O Houston Rockets administra um problema gigante com o armador Kevin Porter Jr. O atleta responde a uma séria acusação de agressão e, com isso, não deve ficar no time. Ou seja, a franquia vai perder um dos seus titulares. Mas será que ele merecia esse status mesmo? Segundo o site Clutch Fans, o gerente-geral Rafael Stone obrigava técnicos a escalarem o jovem no quinteto inicial.
“Não é segredo nos bastidores que Rafael foi a força por trás do investimento de Houston em Kevin. A aquisição do jogador, afinal, era considerada a sua grande negociação como executivo. Stephen Silas, por exemplo, nunca quis escalá-lo como o seu titular. Mas o dirigente obrigou-o, pois apostava que o seu futuro na carreira dependia disso”, revelou a matéria do portal.
A influência de Stone no trabalho de quadra, como resultado, trouxe reflexos bem negativos para o dia-a-dia do elenco. Porter estava ciente da sua condição e, por isso, comportava-se como alguém no controle. Em um jogo da última temporada, ele recusou-se a ser substituído após tentar seguidos arremessos ruins. Um dos auxiliares de Silas precisou retirá-lo de quadra.
“Kevin era um pesadelo para os técnicos por causa dos casos de insubordinação. Em vários momentos, por exemplo, ele confrontou e xingou a comissão técnica dizendo que não tinham ‘credenciais’ para treiná-lo. Tratava-se de uma evidente referência ao fato de não controlarem o seu tempo de quadra. Ele jogava vários minutos porque era o ‘queridinho’ de Rafael”, explicou o artigo.
Histórico
O caso de violência doméstica protagonizado por Porter causa espanto, mas não deveria surpreender. Afinal, o atleta possui um longo histórico de problemas em todos os locais por onde passou. Dentro e fora de quadra. Foram episódios que, aliás, derrubaram-no para o fim da primeira rodada do draft de 2019. Todos já reconheciam que tratava-se de um talento “difícil”.
O armador recebeu várias suspensões no basquete colegial e, por isso, diversas faculdades deixaram de recrutá-lo. Ele só disputou parte de sua temporada em USC, antes do recrutamento da NBA, por causa de um “desvio de conduta” não revelado. A suspensão pelo resto da campanha ainda em janeiro, no entanto, sugere que foi uma infração gravíssima.
Como jogador do Cleveland Cavaliers, Porter foi acusado de agredir uma mulher com um soco no rosto. Além disso, envolveu-se em um acidente automobilístico com maconha e uma arma no seu carro. A situação ficou insustentável, por fim, quando teve um “bate-boca” com o gerente-geral Koby Altman. Especula-se que ele arremessou um prato de comida na cara do executivo.
Em Houston, os problemas com a comissão técnica foram só parte da história. O titular empurrou o auxiliar John Lucas em uma briga durante o intervalo de uma partida. A polícia revelou ainda que a agressão contra Kysre Gondrezick foi só mais um episódio de abuso contra a sua namorada. Os casos anteriores incluíram, por exemplo, uma colisão de propósito contra o carro da ex-atleta da WNBA.
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Cultura tóxica
Ter Kevin Porter como o armador titular do Rockets, acima de tudo, tornou-se um símbolo de uma franquia disfuncional. Uma equipe com jovens talentos, mas que acumulam problemas de disciplina dentro e fora de quadra. Ganharam menos de 23 jogos, por extensão, pela terceira temporada seguida. Jonathan Givony, da ESPN, detalhou a formação de uma cultura tóxica na organização.
“Para começar, quando você conversa com pessoas ao redor da NBA, não se ouve boas coisas sobre Houston. A cultura e ambiente por lá é péssimo. Aliás, há gente da própria organização que admite ser uma bagunça interna. Hoje, ninguém quer trabalhar nessa organização. Mas é a terceira maior cidade dos EUA, então tudo pode mudar rápido”, descreveu o analista, em fevereiro.
Givony apurou que o primeiro passo para uma mudança de mentalidade e imagem passava por Porter. No entanto, isso não aconteceu. Mas terá que ocorrer agora. “A franquia precisa livrar-se das ‘maçãs podres’, em síntese. Precisam dispensar Kevin, antes de tudo. Esse já seria um sinal importante para o restante da liga de que as coisas vão mudar para melhor”, completou.
Negociação
O projeto de Stone para transformar Kevin Porter no armador do futuro do Rockets teve um alto custo. Em primeiro lugar, no campo da imagem e moral. A equipe de Houston, por enquanto, vai estar ligada ao caso armador. Mas também financeiro. As partes fecharam uma extensão prévia de quatro temporadas em 2022. Mesmo com fortes proteções, a sua dispensa vai custar cerca de US$16 milhões.
“A extensão assinada com Kevin provou-se idiota. É um dos contratos mais seguros para um time já fechados e, ainda assim, foi um compromisso caro demais. Custou mais dinheiro do que deveria e, agora, vai além. Afinal, Rafael vai ter que adicionar ativos reais a um negócio para simplesmente conseguir livrar-se desse contrato. O preço foi alto demais”, finalizou a matéria do Clutch Fans.
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