Veja bem, começado. O Dallas Mavericks estendeu com Kyrie Irving, fez bons movimentos na agência livre e no Draft, mas ainda não é um time pronto para vencer. Ao menos, parece suficiente para que Luka Doncic não pense em pedir troca no Mavs.
Primeiro, são movimentações interessantes, especialmente para uma equipe que deixou de jogar basquete na segunda metade da última temporada. Precisava de defesa no interior do garrafão e selecionou Dereck Lively no recrutamento. Na mesma noite, fez troca por Richaun Holmes, que já mostrou boas coisas no quesito, mas vem de um ano em que “mofou” no banco do Sacramento Kings. Por fim, conseguiu Grant Williams em uma sign and trade com o Boston Celtics. Apesar de Williams ser um ala-pivô, ele ajuda como pivô em formações baixas.
Ainda no Draft, escolheu o Dorian Finney-Smith 2.0: Olivier-Maxence Prosper. Depois, na agência livre, trouxe Seth Curry de volta e fechou com o bom defensor Dante Exum, que estava no Partizan, da Sérvia. Agora, depende da vontade do Portland Trail Blazers e torce para que a equipe do Oregon não cubra a proposta por Matisse Thybulle.
Ou seja, o Mavs se movimentou bem o suficiente para evitar que os rumores sobre Luka Doncic pedir troca acabem. Ou, pelo menos, que diminuam.
Mas quem viu Dallas após Irving chegar sabe que o “casamento” não foi bom. Antes de o time começar a jogar para perder e conquistar boa escolha de Draft, havia química zero entre os dois. E nem é pelo fato de Doncic jogar mais sem a bola, pois isso aconteceu com Spencer Dinwiddie e Jalen Brunson e não foi um problema.
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Assim como Irving, Dinwiddie e Brunson ficavam muito com a bola. Só não funcionou. Talvez, seja falta de tempo para treinar, mas aí a gente lembra que o técnico é Jason Kidd. Ao menos, se tudo der muito errado, Dallas ainda poderá trocar o veterano no futuro.
O ponto é que não foi legal. Em 16 jogos com os dois juntos, o time perdeu 11. Para dar certo, Luka Doncic precisa entender como Irving joga e como ser importante sem a bola nas mãos. A primeira impressão foi muito, muito ruim.
Mas o equilíbrio que a diretoria teve na offseason foi importante. Primeiro, ao garantir que seu investimento em Kyrie Irving não foi apenas por “aluguel” de dois meses. A equipe enviou escolhas de Draft, além de boas peças do elenco. Então, caso o armador decidisse assinar com qualquer outro time, seria um desastre. Só que, agora, o grupo está mais versátil.
Ao mesmo tempo, Josh Green e Jaden Hardy terão espaço. De alguma forma, Kidd tem de dar minutos aos dois jovens. Eles são muito talentosos e, ainda, a direção rejeitou trocas envolvendo ambos. Então, eles vão jogar.
Por enquanto, existe a dúvida se o Blazers vai igualar a proposta por Thybulle. Caso não faça, vamos partir do ponto em que o elenco do Mavs está profundo e com boas opções para quase todos os tipos de situações.
Mais uma vez, a situação entre Irving e Doncic é uma preocupação e aquele que poderia melhorar tudo (Kidd), ainda não provou ser um bom treinador. Pelo contrário, aliás. Quando o Mavericks foi bem, há dois anos, boa (imensa) parte do crédito ficou para o seu então assistente, Igor Kokoskov. Portanto, é algo a ser observado mais de perto.
Holmes, Lively, Powell, McGee e Kleber…
Vamos entender algumas coisas. Para Dwight Powell voltar, ele aceitou muito menos dinheiro que o Houston Rockets ofereceu. Apesar de não ser tecnicamente bom, ele retornou. Então, alguma função ele tem. Enquanto isso, JaVale McGee entra em seu segundo dos três anos de contrato. Vale lembrar que, após começar a última temporada como titular, ele desapareceu da rotação e, só quando Kidd entendeu que precisava de defesa no garrafão, McGee voltou.
Aí, Kleber é um jogador que pode servir como reserva de Grant Williams. Ofensivamente, os dois fazem quase a mesma coisa: se posicionam atrás da linha de três. Defensivamente, o alemão costuma sair para tentar o bloqueio, enquanto Williams pressiona o jogador que estiver próximo.
Mas com Holmes e Lively, talvez, a ideia de Kidd seja que eles cubram a maior parte dos minutos da rotação. Ainda é cedo para cravar, mas é o que faria mais sentido. Até que o novato evolua ofensivamente, a tendência é que o ex-Kings seja o titular.
É que Lively ainda não está pronto. Muito alto (2,16m), ele possui ótimos atributos físicos que devem ajudar de imediato. Sua envergadura, por exemplo, é um mistério. Já vi várias medidas, mas seria em torno de 2,32m, o que o coloca entre os cinco braços mais longos de toda a liga.
Holmes é um jogador muito subestimado, que sabe passar a bola sob pressão. Tem um bom aproveitamento por concluir perto da cesta, mas vem tentando introduzir o arremesso do perímetro ao seu repertório. Por ser um pivô mais baixo (2,08m), ele compensa com um bom tempo de bola para pegar o rebote, especialmente ofensivo. Pode funcionar.
O Mavs conta com cinco ou seis jogadores para 96 minutos por jogo. Vamos ver como funciona na pré-temporada.
Luka Doncic
Após a eliminação do Mavs, as especulaçõs de troca sobre Luka Doncic cresceram bastante. Do mesmo modo, começou a se falar sobre liderança. Até Tim Hardaway, pai de seu colega na equipe, o criticou. Mas dias depois de uma entrevista caótica, em que pareceu abatido e triste com a situação da equipe, ele afirmou estar feliz e acreditando no propósito da direção.
Então, se antes não havia nenhuma dúvida sobre o fato, agora existe.
Por enquanto, ele não teve grandes companheiros na breve carreira. Sim, você pode dizer Kristaps Porzingis e, até Kyrie Irving. Mas o primeiro não funcionou em Dallas e Irving, até o momento, não foi um bom fit.
De qualquer forma, vamos com calma. Ele está com 24 anos, mas está chegando a hora de entendermos como ele consegue impactar seus colegas fora do jogo. Talento, ele tem muito, mas é preciso ser mais do que um líder técnico na NBA. Para alcançar título no futuro, é importante que ele seja a referência. E já vai para a sua sexta temporada na NBA.
Hoje, o Mavericks pode voltar a brigar por playoffs. Ao menos, no papel.
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