Polêmica com Britney Spears e mais: Victor Wembanyama teve ano de estreia mágico na NBA

Aos 20 anos, francês brilhou em sua primeira temporada

Victor Wembanyama NBA estreia Fonte: Reprodução / X

O Draft de 2024 está cada vez mais próximo, enquanto sentimos falta de um nome de impacto. Mas o do último ano foi algo especial. Com Victor Wembanyama, a NBA nunca esteve tão ansiosa para ver a estreia de um calouro. E isso aconteceu porque, até então, ninguém viu nada minimamente similar ao francês. Nem quando foi com LeBron James, com Zion Williamson, pois todo mundo sabia exatamente o que estava por vir. Com Wembanyama, entretanto, havia muita desconfiança.

Isso porque com LeBron e Zion, a liga entendia que ambos poderiam ser dominantes. Afinal, eles jogavam nos EUA e bastava ligar a TV que você acompanhava seus melhores momentos, seus jogos mais importantes e tudo mais. Com Victor Wembanyama, o papo foi outro e somente quando fez sua estreia na Summer League da NBA que deu para começar a entender o que era aquilo.

Aliás, aquela Summer League foi bastante confusa. Começando com a polêmica com a cantora Britney Spears em um episódio bem estranho. Ela estava em Las Vegas, assim como Wembanyama e todo o mundo que cobria NBA. Mas Spears tentou tirar uma foto com o o então futuro jogador do San Antonio Spurs e acabou levando um tapa do segurança da equipe.

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Enquanto isso, Wembanyama preferiu se esquivar do assunto. A pressão em cima do jovem já era enorme, então tudo aquilo era exatamente o que ele não precisava. E seus primeiros jogos também não foram exatamente como um potencial melhor calouro da temporada poderia ter.

Pressão em cima de um jogador que acabou de chegar aos EUA, definitivamente era um problema. Então, o Spurs abreviou sua Summer League para ele ter foco nos treinamentos.

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De julho até outubro, era o tempo suficiente que ele precisava para começar a ganhar corpo. As primeiras impressões não foram exatamente as melhores, então Wembanyama precisava sumir do radar da mídia especializada na NBA. E ele trabalhou. Muito.

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Veio a temporada de estreia de Victor Wembanyama na NBA. Mas chegou junto de muitas críticas. Afinal, como um pivô com toda aquela altura não pegava rebotes? Nos primeiros quatro jogos, o novato teve problemas no quesito. E os erros de ataque também não ajudavam. Mas como o Spurs venceu duas das quatro partidas e o técnico Gregg Popovich fazia experiências na equipe, ninguém se preocupava tanto.

Então, chegou aquele jogo contra o Phoenix Suns. Era a quinta partida. Ele fez 38 pontos, pegou dez rebotes, acertou três de seis tentativas do perímetro e o Spurs venceu.

Pronto. Era o seu cartão de apresentação.

Claro que, por ser um novato, ele teria variações de bons jogos com outros nem tanto. Enquanto isso, o Oklahoma City Thunder vencia com o também calouro Chet Holmgren. As comparações não paravam e uma derrota por 36 pontos de diferença deixaram a coisa ainda mais confusa. O francês anotou apenas oito, convertendo quatro dos 15 arremessos.

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Era o momento de reflexão. O que estava errado?

De novo, era uma temporada de calouro

Logo após o jogo contra o Thunder, Wembanyama respondeu bem. Foram 11 partidas com médias de 20.0 pontos, 12.1 rebotes, 3.5 tocos, enquanto os erros de ataque caíram. Mas oscilar como novato é normal. Todo grande jogador passou por algo similar.

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Ele teve uma lesão, mas não perdeu muitos jogos. No entanto, Popovich limitou seus minutos. E mesmo assim, o atleta produziu em 16 partidas consecutivas com menos de 30 minutos. Apesar de atuar por menos tempo, ele foi realmente bem. No período, foram 22.9 pontos, 8.8 rebotes, 3.6 assistências, 3.4 bloqueios e o arremesso caiu. Naquele recorte, ele converteu 50.8% das tentativas de quadra e 34.2% do perímetro. Não é perfeito, mas era uma evolução.

Ao mesmo tempo, o jogador mostrava que estava pronto para superar Holmgren. Isso era fim de janeiro, enquanto ainda havia disputa entre os dois.

Em um jogo contra o Detroit Pistons, ele precisou de apenas 21 minutos para conquistar o primeiro triplo-duplo da carreira: 16 pontos, 12 rebotes e dez assistências. Tudo bem que ele perdeu uma sequência de 19 partidas com, pelo menos, um toco. Mas seu tempo de quadra e a larga vantagem colaboraram para isso.

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Tomou conta

Aos poucos, a tendência de críticas começou a desaparecer. Victor Wembanyama estava jogando em altíssimo nível, apesar de o Spurs desistir de lutar por vitórias. Então, veio o seu segundo triplo-duplo. E não foi qualquer um.

Foram 27 pontos, 14 rebotes e dez tocos no triunfo sobre o Toronto Raptors. Sim, um triplo-duplo com bloqueios. Era o primeiro calouro, desde 1990, a conseguir o feito. O último até então era justamente um ex-jogador do Spurs, David Robinson. Mas aí entram só outros dois atletas na história da NBA: Mark Eaton e Ralph Sampson, em 1983.

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Pronto.

Apenas quatro calouros atingiram a marca e Wembanyama está entre eles.

