Fonte: Andrew D. Bernstein / AFPA NBA testemunha, desde o começo da temporada, a ascensão de um dos talentos mais espantosos já vistos. E você já pode colocar o lendário Kevin Garnett entre as lendas da liga impressionadas com Victor Wembanyama. O icônico ala-pivô viu os primeiros jogos do fenômeno sem dar ouvidos à badalação, mas não conteve a empolgação. Não tem dúvidas, assim, de que está diante de um atleta especial.
“Quando vimos David Robinson jogar pela primeira vez, a gente sabia que era algo bem diferente. O cara possuía aquele fator especial, em síntese. Você sabe o que é, mas ele tinha. Foi a mesma coisa com Tim Duncan, por exemplo. E dá para ver que Victor tem esse negócio também. Ele pode liderar uma equipe da NBA, certamente”, elogiou o integrante do Hall da Fama.
Garnett admitiu que, assim como todos, ficou espantado com Wembanyama ao vê-lo no basquete francês. Afinal, a combinação de estatura e mobilidade que apresenta não tem precedentes na NBA. Mas, ao mesmo tempo, teve a sensação de que seria um prospecto de impacto muito mais defensivo do que ofensivo. Seis jogos oficiais pelo San Antonio Spurs, no entanto, bastaram para que mudasse de ideia.
“Eu estava um pouco preocupado com a sua capacidade de pontuação. Mas, agora, não estou mais. Na verdade, acho que ele é um pontuador de elite. E estou falando de mais do que só fazer cestas, pois o cara tem recursos no um contra um. Dê a bola em suas mãos que ele cria. Pode gerar separação, até arremessar saindo do drible para três. Ele tem jogo”, reconheceu o campeão da NBA em 2008.
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Desenvolvimento
Muitos analistas apostavam que Wembanyama poderia ter um período de adaptação um tanto difícil na NBA. Não por sua incapacidade de jogar, mas pelo físico franzino. Nunca enfrentou, além disso, uma competição físico-atlética que pudesse “rivalizar” com a sua. No entanto, dentro de quadra, não é o que vemos. Em seis jogos, ele já registra médias de 20,5 pontos, 8,2 rebotes e 2,7 tocos por noite.
“Agora, tudo gira em torno do deu desenvolvimento e inteligência em quadra. Porque vai lidar com esquemas, dobras e planos de jogos de adversários específicos para enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, sinto que ele já é totalmente diferente do que assistimos na França. Foram poucos meses em San Antonio, mas é assustador como dá para ver uma evolução enorme”, apontou a lenda do Boston Celtics.
Garnett já imaginava ver Wembanyama mais forte fisicamente agora do que há poucos meses. No entanto, ele vê o prospecto em outro nível também em termos de tomada de decisão. “Victor cresceu demais em um verão por aqui, com todo o conhecimento que já recebeu no Spurs. Ele não só parece mais forte, como já esperávamos, mas mais inteligente em quadra. É absurdo”, reforçou o craque.
Pés leves
Para Kevin Garnett, assistir a Victor Wembanyama jogar representa um choque ainda maior por sua experiência. Ele atuou em uma NBA com pivôs muito diferentes, afinal. Atletas mais altos, mesmo os mais habilidosos, não eram tão ágeis quanto agora. Por isso, o ex-ala-pivô enfrentou verdadeiros “armários” no garrafão. Ele fica ainda mais impressionado ao comparar o francês com os jogadores do seu tempo.
“Eu lembro de Yao Ming quando chegou à NBA. Ele movimentava-se como uma árvore gigante pela quadra de tão travado. E tinha o Shaquille O’Neal, por sua vez, que era uma parede. Victor é um negócio diferente porque quero vê-lo em uma competição de salsa na offseason. Ele tem pés tão leves!”, exclamou o veterano, evidenciando uma mudança no perfil dos jogadores atuais.
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