Fonte: Kent Smith / AFPO Miami Heat pode até não protagonizar grandes campanhas regular, mas sempre é visto como uma ameaça na pós-temporada. A equipe ficou só a uma vitória das finais da liga, por exemplo, no ano passado. No entanto, dessa vez, alguma coisa está diferente. E o próprio time admite isso. Para Tyler Herro, o Heat chega aos playoffs sem o propósito que embalou grandes campanhas anteriormente.
“Eu acho que perdemos a nossa motivação no caminho, para o bem e para o mal. E não sei a razão disso. Não acredito que o problema seja um jogador específico, por exemplo. Alcançamos tudo o que conseguimos na liga com o sentimento de sermos subestimados. Mas, nessa temporada, não encontramos nossa motivação enquanto grupo”, reconheceu o ala-armador, em entrevista ao jornal Miami Herald.
O elenco do Heat, realmente, sempre se “inflamou” com a ideia de provar que os céticos estão errados. Para começar, é um plantel formado por nove atletas que não foram selecionados no draft. As duas escolhas TOP 5 de recrutamento sob contrato com a franquia são coadjuvantes veteranos. Isso foi o que definiu o time por muito tempo. Mas, agora, Herro sente que virou só uma nota de rodapé.
“Nós não podemos esquecer o que trouxe-nos até aqui. Até mesmo Bam Adebayo e eu, que fomos escolhas de loteria de recrutamento, não éramos vistos como talentos geracionais. As pessoas não sabiam do nosso alto potencial e, por isso, tivemos que jogar com atitude para provar a nossa qualidade. Esse sentimento foi o que trouxe-nos aqui, mas perdemos isso”, lamentou o eleito melhor reserva da liga em 2022.
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Recuperação
Geralmente, você sempre pode recuperar aquilo que perdeu no caminho. A vida é assim. Então, os três últimos jogos da temporada regular possuem um significado muito especial. Na tabela, os atuais finalistas do Leste ainda podem ultrapassar o Brooklyn Nets para ficar com uma vaga direta nos playoffs. Mas, acima de tudo, Tyler Herro vê a chance do Heat mostrar uma reação antes dos playoffs.
“Perder parece uma palavra pesada, pois só temos que recuperar essa motivação. Eu acredito que está dentro de nós ainda. Mas não sei por que isso sumiu. Todos amam o jogo e, além disso, seguem gostando de jogar uns com os outros. Sinto que, talvez, não tenhamos encontrado uma unidade ainda. Temos, por isso, que começar a jogar mais juntos o mais rápido possível”, alertou o ala-armador.
Acima de qualquer motivação individual, Herro acredita que o sucesso recente de Miami ergueu-se pela união de personalidades aguerridas. “Você até pode ter quanto talento quiser, mas o basquete é um jogo coletivo. É necessário jogar em união. Mais do que isso, querer atuar junto com os seus companheiros. O que eu sei porque já fomos a prova disso na liga”, concluiu.
Identidade
O técnico Erik Spoelstra, surpreendentemente, deu declarações em que concordou bastante com a visão de Herro. Mas vê a ausência de propósito como algo mais pontual do que sintoma da temporada. Ele admite que o time não jogou com a intensidade que esperava desde o retorno do Jogo das Estrelas. Aposta, por isso, que estamos prestes a ver uma reação do Heat.
“Ter uma motivação monstruosa, um desejo de provar que os outros estão errados, sempre foi grande parte de nossa identidade. Mas, ao mesmo tempo, pode ser que fosse só um espírito competitivo muito enraizado. De uma forma ou outra, isso é o que somos. A verdade é que não foi quem fomos nos últimos 12 ou 15 jogos, mas é quem somos”, finalizou o experiente treinador.
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