O Jumper Brasil inicia a série de perfis dos prospectos do Draft 2024 com o pivô francês Alex Sarr. O jogador é um dos nomes mais badalados da classe e, com isso, surge como favorito de momento para ser primeira escolha. Confira a análise do site para o talento de 19 anos.
Alexandre Sarr
Idade: 19 anos
País: França
Time: Perth Wildcats (AUS)
Posição: pivô
Altura: 7’1″ (2,15m)
Envergadura: 7’4.25″ (2,26m)
Peso: 98 kg
Médias nesta temporada (liga australiana): 9,6 pontos, 4,5 rebotes, 1,0 assistência, 0,4 roubo de bola, 1,5 toco, 1,0 turnover, 50,0% nos arremessos de quadra, 27,6% nas bolas de três pontos (com 1,9 tentativa por jogo) e 70,7% nos lances livres (com 2,7 tentativas) em 18,0 minutos por jogo
Atributos físicos e atléticos
– Sarr, em primeiro lugar, apresenta medidas ideais para um pivô da NBA comprovadas durante o Combine. Os seus 2,15m de altura aliados a quase 2,30m de envergadura o consolidam como uma presença física imponente;
– Trata-se de um atleta acima da média para alguém de suas dimensões por causa da mobilidade, em particular. É um pivô que surpreende pela agilidade e capacidade de movimentação para os seus 2,15m de altura;
– No entanto, em termos de força física, Sarr ainda tem muito a desenvolver – como se espera de um menino de 19 anos. É um jogador franzino demais para alguém do seu tamanho e isso fica muito evidente em quadra.
Ataque
– É um prospecto que atravessa a quadra com rapidez e naturalidade incomum, como já citado anteriormente. Possui condições ideais, assim, para acompanhar o ritmo muito acelerado da NBA atual;
– Sarr surpreende, além disso, pela capacidade de drible: ataca mismatches e closeouts com fluidez inesperada no perímetro. É um recurso que pode ser bem utilizado no jogo mais “espaçado” da NBA;
– Possui enorme potencial a ser trabalhado operando em pick-and-rolls por causa de sua combinação de tamanho e mobilidade. Gira rápido depois de bloqueios, além de ser um “alvo” óbvio para passes em lobs;
– Ele revela-se um arremessador capaz em longo alcance com volume razoável. Mostra, a princípio, uma mecânica sólida – ainda que um pouco rígida. Os seus 71% de acerto nos lances livres são um indicativo otimista, nesse sentido;
– Tem a capacidade de iniciar o ataque rapidamente após pegar rebotes. Apresenta até o costume, aliás, de querer sair driblando a partir da tábua e tentar aproveitar o ataque em quadra aberta;
– Acredito que seja um passador um pouco subestimado, pois combina voluntariedade e capacidade de fazer leituras rápidas. Não é um point center em potencial, mas sabe “se virar” na necessidade de distribuir a bola no short roll;
– É um jogador que, até pelo baixo volume ofensivo no Perth Wildcats, cometeu poucos desperdícios de bola. Mais do que isso, Sarr mostra um bom entendimento sobre a sua função é e não tenta complicar o seu jogo.
Defesa
– O prospecto é um grande protetor de aro, mas não só pelos atributos físico-atléticos. Embora passe muito tempo no perímetro, exibe uma boa leitura defensiva e noção de coberturas próximo da cesta;
– Sarr ocupa muito espaço no perímetro, pois tem incrível postura defensiva, trabalho de pés e movimentação lateral. Pode ser o melhor prospecto pivô defensor em espaço que já analisei em quase duas décadas no Jumper Brasil;
– Difícil achar um jovem pivô com essas características e que, ao mesmo tempo, comete tão poucas faltas quanto ele. Teve médias de 1,3 faltas cometidas em 18 minutos de ação contra profissionais na última temporada;
– Assim como qualquer prospecto, ele tem alguns lapsos de disciplina defensiva aqui e ali. Imagino, por isso, que seja mais interessante para abordagens de marcação mais “agressivas” ou atuar na cobertura.
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Pontos fracos
– As dificuldades de Sarr para lidar com contato físico no jogo, para começar, são claras. É um atleta com problemas para estabelecer posição em espaço curto e, além disso, finalizador em contato abaixo da média;
– É impressionante, como resultado, ver um jogador de sua estatura que atua tão pouco próximo da cesta. Sabemos que a NBA atual “acontece” em espaço aberto, mas nunca deixa de parecer um desperdício;
– Poder arremessar e ser arremessador, a princípio, são duas coisas bem diferentes. Ele soa natural e confortável nas tentativas de longa distância, mas o fato é que acertou só 27,6% das tentativas na campanha passada;
– O desenvolvimento do seu potencial no pick-and-roll, antes de tudo, passa por ser um screener melhor. As limitações físicas atrapalham, mas, por exemplo, também mostra uma noção nula de ângulos;
– Sarr, em síntese, não é um bom reboteiro nesse momento. Apesar de ter fundamentos sólidos no quesito, ele costuma ser “destruído” pela dificuldade de consolidar posição. Não à toa, vai muito melhor nos rebotes ofensivos do que defensivos;
– Assim como acontece nos arremessos, ser um passador voluntarioso não faz com que seja um especialista nisso. Não dá para ignorar o fato de que – mesmo sendo poucos – registrou mais turnovers do que assistências na temporada;
– Mas, afinal, qual vai ser o “carro-chefe” do jogo ofensivo de Sarr? Ele exibe potencial em várias ações, mas ainda não parece consolidado em nenhuma. Vai ser um desafio para o time que selecioná-lo.
Conclusão
Sarr, antes de tudo, é um prospecto defensivo fascinante para o basquete atual. Começa pelos seus atributos físico-atléticos, obviamente, mas vai muito além. É bem difícil não o ver ter sucesso na NBA nesse sentido. Teve um alto impacto, afinal, contra profissionais na temporada passada. A sua importância dentro da liga, então, deve ser medida pela capacidade de encontrar um nicho ofensivo entre os profissionais.
Comparações: Nicolas Claxton (Nets) mais técnico e Jaren Jackson Jr. (Grizzlies)
Projeção: TOP 2
Confira alguns lances do prospecto do Draft 2024, Alexandre Sarr
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