Até onde Fox e Sabonis podem levar o Sacramento Kings?

Após excelente temporada, equipe deixa de ser surpresa para tentar manter-se no topo da NBA

sabonis fox sacramento kings Fonte: Rocky Widner / AFP

O Sacramento Kings, bem como os astros De’Aaron Fox e Domantas Sabonis, estão em lua de mel com a torcida. Afinal, o time encerrou um jejum de 17 anos e voltou aos playoffs na última temporada. Fez isso, sobretudo, com um ótimo desempenho e ficou na terceira posição do Oeste. A eliminação para o então campeão Golden State Warriors, ainda na primeira rodada, não desanimou os fãs.

Dá para compreender, pois a sensação é que dias melhores só estão começando. A equipe embalou essa campanha surpreendente, antes de tudo, com um fantástico ataque. Com quase 120 pontos por 100 posses de bola, por exemplo, tornou-se a ofensiva mais eficiente da história da liga. Apresentou um basquete de transição, imposição de ritmo e espaçamento impecável.

Esse é um trabalho interessante do treinador Mike Brown porque vai na contramão de tudo o que já mostrou na carreira. Ele mudou as suas características diante do elenco mais singular com que já trabalhou. Foi eleito com enorme justiça, assim, como melhor treinador da última temporada.

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Por isso, como esperado, o trabalho da offseason do Kings foi para a manutenção de jogadores. A franquia investiu a maior parte de sua flexibilidade financeira nos novos contratos de Harrison Barnes e Sabonis. Isso faz sentido, mas apresenta um novo desafio para a equipe. Como deixar de ser uma surpresa e consolidar-se no topo da NBA? Afinal, qual é o próximo passo para Sacramento?

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O elenco

O Kings, como citado anteriormente, trabalhou para manter o seu elenco intacto antes de qualquer coisa. É uma decisão lógica após um grande sucesso vindo de anos de jejum. Afinal, essa franquia “penou” para construir uma base vencedora nas últimas décadas. Além de Barnes e Sabonis, então, os vínculos dos reservas Alex Len e Trey Lyles também foram renovados.

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Mas, ao mesmo tempo, a franquia achou dois reforços criativos em Chris Duarte e Sasha Vezenkov, atual MVP da Euroliga. Criativo, no entanto, não é o que pode ser dito sobre trazer JaVale McGee. Perdoamos isso porque o elenco precisava de um pivô reserva mais experiente, de fato. Além disso, o draft trouxe um possível steal com Colby Jones.

O trabalho baseado em manutenção leva a um time titular que deve ser mantido. Essa é a expectativa. Portanto, mais uma vez, espere Sabonis, Fox e Barnes no início dos jogos do Kings ao lado de Kevin Huerter e Keegan Murray.

F 40 Barnes, Harrison 2.03 m 102 kg
G 3 Duarte, Chris 1.96 m 86 kg
F 17 Edwards, Kessler 2.01 m 92 kg
G 23 Ellis, Keon (TW) 1.91 m 76 kg
G 5 Fox, De’Aaron 1.91 m 84 kg
G/F 9 Huerter, Kevin 2.01 m 90 kg
G 20 Jones, Colby 1.98 m 94 kg
C 25 Len, Alex 2.18 m 113 kg
F 41 Lyles, Trey 2.06 m 106 kg
G 15 Mitchell, Davion 1.83 m 92 kg
G 0 Monk, Malik 1.91 m 91 kg
F 13 Murray, Keegan 2.03 m 98 kg
F/C Noel, Nerlens 2.08 m 100 kg
C 88 Queta, Neemias 2.13 m 112 kg
F/C 10 Sabonis, Domantas 2.16 m 109 kg
F 18 Slawson, Jalen (TW) 2.01 m 98 kg
F 7 Vezenkov, Sasha 2.06 m 102 kg

Movimentações na offseason

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Quem chegou?
Chris Duarte, Jordan Ford, Colby Jones, JaVale McGee, Jaylen Nowell, Jalen Slawson e Sasha Vezenkov

Quem saiu?
Deonte Burton, Terence Davis, Matthew Dellavedova, PJ Dozier, Chimezie Metu e Neemias Queta

kings sacramento fox sabonis

Ronald Martinez / AFP

O técnico

Mike Brown tem 53 anos, mas, se você já acompanha a NBA há alguns anos, vai parecer mais. Ele possui bastante experiência como técnico na NBA. Ele treinou, antes de tudo, o Cleveland Cavaliers na primeira passagem de LeBron James. E teve outra passagem pela franquia depois. Passou pelo comando do Los Angeles Lakers, por exemplo. Mas nenhum trabalho como esse no Kings.

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O treinador sempre foi conhecido por uma mentalidade defensiva. Os seus bons times, afinal, sempre foram marcados pela defesa. Mas ele soube entender que o elenco de Sacramento pedia outra coisa. Não possuía um tino defensivo, mas a sua força estava na capacidade de correr. Vence jogos no ataque, para resumir. Esse trabalho, de certa forma, mostra a versatilidade da visão de basquete de Brown.

