O Jumper Brasil dá prosseguimento à série “Prospecto do Draft 2023″, agora com o ala portorriquenho Julian Strawther. Um dos destaques da Universidade Gonzaga, ele é projetado como uma escolha de início de segunda rodada no recrutamento deste ano. Confira a análise do site para o atleta de 21 anos.
Julian Strawther
Idade: 21 anos
País: Porto Rico
Universidade: Gonzaga
Experiência: junior (terceiro ano universitário)
Posição: ala/ala-armador
Altura: 6’7.5″ (2,02m)
Envergadura: 6’9.5″ (2,07m)
Peso: 95 kg
Médias na última temporada: 15,2 pontos, 6,2 rebotes, 1,3 assistência, 0,8 roubo de bola, 0,4 toco, 1,5 turnover, 46,9% nos arremessos de quadra, 40,8% nas bolas de três pontos (com 5,3 tentativas por jogo), 77,6% nos lances livres, 31,2 minutos por jogo
Por Lucas Nicolau
Atributos físicos e atléticos
- Strawther não é um jogador dos mais atléticos, sem ter grande impulsão ou explosão. Na verdade, ele é bem medíocre para os padrões da NBA em vários atributos físicos.
- Possui boa mobilidade e velocidade para percorrer a linha lateral e uma velocidade terminal válida quando seu corpo já vem em progressão.
- Sua velocidade lateral é apenas mediana, e a sua falta de força física atrapalha demais ao bater de frente contra os tipos de jogadores de sua posição que enfrentará na NBA.
- Movimentação corporal um pouco rígida demais. Além disso, sua envergadura não o ajuda a se destacar.
Ataque
- Todo o clamor sobre Strawther vem de seu arremesso. Seu toque é refinadíssimo, seu release é muito rápido, com uma preparação de pernas, inclusivo tendo em seu arsenal o famigerado pulinho para ganhar mais impulsão e propulsão no arremesso que grandes estrelas da NBA possuem, como Curry e Durant. Seus números são ótimos: acertou quase 41% das bolas de três na última temporada, sendo 44% em situações de catch-and-shoot. Mais do que isso, ele tem excelentes 42,1% da linha de três pontos da NBA para trás. Graças ao hop que citamos aqui, ele consegue arremessar com qualidade de todos os lugares da quadra.
- Ainda é capaz de arremessar saindo de screens, tendo vasto arsenal nesse tipo de jogada. Isso foi algo muito utilizado pela equipe de Gonzaga e que evidenciava toda a sua capacidade nessas bolas, graças, de novo, a estar sempre equilibrado e com o ângulo certo de arremesso. Aliás, ele converteu 47% dos arremessos saindo de screens.
- Quando recebe a bola sem condições de arremessar, contra-ataca usando um respeitado e muito efetivo floater. Ele costuma prender seu marcador atrás e soltar o arremesso com muito equilíbrio e sem precisar de muito espaço. Só sete jogadores em toda o College acertaram mais floaters que ele na última temporada. Por fim, Strawther teve um ótimo aproveitamento de 56,2% nesses lances.
Defesa
- Tem bastante entrega e potencial para defender inúmeras posições na NBA. Porém, sua falta de atleticismo é um grande problema. Por mais que tenha mãos muito rápidas. Sua velocidade lateral é baixa e sua postura também não é das melhores, se colocando com o corpo pouco arqueado perante os adversários. Isso, então, dificulta o seu tempo de reação e faz dele um jogador fácil de se deixar para trás. Ele até tenta compensar sendo bastante agressivo, mas isso costuma resultar em faltas.
- Sem bola, faz boas trocas de marcação com atenção, e tem potencial para sempre fazer boas coberturas no lado fraco da defesa. No entanto, sofre muitos lapsos de concentração durante a partida. Assim, ele se torna um alvo fácil em lances de backdoor, com o jogador que ele tem de marcar cortando facilmente em direção à cesta.
- Está sempre ativo e agressivo atacando a bola nos rebotes, sendo inclusive o terceiro melhor rate em % da sua Conferência (WCC) em rebotes defensivos, com 20% dos rebotes possíveis sendo coletados por ele.
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Pontos fracos
- Tem um controle de bola muito esparso e facilmente disruptível. Talvez por causa de suas mãos pequenas. Assim, acaba cometendo algumas perdas de bola. Aliás, sua taxa de turnovers supera a de assistências. Strawther sté consegue criar algumas jogadas de pick-and-roll, mas coisas mais específicas para que ele mesmo consiga criar espaço para um arremesso. Sua visão de jogo é simples e ele não se preocupa em querer inventar ou segurar demais a bola.
- Sua criação de arremessos se baseia apenas nos floaters mesmo. Não tem controle de bola para conseguir fintar a marcação e abrir espaço. Além disso, a falta de explosão e impulsão o impede de atacar o aro sempre. Acertou apenas 51% de suas tentativas perto do aro na temporada. Por isso, seu floater é tão efetivo e necessário para o seu jogo.
- Falta de força física. Por isso, ele sempre se perde ou ‘morre’ nos screens, deixando seu jogador livre. Isso também contribui para que jogadores mais fortes consigam empurrá-lo para trás, e até jogadores menores possam desequilibrá-lo e levar vantagem em jogadas no post.
Conclusão
- Julian Strawther é um dos grandes arremessadores desta classe, mas ao contrário de Gradey Dick, Jordan Hawkins ou Brandin Podziemski, que possuem maior versatilidade ofensiva, ou Ben Sheppard, Kris Murray e Seth Lundy, que defendem muito bem, ele fica no meio do caminho. Ou seja, não contribui de verdade em mais nenhum quesito, a não ser nos rebotes. Por isso fica difícil imaginar que o ex-jogador de Gonzaga consiga sair com mais do que um contrato 2-way do Draft de quinta-feira. Enfim, caso ele consiga desenvolver seu porte físico, passando um tempo na G-League, ganhando força e consciência defensiva, ele poderá se tornar um role player efetivo, espaçando a quadra como poucos.
Comparações: Cam Johnson (Brooklyn Nets), Morris Peterson (ex-Toronto Raptors), Chase Budinger (ex-Houston Rockets)
Projeção: entre as escolhas 32 e 60
Confira alguns lances de Julian Strawther
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