A partir daquele momento, apenas torcedores do Thunder ainda acreditavam que Holmgren era o melhor calouro. Mas desde a estreia de Victor Wembanyama, a NBA entendeu que não era sobre vitórias ou derrotas. Era sobre o que cada um tinha ao seu redor.

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Enquanto Holmgren estava em uma equipe que brigava nos primeiros lugares do Oeste, Wembanyama tinha um elenco muito mais fraco e que pouco se importava com resultados imediatos. Então, a partir de quando todo mundo entendeu o propósito de cada um, ficou mais fácil entender.

Holmgren é realmente muito bom, um futuro All-Star e potencialmente líder de um time que vai lutar pelo título por vários anos. Mas Wembanyama é outro papo.

Briga pelo prêmio de melhor defensor

Bem, assim que a NBA entendeu que Victor Wembanyama já era outro jogador desde sua estreia e que o prêmio de melhor calouro era dele, o negócio era mirar mais alto. E foi o que aconteceu.

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Os números avançados mostravam cada vez mais a importância do francês em quadra pelo Spurs. Apesar de não fazer diferença alguma por conta da campanha, estava cada vez mais nítido que ele estava na conversa pelo prêmio de melhor defensor.

Mas aí é muito mais difícil. Como convencer os votantes que um time que leva 118.6 pontos por jogo e estava muito longe dos playoffs a optarem por ele? Realmente complicado.

No entanto, ele seguiu produzindo e Popovich o deixou jogar por mais minutos.

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Como resultado, Wembanyama brilhou nos últimos dois meses de temporada regular da NBA. Foram 17 jogos no período, com 23.7 pontos, 12.0 rebotes, 5.4 assistências, 4.4 tocos.

E mesmo sem o Spurs querer vencer foi inevitável. Enquanto o time estava estacionado no tank e com o atleta tendo limitações de minutos, as vitórias eram raras. Bem raras. Até então, tinha 25% de triunfos. Só naquele período, mesmo com um time muito ruim, San Antonio ganhou 41%.

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Aí, sim, os votantes conseguiram olhar mais para o Spurs. Não por menos, ele ficou em segundo na votação geral, atrás apenas de Rudy Gobert. Mas ao mesmo tempo, Wembanyama ganhou espaço no time ideal de defesa da NBA.

Na temporada

Mês PTS REB AST STL BLK
Outubro 16.3 7.5 1.5 1.5 2.3
Novembro 20.1 10.3 2.9 1.3 2.9
Dezembro 18.1 11.4 3.7 1.1 3.8
Janeiro 24.0 9.6 3.3 0.9 3.3
Fevereiro 21.3 10.5 4.5 2.0 3.9
Março 23.2 11.7 4.8 1.2 3.8
Abril 25.0 12.8 6.8 0.6 5.6
Total 21.4 10.6 3.9 1.2 3.6

Números mentem, mas não aqui

Podemos utilizar números para tudo, especialmente na NBA. Mas algumas coisas não mentem. O teste de visão.

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Quantas vezes você já viu lances em que o adversário do Spurs ficou completamente perdido quando encontrava com Wembanyama pela frente? Ele fez tudo isso.

Estamos falando de um jogador que a liga nunca viu algo parecido. Nada.

Veja seus números a cada mês. Enquanto sua confiança aumentava, melhor ele era, mais coisas diferentes ele tentava. O jogador terminou a temporada com números realmente impressionantes, o que nos leva a outro ponto.

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Foi a pior temporada de Victor Wembanyama na NBA. É só uma pequena lembrança do que ele ainda vai fazer nos próximos anos.

A desconfiança acabou, né? Não é possível que alguém ainda duvide que ele será o rosto da NBA na próxima década.

O que a NBA disse?

George Karl: “As equipes como o Nuggets e o Wolves têm que conseguir o que puderem no Oeste nos próximos anos. Wemby está vindo e em breve a sua equipe será um força imparável na NBA”.

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Stephen A Smith: “Victor está bem perto de ser um dos dez melhores jogadores da NBA. Mas bem próximo mesmo. Esse cara tem mais de 2,20m de altura e o seu impacto defensivo é absurdo. Ele não está perto de ser um TOP 10 no lado ofensivo, por mais que até seja um bom arremessador com sólido controle de bola. Mas o jogo não é só ataque. A quadra tem dois lados e ele domina um deles”.

Draymond Green: “Eu sei que disse aqui há pouco tempo que ele não deveria ser o Defensor do Ano. E eu menti. Wemby tem que ser o Defensor do Ano porque ele é incrível defensivamente. A forma como ele impacta o jogo no lado defensivo, seja fora da bola ou não, é um problema”.

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Michael Malone: “Vocês viram os números desse garoto? Foram 23 pontos, 15 rebotes, oito assistências, nove tocos… É difícil marcar Victor, pois simplesmente não há nada que ele não possa fazer em quadra. Está na organização certa e sob o comando do técnico ideal [Gregg Popovich] para crescer e melhorar. Ainda vai aprender muita coisa, mas é um talento extraordinário”.

Damian Lillard: “Cara, é muito difícil colocar em palavras. Mas o acho especial. Óbvio que todos só olham para a altura dele muitas vezes, e é o mais fácil. Tipo, eu percebi que ele era um bom jogador de basquete desde antes de ele entrar na NBA. Mas ele o fez de forma quase que perfeita”.

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