Stabolito Jr.: Memphis Grizzlies. Eu não esperava que eles fossem ser campeões do Oeste ou coisa do tipo, mas a eliminação na primeira rodada foi uma terrível decepção. Eram melhores e mais experientes do que o Clippers. Até jogaram melhor na série, mas não souberam “matar” os jogos e a tomada de decisões nos quartos finais foi um desastre. Isso sem contar que perderam a vaga em casa. A derrota foi ruim e a forma como perderam conseguiu ser pior ainda.
Gustavo Freitas: Com certeza, o Chicago Bulls. Mesmo sem Derrick Rose, a equipe vinha vencendo durante a temporada regular. Nos playoffs, porém, não teve forças para superar o Sixers em momento algum. Deu a entender que, por mais que tentassem algo, nunca venceriam o adversário. E olha que os placares foram muito aproximados. Depois que Joakim Noah machucou-se, aí que a situação piorou mesmo.
Gustavo Lima: Dallas Mavericks. O atual campeão da NBA foi varrido na primeira rodada. Não preciso dizer mais nada.
Zeca Oliveira: O Memphis Grizzlies, que – na minha opinião – tinha ótimas chances de vencer a conferência Oeste (apesar do limitadíssimo banco de reservas), mas perdeu para um Clippers mal treinado e cheio de defeitos, mesmo com o mando de quadra. O quarto período da primeira partida da série foi um desastre!
Lucas Colisse: A decepção foi o New York Knicks. Não tiveram o mínimo equilíbrio para tentar ao menos fazer frente ao Miami Heat e acabaram justamente eliminados. O que teve em raça faltou em organização.
3 – Verdadeiro ou falso: a lesão de Derrick Rose foi fundamental para a eliminação do Chicago Bulls contra o Philadelphia 76ers.
Ricardo Stabolito Jr.: Verdadeiro. Sem Rose, o Bulls perdeu sua maior arma ofensiva em uma série em que era fundamental ser eficiente no ataque. Perdeu o jogador que cria o próprio arremesso, ataca a cesta, pontua em transição e cava um “caminhão” de lances livres. Chicago sobreviveu bem sem ele na temporada regular, mas a ótima defesa do Sixers exigia que tivessem mais poder de fogo.
Gustavo Freitas: Totalmente verdadeiro. Por mais que tenha acontecido o mesmo na temporada regular, a expectativa era que Rose fosse estar pronto nos playoffs. Até estava, mas deixou o moral do Bulls em estado crítico ao se machucar mais uma vez. E, nos mata-matas, não adianta. Se não tiver um time na ponta dos cascos, você não consegue nada. Poderia até passar da primeira rodada, mas não iria muito além disso.
Gustavo Lima: Verdadeiro. Uma coisa é o Bulls ter jogado sem Rose em vários jogos da temporada regular. Outra é o armador se lesionar gravemente na primeira partida dos playoffs. Antes, o elenco do time de Chicago sabia que, quando chegasse à pós-temporada, eles poderiam contar com a volta do astro. Desta vez, não. Para piorar, ainda perderam Joakim Noah também por motivo de lesão. A equipe sentiu o baque e não conseguiu ser efetiva no ataque. O matchup também não ajudou, pois a defesa do Sixers é uma das três melhores do ano.
Zeca Oliveira: Verdadeiro. Tecnicamente e psicologicamente, foi um baque a contusão do Derrick Rose. Não que o Bulls não fosse capaz de vencer a série sem ele, mas é o único do elenco que ataca a cesta com regularidade e, indiretamente, faz todo o resto render mais. Além de que o resto do time tinha consciência de que, por mais que chegassem longe, não venceriam um título sem sua estrela. A motivação, com certeza, despencou.
Lucas Colisse: Não é totalmente falso. É claro que, com Rose em quadra, a história teria sido diferentes. No entanto, o armador jogou pouco durante a temporada regular e, mesmo assim, o Bulls ficou no topo. Acho que a lesão de Noah e o desgaste de Luol Deng foram mais determinantes.
4 – Quem você considera ter sido o MVP da primeira rodada?
Ricardo Stabolito Jr.: Chris Paul. Muitos jogaram bem, mas ele esteve em outro nível. Liderou o Los Angeles Clippers nos dois lados da quadra em uma das maiores surpresas da primeira rodada. Pela postura e determinação que mostrou, deu para perceber que o armador se recusava a perder.
Gustavo Freitas: Rajon Rondo, do Boston Celtics. Primeiro, ele é suspenso após chocar-se com um árbitro. Mas o que ele fez nos jogos seguintes? Colocou o time nas semifinais do Leste com uma defesa sensacional e uma visão de jogo privilegiada.
Gustavo Lima: Chris Paul, do Clippers. Levou o time nas costas e foi o grande responsável pela classificação do time angelino para a semifinal de conferência. Seus números foram ótimos (20.4 pontos, 5.7 rebotes, 7.1 assistências e 2.7 roubos de bola), mas o mais importante foi ter chamado a responsabilidade e sido fundamental nos momentos decisivos.
LeBron James teve a ajuda de Dwyane Wade contra o Knicks. Durant contou com o auxílio de Russell Westbrook e James Harden para varrer o Mavericks. Rajon Rondo teve dois triplos-duplos contra o Hawks e jogou ao lado de inspirados Kevin Garnett e Paul Pierce. Todos tiveram ótimo desempenho em suas respectivas séries, mas apenas Paul carregou a equipe nas costas. Enfim, ele foi o jogador mais valioso da primeira rodada.
Zeca Oliveira: Reggie Evans! Não, brincadeira. Apesar de ausente na partida crucial para o Celtics virar a série contra o Hawks, meu voto vai para Rajon Rondo.
Lucas Colisse: Chris Paul. O Clippers perdeu Chauncey Billups ainda na temporada regular e viu Caron Butler se machucar logo no primeiro jogo do confronto. Paul e Blake Griffin também sentiram lesões, mas continuaram jogando no sacrifício. O armador foi o grande líder da franquia dentro de quadra e dominou uma das séries mais emocionantes dessa primeira fase.
5 – Quais serão as finais de conferência?
Ricardo Stabolito Jr.: Heat e Celtics no Leste, Spurs e Thunder no Oeste parecem ser a lógica. Mas eu não acho que exista vida fácil para ninguém. O Pacers tem os jogadores e condições para complicar Miami. O Sixers é um matchup complicadíssimo para Boston. O Lakers possui qualidade técnica e experiência para tentar surpreender Oklahoma. Chris Paul está tão bem que o Clippers até pode dar um calor em San Antonio.
Gustavo Freitas: Heat contra Celtics no Leste e Thunder contra Spurs no Oeste. Se for diferente disso, de verdade, ficarei surpreso. Não que o Pacers seja fraco, mas LeBron James e Dwyane Wade são muito diferenciados nesta série. Indiana tem o conjunto, mas Miami possui dois dos cinco melhores jogadores da NBA. O Sixers até pode surpreender, por conta dos reservas, porém é complicado derrotar o Celtics com Rondo, Garnett e Pierce jogando da forma como estão. No Oeste, Spurs e Thunder já provaram que são os melhores durante todo o ano.
Gustavo Lima: San Antonio Spurs e Oklahoma City Thunder, Miami Heat e Boston Celtics. Para mim, seria uma surpresa muito grande se essas não forem as finais de conferência. Afinal, são as quatro melhores equipes dos playoffs.
Zeca Oliveira: Spurs e Lakers de um lado, Heat e Celtics do outro.
Lucas Colisse: No Oeste, eu acredito em Spurs e Thunder. Heat e Celtics decidem o Leste.