O perímetro

A parte fácil de projetar as rotações de uma equipe que prioriza a manutenção é que tudo tende a ficar constante. O perímetro titular, em primeiro lugar, deverá seguir nas mãos de Fox, Huerter e Barnes. Não há porque mudar nesse instante, pois tudo funcionou muito bem.

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Fox foi um all-star na última temporada e, mais do que isso, é quem impõe o ritmo acelerado do Kings. Isso sem contar que foi um dos jogadores mais eficientes em momentos decisivos de jogos na campanha passada. Huerter é um dos melhores arremessadores dinâmicos da liga. Barnes é um ala alto que espaça a quadra cada vez mais, mas também pode criar para arremessos para si.

Davion Mitchell traz uma característica muito diferente como armador reserva, pois é um defensor feroz. Atua em formações com Fox, por sinal, contra equipes mais baixos. Malik Monk, enquanto isso, é um candidato a melhor sexto jogador da liga. Ataca o tempo inteiro, arremessa e cresceu demais como um criador no pick-and-roll desde que chegou ao Kings.

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A novidade nessa rotação, a princípio, é a inclusão de Chris Duarte. Ele não é um chutador constante, mas movimenta-se com inteligência subestimada em quadra. Isso pode ser bem aproveitado em um time dinâmico e rápido como Sacramento. Kessler Edwards é outra opção interessante como ala reserva porque já mostrou que pode ser um “3D” eficiente. É uma das poucas possíveis disputas nessa rotação.

sabonis fox sacramento kings

Adam Pantozzi / AFP

O garrafão

A questão do garrafão é um pouco mais aberta, mas não entre os titulares. Todos sabemos que o Kings vai iniciar os jogos, afinal, com Keegan Murray e Domantas Sabonis. Jogar com o lituano como pivô é um dos detalhes que definem a equipe como essa máquina ofensiva. O ala-pivô, por sua vez, é um jovem espaçador de quadra espetacular com mobilidade para causar reação em defesas.

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Essa dupla, aliás, sintetiza o sucesso de Sacramento. Murray representa a grande compulsão pelos arremessos do time. A capacidade de passe e iniciar o ataque a partir dos rebotes de Sabonis, certamente, é uma das bases do sistema ofensivo.

A reserva do garrafão é um ponto de interrogação porque essa é uma equipe que não gosta de utilizar pivôs de ofício. Contra times mais pesados, a alternativa era Alex Len saindo do banco. Mas, agora, Brown tem outra opção em McGee. Existe uma disputa em potencial por minutos aqui, mas não daquelas bem empolgantes. Afinal, nenhum dos dois é solução.

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Len, ao menos, surgiu bem em alguns momentos da última temporada no próprio Kings. McGee, apesar de ter mais “grife”, fez uma temporada patética no Dallas Mavericks. Lyles pode compor formações que não necessitem de pivôs.

Lyles é a opção natural para a reserva de Murray. Ele traz versatilidade defensiva como um trunfo interessante. Mas, muitas vezes, o caminho para jogar baixo era usar Barnes na posição. Ele é o arquétipo do “quatro leve” da NBA de hoje. Com Vezenkov, no entanto, você ganha um atleta de ofício com mais ameaça ofensiva e capacidade de espaçamento. Parece que há alguns minutos abertos para disputa aqui.

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Sacramento Kings Fox Sabonis

Jordan Jones / AFP

Análise geral

O Kings surpreendeu a NBA com uma combinação de velocidade e espaçamento que destruiu defesas na última temporada. Foi um inesperado ar fresco em uma competição medíocre na conferência Oeste. Um passo que separa os bons times dos candidatos ao título vem agora para Sacramento. A equipe precisa repetir o sucesso não mais como surpresa, mas com um alvo nas costas.

O elenco parte em boas condições nesse desafio por dois fatores, a princípio. É um time que tem uma identidade e, por isso, sabe o que deve fazer para ganhar os jogos. Além disso, a continuidade é o reforço mais subestimado dos esportes. É impossível, no entanto, não admitir que o Kings joga como um franco atirador. Afinal, teve a sétima defesa menos eficiente da liga na campanha passada.

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O Kings apresenta um sistema em que Sabonis é o principal criador rodeado por espaçadores e jogadores em movimento. Mas, quando o Golden State Warriors complicou e fechou as opções de passe, o time travou. Brown até teve algumas alternativas ao longo da série de playoffs, mas a verdade é que tudo terminou como esperado.

A falta de pivôs fez o Sacramento ser “trucidado” nos rebotes. Sabonis teve o seu desempenho muito dificultado pelo fechamento dos passes. E faltou a defesa em um sétimo jogo iluminado de Stephen Curry.

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A pergunta natural é questionar, agora, até onde Fox e Sabonis podem liderar o Kings. Como o título dessa previsão, aliás. Mas, na verdade, a grande pergunta talvez seja o que esse time pode oferecer a mais do que o estilo que todos nós conhecemos. Com a manutenção de um elenco que já não é tão jovem para mostrar grande evolução interna, o modelo é quem oferece a maior perspectiva de crescimento.

Previsão Jumper Brasil: 3º lugar na conferência Oeste

 

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