Fonte: Jeff Haynes / AFPO Boston Celtics vai entrar nos playoffs da NBA, certamente, como o time a ser batido. A equipe possui mais de 11 jogos de vantagem na liderança do Leste. Ao mesmo tempo, acumula sete jogos de frente sobre qualquer outra franquia na temporada. É comum ver o Milwaukee Bucks como maior concorrente dentro da conferência, mas será que tem esse poder de fogo? Para o ex-técnico Sam Mitchell, a resposta é não.
“Boston lembra-me Golden State quando estavam vencendo, pois todos tentam jogar no seu estilo e ninguém os vence. Nenhuma equipe arremessa melhor em volume. Não tem jeito. Por isso, não vejo ninguém no Leste que possa desafiá-los. Talvez, vencer um jogo em uma série? Mas, ao mesmo tempo, posso vê-lo chegar às finais perdendo só duas partidas porque não tem rivais”, avaliou o hoje analista da NBA TV.
A declaração de Mitchell aconteceu após uma rodada emblemática. Os comandados de Joe Mazzula ganharam o seu nono jogo consecutivo nesse sábado, contra o Chicago Bulls. Mas não foi só isso. O triunfo veio fora de casa, durante a segunda noite de um back-to-back e desfalcado de três titulares. Mesmo assim, o Celtics teve cinco atletas que anotaram 15 pontos ou mais.
“Essa é uma equipe com muito talento em todas as posições. Afinal, quantos elencos da liga possuem um ala-armador e um pivô reservas que podem fazer 20 pontos por jogo em bolas de três? E, assim, acumula várias vitórias por vantagem de 20 ou 30 pontos nessa temporada. Possuem um índice de diferença de pontuação sobre os adversários simplesmente histórico”, pontuou o veterano treinador.
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Grupo forte
O elenco do Celtics, de fato, é reconhecido como o mais eficiente e completo da NBA no momento. Teve a segunda defesa mais eficiente da liga na maior parte da temporada. Além disso, dos oito atletas com maior minutagem, sete convertem mais de 37% dos seus arremessos de longa distância. Não por acaso, mesmo com desfalques eventuais, perdeu só 14 de 71 jogos disputados até agora.
“O nosso grupo é forte porque temos diferentes jogadores que estão prontos para atuar assim que são chamados. Todos estão preparados aqui. Mais do que isso, cada um tem uma clara compressão do que estamos tentando fazer aqui. De como estamos tentando conquistar. Os atletas, antes de tudo, sabem que precisam tirar vantagem de suas oportunidades”, argumentou o experiente pivô.
O ala Sam Hauser, por exemplo, foi um dos jogadores que abraçaram a chance. Ele foi titular e anotou 23 pontos na vitória, enquanto converteu sete de oito arremessos de longa distância. “Nós não estamos satisfeitos, pois queremos mais. Estamos famintos. Jogar o resto da temporada no ‘piloto automático’, para resumir, não é do nosso caráter”, cravou o chutador.
Como vence?
O discurso de Mitchell parece derrotista para os outros times do Leste, mas não é bem assim. Sempre há uma forma, afinal, de derrotar um time de basquete. Só não é fácil, obviamente. Para o técnico, isso passa por tirar o adversário da zona de conforto sem tentar emular o seu estilo de jogo. Para vencer o Boston Celtics nos playoffs, um rival da NBA vai precisar ter uma identidade tão forte e, ao mesmo tempo, diferente da deles.
“Esse é um time que tem uma forte noção de identidade e, mais do que isso, joga com os seus pontos fortes. Sabem quem são. Por isso, para vencê-los, não dá para tentar copiar o que fazem. Acho que algum rival precisa conceber outro estilo de atuação e, com isso, forçar Boston a sair da zona de conforto. É a única maneira, a meu ver”, explicou o ex-comandante do Toronto Raptors.
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