Dwyane Wade surpreendeu muita gente após anunciar Allen Iverson como o seu “padrinho” de entrada no Hall da Fama. Ele atuou com alguns jogadores que estão no templo máximo do basquete, mas nunca com o ícone do Philadelphia 76ers. Os dois, aliás, foram constantes adversários. Então, por que a escolha? Ele explicou a importância do ex-rival em sua vida e carreira durante o discurso na cerimônia.
“Os nossos heróis nem sempre são perfeitos. São reais e tangíveis, pois tratam-se de pessoas em que podemos nos enxergar. E Allen foi exatamente isso. Eu assisti esse cara jogar com admiração porque vi um reflexo de mim mesmo. Você atuava de forma empolgante e sem medo. Não importava o que falavam porque ninguém podia medir o tamanho do seu coração”, contou o ídolo do Miami Heat.
Mas o impacto de Iverson na trajetória de Wade vai muito além das quadras. Assim como os fãs, ele também viu o ex-armador como um modelo de conduta e estilo no esporte. As roupas, calçados e o cabelo do lendário “The Answer” serviam como um tipo de representação das ruas no basquete profissional. O caráter transgressor do veterano também foi uma inspiração para o novo integrante do Hall.
“A autenticidade e atitude de Allen, certamente, foram impactantes em mim. O seu estilo único – a moda e o comportamento – combinou-se com o seu basquete para criar uma imagem que quebrou padrões. Você desafiou as convenções e, com isso, virou um símbolo de individualidade. Foi uma inspiração para a expressão de cada um. Você foi a cultura para nós”, exaltou o ala-armador aposentado.
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Espelho
As semelhanças entre os dois ícones da NBA não param nesses pontos. Existe, na verdade, uma aproximação mais significativa. Estamos falando de homens negros com origens humildes em uma sociedade profundamente racista. As chances, por isso, “jogavam contra” o sucesso de ambos. Dwyane Wade pôde sonhar em atuar na NBA, antes de tudo, porque viu Allen Iverson chegar até lá.
“Allen trouxe esperança para as pessoas que, assim como eu, cresceram em lares com recursos limitados. Mostrou que o sucesso e grandeza são possíveis, mesmo na adversidade. As dificuldades fizeram os seus feitos ainda mais memoráveis. E, por isso, tornou-se uma inspiração. Vir do nada não é motivo para limitar-se, mas sim de motivação”, contou o ex-atleta de 41 anos.
Cada partida que Wade disputou na liga, então, pode ser visto como uma prova da influência de Iverson. Mas ele não guardou esse significado só para si. Quis exibir em sua camisa. “Eu vesti a camisa #3 durante a minha carreira para representar o meu amor e respeito por esse homem. Então, de todo o meu coração, muito obrigado, Allen”, concluiu.
Dia dos Pais
Outro herói de Wade durante a carreira não poderia ser mais emblemático no dia dos pais. O ex-jogador fez um agradecimento emocionante para o “Wade sênior” por causa do esforço para ajudar a sua formação como atleta. Ele foi um mentor, incentivador e parceiro de treinos. Portanto, nada mais justo do que chamá-lo ao palco do Naismith Memorial para que fosse reconhecido ao seu lado.
“As horas que competimos no quintal de casa foram a minha formação enquanto jogador. Os dias e noites em que trabalhamos para que a minha mão esquerda ficasse tão boa quanto a direita, além disso, fizeram-me uma força imparável. A verdade é que você me mostrou que nunca teria limites para me apoiar. Como resultado, isso é o que faço por meus filhos também”, garantiu o craque.
A aparição do pai do jogador no palco não havia sido preparada pela produção da cerimônia, mas foi uma quebra de protocolo bem-vinda. “Nós temos o mesmo nome e carregamos o mesmo sonho. Então, chegar ao Hall da Fama só pode ser a vontade de Deus. Por fim, isso é pelo meu pai. Te amo e sou agradecido por tudo o que fez por mim”, finalizou o ídolo do Heat.
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